segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A Celebração do Mistério de Cristo



  
Pai querido, pela força do Espírito Santo, nós vos pedimos a Graça de mergulhar no Vosso Mistério de Amor, revelado em Jesus de Nazaré. Concedei-nos discernimento e consciência amorosa para celebrar nossa fé e, reunidos em comunidade e alimentados pelos Sacramentos, buscar novos caminhos para a humanidade, enquanto aguardamos a Páscoa definitiva. Amém.
 
1. A fé celebrada, obra de Cristo e da Igreja.
 
Quando orardes não useis de muitas palavras...Vós, portanto, orai assim:
Pai nosso que estais no Céu... (Mt 6,7.9ss)
 
A fé da Igreja, transmitida ao longo dos séculos, é anunciada, vivida e testemunhada cumprindo o mandato de Jesus: “Vocês vão e façam discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que lhes ordenei. Eis que Eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo”.

A celebração do Mistério de Cristo envolve o ser humano em todas as dimensões e circunstâncias, e a participação consciente e fervorosa nas celebrações da comunidade é um meio privilegiado de crescimento na santidade.
 
1.1. O dom da Fé e a celebração da salvação

A Igreja – Povo de Deus que proclama e celebra a sua fé, é comunidade de santificação e de culto. Com gratidão e alegria, vivemos a fé recebida dos Apóstolos. É bom lembrar que a Liturgia supõe a fé e que a fé deve ser aprofundada pela catequese.

O Pai, conforme promessa, atende à oração da Igreja feita em nome de Jesus, e o Espírito Santo transforma em vida divina o que é submetido ao Seu poder. As celebrações litúrgicas exprimem e desenvolvem a comunhão na Igreja, e são eficazes porque nelas está presente e age, por Seu Espírito, o próprio Cristo Jesus.
 
1.2. O que é a Liturgia e sua importância para a vida da Igreja

A Liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e, em particular, do Seu Mistério Pascal, que é o centro da obra da salvação. Cristo, morrendo e ressuscitando, destruiu a nossa morte e nos introduziu na vida nova.

Este é o grande Mistério da fé que celebramos com reverência e alegria. Toda vez que fazemos memória de Jesus pela ação litúrgica, participamos de sua morte e ressurreição – Páscoa. Esse fato central de nossa fé é atualizado: acontece para nós e em nós, hoje, aquilo que é celebrado.

Na Liturgia acontece a nossa salvação, a comunhão de vida com Deus e os irmãos. Por isso, a Igreja jamais deixou de reunir-se para celebrar o Mistério Pascal de Cristo.

Jesus está presente nos Sacramentos, de tal forma que quando alguém batiza, é Cristo mesmo que batiza; está presente pela sua Palavra, pois é Ele mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras; está presente, sacramentalmente, nas espécies de pão e vinho consagrados.

A conversão, nossa conformação com Cristo, é o objetivo final do Plano de Salvação e a razão porque nós nos reunimos para celebrar a Liturgia. É bom lembrar que a celebração ritual deve exprimir uma realidade interior, espiritual e coerente com a vida que se vive.
 
1.3. A Liturgia faz a Igreja

Como celebração do Mistério de Cristo, a Liturgia ocupa um lugar fundamental e insubstituível na vida da Igreja. Ação sagrada por excelência, ela constitui o ideal para o qual tende a ação da Igreja e ao mesmo tempo é a fonte de onde emana a sua força vital. Mediante a Liturgia, Cristo continua na Sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa redenção.

É celebrando juntos que nos tornamos Igreja e temos a possibilidade de viver a realidade de ser Igreja. Cada assembléia litúrgica é “Páscoa” e “Pentecostes”. Não pode ser considerada como uma atividade em meio a outras. Ela é fonte de vida da Igreja e de cada discípulo.

A Liturgia faz a Igreja. Porque é nela que o Ressuscitado vem ao encontro da comunidade de fé e com Seu Espírito nos ilumina e transforma, faz-nos participar de sua vida de comunhão com o Pai e nos envia de volta ao mundo, renovados e santificados.
 
1.4. Quem celebra a sagrada Liturgia

A Liturgia é, ao mesmo tempo, ação de Deus em favor do Seu Povo, fazendo-o passar da morte para a vida, e participação do Povo, que serve e glorifica a Deus. Na tradição cristã, a Liturgia quer significar que o povo de Deus toma parte na obra redentora de Cristo Jesus, até que se realize plenamente entre nós o Reino de Deus.

Quem celebra, portanto, é todo o povo santo de Deus reunido em assembléia; é toda a comunidade unida ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. O agente visível é a assembléia reunida, com ministérios e serviços organizados. No entanto, nesse povo de batizados, trabalha o Espírito Santo. Deus e a assembléia litúrgica atuam em conjunto, mas, antes de ser uma obra nossa, a Liturgia é ação da Santíssima Trindade.

O sacerdócio de Cristo é fundamental, pois, na Liturgia Ele exerce sua ação mediadora por nós junto ao Pai e forma Seu Corpo, a Igreja. A participação da assembléia é essencial, e não apenas uma exterioridade.

Participar é “ter parte” no Mistério que está sendo celebrado. Com espírito orante, a Comunidade participa por meio de gestos e palavras, que significam e realizam, conforme a natureza de cada um dos Sacramentos, a obra da salvação.
 
1.5. Como celebrar a Liturgia

A celebração litúrgica se realiza através de sinais e símbolos que têm suas origens na cultura humana. Sinais e símbolos que foram adquirindo significado progressivo nos eventos da Antiga Aliança e que se revelaram plenamente na Pessoa e na Vida de Jesus Cristo.

O encontro dos filhos de Deus com seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo, é uma experiência de fé e de vida. As ações litúrgicas significam e celebram esse encontro vital, expressando-o com palavras e ações. As celebrações se caracterizam pela unidade ritual e significam o que a Palavra de Deus exprime: a Sua iniciativa gratuita e, ao mesmo tempo, a resposta de fé do Seu povo.
 
a) Palavras, ações, cantos

As palavras acompanham as ações sacramentais e expressam o seu sentido profundo. O canto e a música têm função na Liturgia, cuja finalidade principal é a glorificação de Deus e a santificação da assembléia, levando-a a mergulhar no Mistério da unidade com Ele.

A Igreja prescreve que as celebrações sejam realizadas com nobre simplicidade, que seu sentido seja transparente e inteligível e que o silêncio sagrado seja respeitado. Que a linguagem verbal, gestual e musical esteja em consonância com o clima orante que as caracteriza.

“Quem canta reza duas vezes”, disse Santo Agostinho. Mas, quanto ao canto e à música, existem critérios que devem ser respeitados: a conformidade dos textos com a doutrina católica; sua origem preferencial nas fontes litúrgicas; a beleza, a delicadeza expressiva da oração; a qualidade da harmonia; a possibilidade de participação da assembléia; a riqueza da expressão cultural do Povo de Deus e o caráter sagrado e solene da celebração.
 
b) Liturgia e espiritualidade

A Liturgia é fonte da espiritualidade da comunidade. Ao longo do ano, as celebrações do Mistério Pascal de Cristo constituem momentos de intensa experiência de Deus que impregnam e transformam a nossa vida.

A santidade do cristão brota do encontro com o Senhor na Liturgia, expande-se na oração e se expressa na vida pessoal, familiar, profissional e social.

As ações rituais nos permitem “reunir” o coração e todo o nosso ser para entrar na presença d’Aquele que nos espera; permitem-nos “tocar” nas realidades que acolhemos; “provar” e “dizer”, como São João escreveu em sua Primeira Carta: “O que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam do Verbo da Vida – porque a Vida manifestou-Se – nós a vimos e dela damos testemunho, (...) para que vocês estejam em comunhão conosco (...) e a nossa alegria seja completa’’.
 
1.6. Quando celebrar? O ano litúrgico.

A Liturgia celebra a novidade de Jesus Cristo, o Filho de Deus: vida, paixão, morte e ressurreição – a Sua Páscoa, palavra hebraica que significa Passagem. Enviando ao mundo o Seu Filho, Deus-Pai elevou a história humana à plenitude. Nenhum fato poderá ultrapassar o significado dessa dádiva divina.

O acontecimento Jesus Cristo é contemplado ao longo de um ano, em três formas alternadas: são os chamados anos litúrgicos A, B e C. Cada um deles baseia as reflexões no texto de um evangelista: Mateus, Marcos ou Lucas, sempre mesclado com passagens do Evangelho de João.

Ano a ano, o seguimento do caminho percorrido por Jesus de Nazaré se organiza em torno de dois acontecimentos fundamentais: o nascimento (Natal) e a ressurreição (domingo de Páscoa). Desses pólos irradiam dois ciclos litúrgicos, ambos com tempos de preparação, de realização e de repercussão. Fora desses dois ‘ciclos’, vivemos, durante o ano, o chamado “Tempo Comum”.

 O ciclo do Natal é iniciado com as quatro semanas do Advento e prossegue, além do nascimento, até a Epifania – o popular Dia de Reis.

O ciclo da Páscoa é preparado pela Quaresma (40 dias) e se prolonga, além da Ressurreição, até o dia de Pentecostes.

O Tempo Comum contempla a caminhada de Jesus: Ele passou pelo mundo fazendo o bem...

A memória de Jesus celebrada na Liturgia transfigura a nossa vida, que vai sendo iluminada pela luz do Mistério da sua Encarnação, Vida, Paixão, Morte, Ressurreição e permanência em nós.

a) Páscoa, culminância do ano litúrgico.

A Páscoa do Senhor constitui a culminância do ano litúrgico. A vigília pascal – noite que antecede o Domingo de Páscoa – é a mãe de todas as noites, pois nela celebramos o Mistério Central de Cristo, sua Ressurreição.
 
b) Festas da Mãe de Deus e dos Santos

A Maria são dedicadas datas festivas no decorrer do ano litúrgico. Nós veneramos com carinho a Mãe de Jesus e da Igreja, porque ela está indissoluvelmente ligada à obra libertadora do seu Filho. E mais, a Igreja admira e enaltece, na pessoa de Maria, o Fruto mais bonito da Redenção e a contempla como perfeita imagem daquilo que ela própria, a Igreja, deseja ser.

Durante o ano litúrgico, a Igreja também faz memória dos Mártires e de outros Santos e Santas, que com Cristo, por Cristo e em Cristo viveram, com Ele sofreram e foram glorificados. Essa memória é celebrada no dia em que, terminada sua vida nesta terra, entraram em união plena com o Pai. A Igreja os propõe como exemplos a todos os católicos, com o intuito de mostrar aos fiéis que o ideal da santidade é atingível.
 
c)  O dia do Senhor

O centro de luz do tempo litúrgico é o domingo, o dia da ressurreição de Cristo. O domingo é o dia da Palavra e da Eucaristia. É o dia por excelência da assembléia litúrgica, em que os fiéis se reúnem e participam da “Ceia do Senhor”.

A missa dominical deve ser o coração da vida e a bússola da caminhada pascal das comunidades cristãs. Nela está condensada, em palavras, gestos e ritos, toda a nossa fé. A partir dessa compreensão podemos afirmar, com convicção, que Celebrar o Mistério de Cristo é celebrar Cristo em nossa vida e a nossa vida em Cristo.
 
2. Os Sacramentos da Fé
 
Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos,
na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. (At 2,42)
 
Durante muito tempo, Sacramento foi definido como ‘sinal’. Uma definição que restringe e empobrece o sentido. Dizer que Sacramento é sinal dirige nossa atenção para o que vemos – pão, água, óleo, vela, sal, gestos e palavras – e não para o que o sinal aponta: a presença amorosa do Pai em nós.

Trata-se de um Mistério. É o próprio acontecer de Deus no ser humano. Nem ‘sinal’, nem ‘canal’ da Graça, mas a própria Graça celebrada. A vida inteira de Jesus foi uma liturgia, uma celebração da presença do Pai. Nosso rito também deve significar a nossa vida. Assim como Jesus foi a transparência de Deus, nós devemos ser a transparência do Cristo que habita em nós.
 
2.1. Os Sacramentos: vida de Cristo para a Sua Igreja

Uma realidade viva e entusiasmante é motivo de contínua ação de graças dos católicos: os Sacramentos da Igreja. No Sacramento, a promessa divina de estar presente em nós e conosco, revelada em Cristo Jesus, torna-se mais próxima, faz-se quase visível e palpável. Ela penetra em nosso coração e suscita uma resposta ativa que nos liberta e faz testemunhas do Amor de Deus e membros da Igreja.

A celebração dos Sacramentos abrange todas as etapas da existência humana, do nascimento até a morte, e é indispensável para alimentar a vida cristã. O nascimento para a Igreja, a passagem da infância para a maturidade da fé, a doença, o comer e o beber, a volta à Casa Paterna que abandonamos, o compromisso para a construção da família ou da comunidade eclesial são momentos singulares da vida que adquirem cor, sabor e perfume especiais com a manifestação sacramental da Graça de Deus.
 
2.2. Os Sacramentos de Cristo e da Igreja

Nos Sacramentos, nosso anseio de Vida Divina é saciado. O próprio Cristo Jesus nos comunica a Sua plena Comunhão com o Pai. Toda a vida cristã se desenvolve em torno dos Sacramentos, especialmente o da Eucaristia.

Ao longo de sua história bi-milenar, a Igreja foi discernindo que, entre suas celebrações litúrgicas, existem sete que são, no sentido próprio da palavra, Sacramentos instituídos pelo Senhor: o batismo, a confirmação ou crisma, a eucaristia, a penitência ou reconciliação, a unção dos enfermos, a ordem e o matrimônio. Jesus não é apenas o criador dos Sacramentos, mas também o seu Ministro. É Cristo quem batiza, quem consagra, quem perdoa, quem cura...

Além dos sacramentos, a liturgia da Igreja mostra uma rica variedade de manifestações da fé, chamadas genericamente ‘sacramentais’: proclamação da Palavra de Deus; liturgia das horas ou ofício divino; exéquias; dedicação de Igrejas e altares; Consagração de Virgens; Profissão religiosa; distribuição da sagrada comunhão fora da Missa; bênçãos em circunstâncias variadas, entre outras.
 
2.3. Ação santificadora do Espírito Santo

Nos Sacramentos, pela ação do Espírito Santo, o Mistério Pascal de Cristo transforma a vida dos cristãos e da comunidade eclesial.

Os Sacramentos são sempre:
- Sacramentos de Cristo: foram instituídos por Ele como obras primas da Nova e Eterna Aliança;
- Sacramentos da Igreja: existem através dela e para ela, constroem Igreja e dependem dela;
- Sacramentos da fé: eles dão e sustentam a fé para a sua reta e eficaz celebração;
- Sacramentos da salvação: conferem a Graça que significam;
- Sacramentos da vida eterna: celebram o Mistério do Senhor até que Ele venha.

Os Sacramentos não eliminam na Igreja ou nos fiéis a sua condição humana. Antes, eles purificam e integram toda a riqueza das palavras, dos sinais e dos símbolos.      
 
2.4. Os Sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia.

A vida litúrgica começa pelos Sacramentos da iniciação cristã. Eles nos inserem no Mistério Pascal do Senhor. O cristão é um iniciado – alguém que foi introduzido na Verdade Divina revelada, que é conservada e transmitida pela Igreja. A adesão afetiva e efetiva a Cristo é o caminho da conversão. Acolhido na Igreja, comunidade de fé e comunhão, o iniciado assume como própria a missão: o evangelizado passa a ser um evangelizador.
 
I - O Sacramento do Batismo

O batismo é o fundamento de toda a vida cristã e o nascimento para a vida nova em Cristo Jesus. Libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão.

O batizando é incorporado a Cristo crucificado e ressuscitado. Neste sentido, o batismo não pode ser compreendido apenas como uma bênção que se concede às crianças. Supõe mudança de vida, conversão e adesão a Jesus, uma resposta de fé, que se manifesta em um estilo de vida coerente com os valores do Reino.

O significado do batismo aparece claramente nos ritos e símbolos da celebração: imersão na água, sinal da cruz, veste branca, unção e luz (vela).

Pelo batismo, o cristão assume a tríplice missão: ele é sacerdote, profeta e rei. Sacerdote é aquele que consagra; profeta, o que ouve Deus, vive Deus, anuncia e denuncia; e rei – ou pastor –, o que assume o poder para melhor servir aos irmãos.

Através do matrimônio cristão, os pais tornam se responsáveis de pedir o batismo para seus filhos.
 
II - O Sacramento da Confirmação

È o sacramento que confirma e consolida a Graça batismal, unindo o cristão a Cristo e à sua Igreja e lhe dando força especial para testemunhar a fé. Também chamado Crisma, porque a unção com o sagrado óleo do crisma sinaliza a participação nas unções do Espírito – sobre Jesus, em Seu Batismo e sobre os apóstolos e Maria, em Pentecostes.

O gesto de estender as mãos sobre o confirmando e a unção com o crisma são os sinais do dom do Espírito. É íntima a relação entre os Sacramentos da Confirmação e do Batismo, mesmo que haja uma distância de anos entre as celebrações.

Considerando-se a prática comum do Batismo de crianças, a Confirmação adquire o sentido de maturidade da fé e da personalização do compromisso batismal. A celebração deve ter participação consciente e ativa, sendo precedida de cuidadosa catequese. Que o sacramento da crisma seja uma experiência especial na vida dos jovens.
 
III - O Sacramento da Eucaristia

A Eucaristia é raiz e o centro da vida cristã. Ela faz da Igreja o Corpo de Cristo. É a celebração da Ceia do Senhor e a renovação da Aliança que Deus oferece ao Seu Povo. É o memorial do sacrifício de Jesus em favor da humanidade. É sinal da unidade e é força para a caminhada dos cristãos. A Eucaristia anuncia e realiza o Reino de Deus, fortalecendo a prática da justiça e alimentando o amor, tanto para a partilha de bens e dons, como para a entrega da própria vida, se for preciso. 

A palavra “Eucaristia” significa “ação de Graças”. Durante a celebração da Missa, a Igreja, através do Celebrante, realiza duplo pedido a Deus-Pai, suplicando que envie o Espírito Santo: 1) sobre o pão e o vinho para que os transforme no Corpo e Sangue de Cristo; 2) sobre a comunidade reunida, para que, recebendo o Corpo e Sangue do Senhor, seja por Ele renovada e reunida num só corpo, o Corpo de Cristo. Participar da Eucaristia nos concede o privilégio de uma grande Missão: ser sinal, nos nossos ambientes, da Presença de Jesus.

“Senhor, fazei de nós um só Corpo e um só Espírito!” Comungar é unir-se a Cristo, formar um só corpo com Ele. É dispor-se a viver, em comunhão com a Igreja, a missão de evangelizar, através da escuta e anúncio da Palavra, da comunhão fraterna e do compromisso com a justiça. Nos ritos de despedida de todas as celebrações eucarísticas, a assembléia é enviada a viver e testemunhar a sua Fé em seu dia-a-dia para a edificação do Reino de Deus.

Também quando os fiéis de nossas comunidades se reúnem sem a presença do sacerdote para celebrar a Páscoa do Senhor, alimentando-se com o pão da Palavra, eles estão unidos à celebração da Eucaristia na Paróquia. Essa união é estabelecida através de ministros não ordenados, autorizados a presidir a celebração da Palavra e a conservar e distribuir a Sagrada Comunhão.

O católico tem o compromisso de participar da Eucaristia dominical, por ser celebrada no dia em que Cristo venceu a morte, e nos fez participantes da sua vida imortal (cf. Dies Domini 34).
 
2.5. Os Sacramentos medicinais: Penitência-Reconciliação e Unção dos Enfermos

A penitência e a unção dos Enfermos são chamadas Sacramentos medicinais ou de cura. A penitência é também chamada sacramento da reconciliação, perdão, confissão ou da conversão. Deus, em Seu infinito amor, nunca abandona a obra iniciada. Jesus Cristo, nosso redentor e salvador, instituiu esses Sacramentos para resgatar a vida nova da graça perdida pelo pecado.

Ao longo da vida e até nos momentos de fraqueza e doença, ouvimos, em nosso íntimo, o apelo de Jesus à conversão, Seu convite à Vida Plena. A conversão é necessidade contínua para a Igreja, que é santa, mas que reúne também os pecadores.

As celebrações desses Sacramentos são verdadeiros encontros com Cristo Redentor porque, através da Igreja, Jesus acolhe os que se encontram em estado de pecado, de fraqueza ou de doença. Nesses encontros de oração, a Palavra de Deus é proclamada e o Espírito Santo age. Por isso, esses Sacramentos são verdadeiros remédios que realizam a cura interior. Na unção dos enfermos, também é possível e desejável a cura da doença.
 
IV - O Sacramento da Penitência ou Reconciliação

Penitência ou reconciliação é o sacramento pelo qual o cristão obtém da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo é reconciliado com a Igreja que feriu pecando, e a qual colabora para sua conversão com caridade, exemplo e orações (cf. Lúmen Gentium 11).

Quanto melhor se conhece o sacramento da reconciliação, mais se aprecia esse verdadeiro dom de Deus à sua Igreja. Cristo instituiu esse sacramento para a conversão de todos os batizados que se afastaram de Deus e romperam com a comunidade pelo pecado. O poder divino, atuando através do ministério sacerdotal, restabelece a comunhão rompida.

O pecado é o verdadeiro mal a ser vencido, pois impede a harmonia da pessoa consigo mesma, com a comunidade de fé e com Deus. Provoca angústia e fere as relações fundadas na verdade e no amor, na justiça e solidariedade. O remédio do sacramento da penitência é a misericórdia de Deus que, movido por compaixão, perdoa, reconcilia e restaura a pessoa que se converte sob a ação do Espírito Santo e recebe a absolvição do sacerdote em nome de Cristo Jesus.

Para receber esse dom de Deus, o católico pede o Sacramento com fé, humildade, coração contrito, ao menos uma vez por ocasião da Páscoa ou sempre que a consciência lhe exigir, e se abre ao abraço de Cristo que, ao perdoá-lo, reintegra-o em sua condição de discípulo e membro de sua Igreja. Os atos do penitente são:

1) exame de consciência;
2) arrependimento;
3) o firme propósito de não pecar mais;
4) a confissão dos pecados perante o sacerdote, na confissão auricular, ou o reconhecimento explícito da condição de pecador, expresso pela presença perante o Sacerdote e a Igreja;
5) o cumprimento dos atos de penitência indicados pelo sacerdote para reparar o dano causado pelo pecado.

A celebração do Sacramento sublinha o caráter pessoal, comunitário e social do pecado, assim como da ação da Graça Divina. A Confissão é um momento privilegiado de vivência do mistério pascal, pois o penitente passa da morte do pecado para a Vida Nova em Cristo, e sob a ação do Espírito, dá glória a Deus Santo e Misericordioso.
 
V – O Sacramento da Unção dos Enfermos

A unção dos enfermos é o sacramento pelo qual a Igreja, através da unção e da oração dos presbíteros, entrega os doentes aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado, para que os alivie e salva (cf. Lumen Gentium 11).

Vem ao encontro da fragilidade do ser humano. Pode ser pedido em condição de doença ou velhice, seja ou não iminente o perigo de morte. Trata-se da ação misericordiosa do Cristo Redentor, que se torna presente no Sacramento para fortificar, sanar e reerguer o doente e o idoso.

O Evangelho revela a compaixão de Jesus para com os doentes. As numerosas curas realizadas são claros sinais de que, por Ele, chegou o Reino de Deus prometido e esperado e, com Ele, a vitória sobre o pecado, o sofrimento e a morte. Aceitando sua paixão e morte, Jesus deu sentido ao sofrimento humano.

A Igreja, além do cuidado com os doentes, acompanhando-os com orações, celebra o sacramento da unção dos enfermos. Nós cremos que a união do próprio sofrimento ao de Jesus pode se tornar meio de purificação e de salvação para nós e para a Igreja.

A Unção, se possível, deve ser precedida pela Confissão do doente. Torna-se, assim, oração da Igreja e confissão da fé do penitente - remédio e conforto espiritual para enfrentar a velhice, a enfermidade e a morte à luz do mistério de Cristo.

O Sacramento transmite o dom da fortaleza, para perseverar no caminho do bem e resistir às tentações. Lembra que o doente pode fazer de seu leito de dor, o altar de seu sacrifício, de sua imolação e de sua oferta ao Pai.
 
2.6. Os Sacramentos da comunhão e do serviço eclesial: Ordem e Matrimônio

Todos os Sacramentos da Igreja têm sentido comunitário. A Ordem e o Matrimônio são Sacramentos a serviço da comunhão e da missão. O Ministério Ordenado e o amor conjugal consagrados pela Graça do Sacramento são orientados para um fecundo dom de si para o outro e com os outros. Dom que se manifesta sob formas diferentes, que têm como fonte e imagem, o amor de Cristo pela Igreja. Ordem e matrimônio são Sacramentos de serviço à Igreja-comunidade que evocam o Ministério de Cristo, que se doa até o extremo por sua Igreja e pela família humana.
 
VI – O Sacramento da Ordem
“A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é portanto sacramento do ministério apostólico. Comporta três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado” (Catecismo da Igreja Católica 1536).

Essencial para a vida do Povo de Deus, mediante esse Sacramento alguns cristãos são consagrados para estar à frente da comunidade, animando e articulando o processo de edificação da Igreja, a serviço do anúncio e da construção do Reino de Deus.

Toda a Igreja é sacerdotal. Graças ao Batismo, os fiéis participam do sacerdócio de Cristo. Esta participação se chama sacerdócio comum dos fiéis. Existem, ainda, outros graus de participação na missão de Cristo, conferidos pelo Sacramento da Ordem. Os Ministros Ordenados – diáconos, presbíteros e bispos – têm a missão de servir à comunidade em nome e na pessoa de Cristo Jesus.

Os bispos e os presbíteros são, na Igreja, sinais da presença de Cristo, Servo do Pai, no serviço da salvação da humanidade. O bispo recebe a plenitude do sacramento da ordem, que o insere no Colégio Episcopal e faz dele o chefe visível da Igreja Particular que lhe é confiada.

O exercício do ministério, que exige contínua e generosa entrega pessoal, está intimamente ligado à pregação do Evangelho e à celebração dos sacramentos, especialmente da Eucaristia, fonte e cume da vida da Igreja.
 
VII – O Sacramento do Matrimônio
           
O matrimônio é a aliança conjugal, em Deus, pela qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor. É ordenado ao bem dos cônjuges, como também, a geração e educação dos filhos.

O sacramento do matrimônio tem sentido próprio no desígnio do Criador sobre o homem e a mulher. Deus, que é amor e os criou por amor, chamou-os no matrimônio a uma íntima comunhão de vida e de cuidados recíprocos. Assim os cônjuges já não são dois, mas uma só carne e portadores da bênção Divina: “Sejam fecundos e se multipliquem” (Gn 1,28).

Jesus Cristo restabelece a ordem inicial querida por Deus e dá a Graça para viver o Matrimônio na nova dignidade de Sacramento, que é o sinal do Seu amor de esposo da Igreja. Os cônjuges cristãos, pela virtude do Sacramento, participam do mistério da unidade e fecundo amor entre Cristo e a Igreja, ajudam-se a se santificar um ao outro na vida conjugal, na aceitação e educação dos filhos, e têm, por isso, no seu estado e função, um dom especial dentro do Povo de Deus.

O amor do casal abre-se em círculos concêntricos, que passam pela família, pela sociedade e chegam à Igreja, numa perspectiva histórica e de eternidade. Desta união procede a família, onde nascem os novos cidadãos da sociedade humana que, pela Graça do Espírito Santo, tornam-se filhos de Deus, para que o Povo de Deus se perpetue. Mais ainda, a Graça do Sacramento do Matrimônio transforma a família em Igreja Doméstica, espaço para o exercício do sacerdócio dos fiéis casados.

O sacramento do matrimônio concede aos esposos a Graça de se amarem com o mesmo amor com que Cristo amou a sua Igreja. Os cônjuges cristãos participam no Mistério da paternidade de Deus e da maternidade da Igreja.
 
2.7. Os Sacramentos se celebram em comunidade

Na liturgia dos sacramentos, a pessoa e a comunidade celebram a gratuidade do amor de Deus e fortalecem seu compromisso com o Reino de Deus e a vida nele oferecida. A comunidade é o lugar privilegiado para a celebração dos sacramentos, vida de fé e seguimento a Jesus Cristo.

Há um momento para celebrar cada Sacramento. No ato da celebração, a vida da Graça é posta como que em semente que deve ser cultivada. Os Sacramentos, descobertos e vividos com participação consciente, tornam-se fontes que jorram para a vida eterna.

Nossa existência corre o risco de continuar no mesmo ritmo, repetitivo e monótono, através dos anos, sem questionamentos ou atualizações. Os sacramentos realizam a dinâmica transformadora do Mistério Pascal na comunidade e na intimidade do cristão. A participação do católico nas celebrações cria maior compromisso com a vida, com a luta e com o sofrimento dos mais necessitados.

As injustiças, cada vez mais, o tocam, o incomodam e o levam à opção radical pelo Reino de Deus. Em nossa oração e ações estão sempre presentes os excluídos. Eles nos recordam o compromisso com o seguimento de Jesus, pobre e fiel, que veio para dar Vida para todos. E se Jesus Cristo é o caminho, é preciso segui-lo.
 
3. Uma existência animada pela Graça dos Sacramentos

O ser humano está eternamente mergulhado no amor de Deus. N’Ele vivemos, existimos e nos movemos. A vida, em suas diversas etapas e circunstâncias, só é possível pela Graça – presença de Deus. Nós, cristãos, somos os que temos consciência dessa realidade e, com profunda gratidão, a celebramos nos Sacramentos da Igreja. É uma questão de opção e de fé, de adesão a Jesus Cristo e à sua Igreja. Também é uma questão de iniciação e de formação.

A Liturgia educa nossa fé, o seguimento de Jesus Cristo, nossa espiritualidade. Porém ela não atua automaticamente, depende de uma atitude fundamental de nossa parte.

A Liturgia educa, na medida em que as pessoas participam da própria ação litúrgica de maneira plena, ativa e consciente, exterior e interiormente. Só assim será uma participação fértil e transformadora. Então, a ação litúrgica é capaz de formar (dar forma, alimentar, ajudar a crescer) o cristão, o “novo ser” em cada um de nós. Isto acontece na medida em que assumimos pessoalmente, depois da celebração, o jeito de viver de Jesus de Nazaré que a Liturgia nos propõe.

O católico que se coloca na presença de Cristo e se deixa tocar e transformar por Seu Espírito na celebração dos Sacramentos, também se entregará a Cristo no Seu Corpo visível – a família, e a comunidade, especialmente aos que sofrem as várias formas de abandono e exclusão. Poderá viver em Cristo e anunciar a alegria das Bem-aventuranças a todas as pessoas que buscam, amam e procuram melhorar o mundo e a humanidade!

Certamente não estamos sozinhos. Estamos muito bem acompanhados. É questão de fé e amor acolher e seguir Jesus, presente na Liturgia dos Sacramentos e na Liturgia da vida. Quem deu e quem dá sentido à nossa vida, às nossas lutas, à nossa história é o próprio Jesus que, por amor ao Pai e a toda humanidade, foi fiel à sua missão até o fim.

Celebrar a Páscoa em todos os Sacramentos e na vida é isso! É participar no Mistério de Cristo, deixando Deus trocar morte por Vida, a partir de pequenos e grandes gestos de doação, de fidelidade, de entrega, recordando o que Jesus fez e disse: “Façam isso em memória de mim”.

Assim, toda a existência do cristão se torna sacramental, culto em espírito e verdade, sacrifício da vida no serviço fraterno. Então, no rito e na vida, a Liturgia será expressão de uma existência no Espírito, a serviço do Reino. A vida de todos nós, católicos, unidos na comunhão dos Sacramentos, vai se tornar Sacramento do encontro com Cristo para todos os irmãos e irmãs.
 

Capítulo IV – A Vida Nova em Cristo
 
Pai querido, conscientes de que Cristo nos libertou, nós queremos segui-Lo. Fortalecidos pela Graça – a Vossa presença em nós - comprometemo-nos com o diálogo fraterno, reconhecendo o nosso próximo como o mais importante. Em especial, desejamos ser sinal de Vossa ternura para as pessoas com deficiência, pobres, sofredoras e aflitas, vivendo em alegre partilha do Amor, o Mandamento Maior. Amém.
 
1. A vida nova em Cristo e identidade católica.
 
“Se alguém está em Cristo é nova criatura.” (2Cor 5,17)
 
Vivemos um tempo de mudanças radicais. Os problemas sociais se agravam com a diversidade de comportamentos. Cada um julga possuir a verdade. É comum a pessoa definir valores e normas por conta própria e adotar a sua moral pessoal.

Mas o discípulo de Jesus não cria valores e normas. Ele os recebe da Igreja e os vive de modo consciente e responsável. A Igreja, por sua vez, os fundamenta na Sagrada Escritura, na Tradição e no que conhece dos homens e mulheres, estabelecendo diálogo fecundo com os diversos campos do saber e da cultura, para compreender melhor a natureza humana, a vida social e os desafios contemporâneos.

A Moral Cristã – é adesão a Jesus Cristo e se manifesta na prática dos valores evangélicos: caridade, fraternidade, justiça, misericórdia, solidariedade, defesa da vida e da dignidade de pessoa. Portanto, não deve ser vista como um conjunto de normas abstratas, um código frio de leis e proibições.

A conduta do discípulo de Jesus é a realização, na sua vida, das palavras e atitudes do Mestre. A fé que professa e celebra é alimentada na comunidade e concretizada no seu cotidiano. Vida Nova em Cristo é isto: trazer a Palavra de Cristo para nossa participação na construção da história.

Viver em Cristo é não se acostumar e nem se acomodar às estruturas injustas da sociedade, mas transformar o próprio jeito de pensar e de agir, discernindo o que é bom e agradável a Deus e trilhando o processo de conversão.

Cristo é o caminho e segui-lo significa andar na direção da Vida Plena, da realização do Reino.
A fidelidade criativa e responsável a Jesus é dom precioso oferecido por Deus, a que devemos responder com a nossa vida, uma resposta amorosa, agradecida, e que multiplica e distribui o bem que Ele nos legou.
 
2. Para compreender os alicerces da moral
 
“É para a liberdade que Cristo nos libertou.” (Gl 5,1)
 
Criada por Deus à Sua imagem e semelhança, cada pessoa é convidada a aceitar o Seu projeto de Amor, ultrapassando o cumprimento automático e mecânico de leis e normas.

Em Jesus nós encontramos a chave de nossa semelhança divina. Ele é a Palavra exemplar e é n’Ele que o ser humano se reconhece como imagem do Criador e pode responder livremente à Proposta que o Pai Misericordioso lhe dirige. Redimido por Cristo e sustentado pela Graça, é capaz de buscar o bem e superar o mal, no caminho para sua realização.

Por ser criatura de Deus, cada pessoa traz em si distinção própria. Sua vida e dignidade devem ser respeitadas em todas e quaisquer situações. Independente da condição social, cultural, étnica ou religiosa em que se encontre, a vida deve ser respeitada, valorizada, defendida e promovida. Cada ser humano é um administrador da vida, dom de Deus, e não um senhor que dela possa dispor arbitrariamente, manipulando-a ao sabor de interesses ou ideologias.

A Igreja enfatiza o valor da consciência, núcleo mais profundo, sacrário onde a pessoa está a sós com Deus. Pela consciência, podemos avaliar se uma ação, realizada ou por realizar, é ou não moralmente boa e tomar decisões corretas. Jesus ressaltou a importância do coração, que deve ser puro, para que dele não venham más ações.

A consciência moral está sempre em formação, em processo de amadurecimento, e deve ser educada para assumir postura crítica responsável diante dos padrões de comportamento social apresentados pelos meios de comunicação ou ditados pela cultura. A sociedade precisa de homens e mulheres capazes de fundamentar eficazmente, em nome da ética cristã, atitudes e práticas que superem o oportunismo, o utilitarismo, a arbitrariedade, a perversidade e o egoísmo.

A ética cristã é mais do que uma moral normativa. É a ética da aliança, da Vida Nova. Ajuda à compreensão de que ser discípulo de Jesus é fazer a experiência do amor. Experiência sempre limitada, pois carregamos em nós a marca da condição humana.

Por isto, precisamos indicações claras que expressem as melhores possibilidades éticas, no horizonte da liberdade e da fidelidade criativa. A norma moral é um sinal que nos remete à lei que já possuímos dentro de nós, como dádiva de Deus. Nós reafirmamos o desejo de cumpri-la para crescermos em santidade.

Do Primeiro Testamento, recebemos o Decálogo, expressão da aliança que Deus fez com o Povo Eleito através de Moisés no Monte Sinai. São os Dez Mandamentos que acolhemos no coração e cumprimos na vida. Ao longo dos séculos, os Dez Mandamentos têm orientado a conduta do Povo de Deus. Eles devem ser vistos como caminho de vida e de libertação para a pessoa, para a comunidade e para o Povo.

O Decálogo (dez Mandamentos), em sua expressão original, deve ser compreendido no contexto do Êxodo, centro da Antiga Aliança, libertação de Israel da escravidão do Egito. (Ex 20,1-17) E são assim resumidos na tradição catequética da Igreja:
 
1. Amar a Deus sobre todas as coisas.
2. Não tomar o Seu Santo Nome em vão.
3. Guardar os domingos e festas.
4. Honrar pai e mãe.
5. Não matar.
6. Não pecar contra a castidade.
7. Não furtar.
8. Não levantar falso testemunho.
9. Não desejar a mulher do próximo.
10. Não cobiçar as coisas alheias.
 
Ao ser argüido pelos fariseus e saduceus sobre qual seria o maior mandamento da Lei, Jesus fez uma síntese do Decálogo, mostrando a essência da Lei: o amor a Deus e o amor ao próximo. Na véspera de sua paixão, foi além: “Amem-se uns aos outros como Eu lhes tenho amado. Nisto todos conhecerão que são meus discípulos – se vocês se amarem uns aos outros”.

3. O pecado

As normas que nos são dadas pela Igreja sobre pontos específicos do comportamento moral devem ser observadas à luz da Lei de Cristo. É ela que nos ilumina e capacita para fazer o bem, que nos orienta no caminho do verdadeiro amor – que consiste na prática da ternura, da mansidão, do respeito, do diálogo construtivo e da tolerância ativa.

Mas nós podemos dizer não à proposta do Pai, ao Plano da Graça. O pecado é conseqüência do mau uso da liberdade. O ser humano recusa a felicidade que Deus lhe oferece através do caminho que a Igreja lhe aponta.

A Bíblia nos diz que a raiz do pecado está em “comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal” (cf. Gn 2,17), isto é, está em decidir o que é bom e o que é mau para nós, sem ouvir Deus, sem a Sua Palavra, fechando-nos orgulhosamente sobre nós mesmos. Ao pecar, refazemos a experiência de Adão e Eva e abrimos caminho para o pecado de Caim, irmão que destrói o irmão, negação da fraternidade e da vida.

Pecar é rejeitar Jesus Cristo e o Evangelho, é abandonar a casa do Pai Misericordioso, romper a comunhão com Deus e com os irmãos, destruir a obra do Criador, recusar a vida nova no Espírito.

Reconhecer o nosso pecado é o início da conversão e da reconciliação. O “Sim” eterno do Amor de Deus é mais forte do que o “Não” do ser humano pecador. O Amor de Deus é mais forte do que o egoísmo humano e está sempre disponível para os que buscam trilhar o caminho de conversão e santidade – nossa vocação fundamental.

A pessoa de coração puro e vida santa é “bem-aventurada”, é verdadeiramente feliz, pois vai alcançando sempre mais a plenitude da realização humana, a Vida Nova em Cristo.
 
4. A vida nova do cristão no coração do mundo.
 
“Porei minha lei no fundo de seu ser e a escreverei
 em seu coração”
(Jr 31, 33)
 
A vida nova em Cristo envolve toda a existência dos discípulos de Jesus, incluindo o vasto e complexo campo da vida em sociedade, onde eles devem cumprir o mandato de ser sal da terra, luz do mundo e fermento na massa.

O cristão não pode manter-se indiferente ao que acontece na comunidade, a omitir-se diante dos problemas dos irmãos que sofrem.

Os rumos da vida social dependem da postura e da contribuição de cada discípulo e de cada comunidade eclesial. O cristão está no coração do mundo para ser sinal da misericórdia e de consolação. Não reduz a sua atuação à vida interna da Igreja ou aos serviços e ministérios dentro da comunidade. Seu campo de atuação é o mundo, com seus desafios.

O ideal de justiça que motiva o cristão e o mantém comprometido com a transformação da sociedade nasce no coração do Evangelho. É conseqüência da fé que ele vive, da sua opção de seguir Jesus.

O católico encontra o precioso desdobramento da fonte evangélica na Doutrina Social da Igreja. Aqui estão reunidos os principais ensinamentos do Magistério a respeito da vida em sociedade, alicerçados na Sagrada Escritura e na Tradição.

O serviço da caridade e da justiça é exigência fundamental na ação evangelizadora da Igreja, continuando a missão de Jesus. Por isso, a ação dos católicos no campo social, animada pela fé da Igreja, torna-se verdadeira ação evangelizadora: ela testemunha a atualidade e a força transformadora do Evangelho para a sociedade.

A postura fundamental da Igreja na sociedade é profética, de anúncio e denúncia. Anúncio da Boa Nova do Reino e de suas conseqüências para a vida social – Paz, como fruto da Justiça. Denúncia dos graves atentados contra o ser humano, que contrariam o Plano de Deus. A Igreja não propõe um modelo de sistema social, nem pretende oferecer solução técnica para os problemas econômicos, menos ainda fazer opção político-partidária. No entanto, encoraja os leigos e leigas a fazê-lo. Os fiéis participam na elaboração de projetos sócio-políticos, engajam-se no campo político-partidário, preservando a sua identidade católica e dando testemunho de honestidade, competência e de dedicação ao bem comum.

A participação do católico na construção de uma sociedade justa e solidária exige a defesa e a promoção dos direitos humanos. Os direitos devem ser efetivamente assegurados no contexto de uma democracia participativa e não meramente representativa. O compromisso católico em favor da paz, na superação da violência e das guerras, exige a adesão pessoal a um projeto de Amor e de Justiça.

A evangélica opção pelos pobres merece prioridade na reflexão e na prática dos católicos no mundo da economia e da política, exigindo iniciativas privadas e públicas para superar a miséria e a fome. Ao invés da acumulação egoísta de bens e da busca insaciável do lucro e poder, a Igreja propõe a partilha e a solidariedade, o acesso de todos aos bens e serviços necessários à vida digna, de modo a favorecer a superação das desigualdades entre pessoas, regiões e nações.

Outro setor da vida social em que os católicos devem se fazer presentes, oferecendo sua contribuição própria, é o da cultura. Os campos da comunicação, da pesquisa científica, da ecologia, da promoção da mulher e da criança e do empenho pela paz são lugares e situações a serem iluminados pela luz do Evangelho. São setores onde a Palavra de Deus deve ser anunciada e testemunhada através do serviço e do diálogo.

A exigência de respeito deve também ser vivida diante das manifestações culturais próprias de cada região, especialmente as de origem indígena e africana, de modo a fomentar relações de convivência pacífica entre diferentes povos e grupos humanos.
 
5. Sexualidade e amor humano

No campo da Moral, as muitas opiniões existentes – diferentes e divergentes – desafiam o católico a ter uma visão correta e uma vivência cristã da sexualidade. Este tema não pode ficar excluído da Vida Nova em Cristo. Na Palavra de Deus e nas orientações da Igreja, o católico encontra uma ética da sexualidade capaz de dar significado profundo a esta rica realidade humana e também de orientar o seu comportamento rumo à sua realização como pessoa. A vivência da sexualidade não pode ser excluída da ética, nem ficar à margem da fé.

Diante da tendência crescente de se fazer da sexualidade um artigo de compra-e-venda, de se tratar a sexualidade como uma mercadoria a ser desfrutada segundo a liberdade e o interesse de cada um, o católico é chamado a reconhecer a dignidade desta dimensão humana.

Diante da violência, do abuso e da banalização das relações entre as pessoas, o católico é chamado a viver um amor capaz da gratuidade e da fecundidade que sustenta os encontros significativos e vitais. Vive a sua sexualidade iluminado pela fé e sustentado pela Graça, num processo de conversão permanente que envolve toda a existência, a caminho da Vida Plena, imagem do Homem Novo – Jesus de Nazaré.
 
A visão católica da sexualidade afirma a igual dignidade do homem e da mulher, exigindo a superação de formas de dominação que desrespeitam o ser humano e a rejeição de qualquer manifestação de violência sexual.

A realidade do matrimônio e da família está marcada por luzes e sombras, por questões relativas a valores e por sérios problemas que representam grandes desafios. A maneira de viver a moral matrimonial e familiar no dia-a-dia depende de como são entendidos o casamento e a família. À luz da fé, o casamento jamais pode ser visto como mero contrato entre um homem e uma mulher – é um Sacramento da Igreja. A conduta do casal depende dessa compreensão do matrimônio como Sacramento.

Afirmar que o Matrimônio é Sacramento significa reconhecer que o amor que une homem e mulher no casamento tem seu sentido mais profundo em Deus, e não pode ser reduzido a um simples fato natural ou acontecimento social. O Matrimônio, como Sacramento assumido e celebrado na Igreja, é sinal visível do próprio Amor de Deus, da Aliança de amor fiel, perene e fecundo, entre Deus e Seu Povo, da união inseparável entre Cristo e a Igreja.

Deus ama sempre e para sempre, de modo fiel: na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, em todos os dias da vida. Ama gerando a vida e educando; Seu amor é criador e fecundo. Assumir e viver o matrimônio significa assumir o compromisso de amar como Deus ama: um amor que nunca se acaba e que sustenta a fidelidade e o compromisso de gerar a vida dos filhos com responsabilidade, educando-os para a experiência da fé.

O matrimônio, unindo o homem e a mulher numa aliança inseparável de amor e fidelidade, é a base da família, cuja importância na vida social precisa ser mantida e aprofundada. O amor conjugal não se fecha sobre si, mas se abre para a geração dos filhos.

Na transmissão da vida pelos esposos, a Igreja propõe uma atitude de fecundidade responsável, que pressupõe não só procriar, mas, acima de tudo, acolher e cuidar dos filhos com amor e educá-los na fé. Daí, a exigência do planejamento familiar, conforme as orientações da Igreja, que é sinal de maternidade e paternidade responsáveis.

A convivência da família católica deve ser marcada pela prática do amor fraterno, do diálogo e do respeito mútuo, pelo exercício do perdão e da busca de unidade. Seu alimento deve ser a vida de oração, a escuta atenta da Palavra de Deus e a participação na vida da Igreja.

O autêntico amor conjugal tem a sua fonte em Deus, que é Amor.O amor que une o casal católico não depende apenas do seu compromisso e dos seus esforços. A Graça de Deus está presente de modo eficaz, e não apenas simbólico, na celebração litúrgica e na experiência do dia a dia da família, sustentando, em meio a tantos desafios, o compromisso de amor e fidelidade.

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martírio célebre no século II foi o de Santo Inácio de Antioquia; no ano 107, no Coliseu de Roma, vítima da perseguição de Trajano (98-117), por ocasião dos gigantescos espetáculos dados por este imperador para comemorar suas vitórias sobre os dácios. Inácio foi condenado juntamente com Rufo e Zózimo.

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Viva a Nossa Senhora Aparecida.













No dia 12 de outubro, comemoram-se três datas, embora poucos lembrem-se de
todas elas: Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil, o Dia das Crianças e o Descobrimento da América. Nosso feriado nacional, no entanto, deve-se somente à primeira data, e, embora a devoção à santa remonte aos idos do século XVIII, só foi decretado em 1980.
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma.
Segundo estas fontes, em 1717 os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chamado de rio Itaguaçu. Ou melhor, tentavam pescar, pois toda vez que jogavam a rede, ela voltava vazia, até que lhes trouxe a imagem de uma santa, sem a cabeça. Jogando a rede uma vez mais, um pouco abaixo do ponto onde haviam pescado a santa, pescaram, desta vez, a cabeça que faltava à imagem e as redes, até então vazias, passaram a voltar ao barco repletas de peixes. Esse é considerado o primeiro milagre da santa. Eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura.
Durante os próximos 15 anos, a imagem permaneceu com a família de Felipe
Pedroso, um dos pescadores, e passou a ser alvo das orações de toda a comunidade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava. A família construiu um oratório, que, logo constatou-se, era pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior. Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.

Em 1834 iniciou-se a construção da igreja que hoje é conhecida como Basílica Velha. Em 06 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e deixou para a santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com o manto azul. Em 8 de setembro de 1904 foi realizada a solene coroação da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e, em 1930, o papa Pio XI decreta-a padroeira do Brasil, declaração esta reafirmada, em 1931, pelo presidente Getúlio Vargas.
A construção da atual Basílica iniciou-se em 1946, com projeto assinado pelo
Engenheiro Benedito Calixto de Jesus. A inauguração aconteceu em 1967, por oca
sião da comemoração do 250.º Aniversário do encontro milagroso da imagem,
ainda com o templo inacabado. O Papa Paulo VI ofertou à santa uma rosa de ouro, símbolo de amor e confiança pelas inúmeras bênçãos e graças por ela concedidas. A partir de 1950 já se pensava na construção de um novo templo mariano devido ao crescente número de romarias. O majestoso templo foi consagrado pelo Papa, após mais de vinte e cinco anos de construção, no dia 4 de julho de 1980, na primeira visita de João Paulo II ao Brasil.

A data comemorativa à Nossa Senhora Aparecida (aniversário do aparecimento
da imagem no Rio) foi fixada pela Santa Sé em 1954, como sendo 12 de outubro, embora as informações sobre tal data sejam controversas. É nesta época do ano que a Basílica registra a presença de uma multidão incontável de fiéis, embora eles marquem presença notável durante todo ano.

A imagem encontrada e até hoje reverenciada é de terracota e mede 40 cm de
altura. A cor original foi certamente afetada pelo tempo em que a imagem esteve mergulhada na água do rio, bem como pela fumaça das velas e dos candeeiros que durante tantos anos foram os símbolos da devoção dos fiéis à santa. Em 1978, após o atentado que a reduziu a quase 200 pedaços, ela foi reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época, restauradora do Museu de Arte de São Paulo. Peritos afirmam que ela foi moldada com argila da região, pelo monge beneditino Frei Agostinho de Jesus, embora esta autoria seja de difícil comprovação.

Seja qual for a autoria da imagem ou a história de sua origem, a esta altura ela pouco importa, pois as graças alcançadas por seu intermédio têm trazido esperança e alento a um sem número de pessoas. Se quiser saber mais detalhes sobre a Basílica e sua programação, visite o site www.santuarionacional.com.br, no qual também é possível acender uma vela virtual. E já que a fé, assim como a internet, não conhece fronteiras, eu já acendi a minha, por um mais paz e igualdade no mundo. Acenda a sua e que
Nossa Senhora Aparecida nos ouça e ilumine o mundo, que está precisando tanto de cuidados.

Além da farta pescaria, muitos outros milagres são atribuídos à Nossa Senhora Aparecida. Veja alguns abaixo:
A libertação do escravo Zacarias
O escravo Zacarias havia fugido de uma fazenda no Paraná e acabou sendo
capturado no Vale do Paraíba. Foi caçado e capturado por um famoso capitão
do mato e, ao ser levado de volta, preso por correntes nos pulsos e nos pés,
e como passassem perto da capela da Santa, pediu permissão para rezar diante
da imagem. Rezou com tanta devoção que as correntes milagrosamente se
romperam, deixando-o livre. Diante do ocorrido, seu senhor acabou por
libertá-lo.

O cavaleiro ateu
Um cavaleiro que passava por Aparecida, vendo a fé dos romeiros, zombou
deles e tentou entrar na igreja a cavalo para destruir a imagem da santa. Na
tentativa, as patas do cavalo ficaram presas na escadaria da igreja. Até
hoje pode-se ver a marca de uma das ferraduras em uma pedra, na sala dos
milagres da Basílica Nova.

A cura da menina cega
Uma menina cega, ao aproximar-se, com a mãe, da Basílica, olhou em direção a
ela e, de repente, exclamou "Mãe, como aquela igreja é bonita." Estava
enxergando, perfeitamente curada.

NILTON

O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Romanos 6:23


TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA

TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA
Teresa de Cepeda y de Ahumada (nasceu em Ávila em 1515) guiada por Deus por meio de colóquios místicos e por seu colaborador e conselheiro espiritual são João da Cruz (reformador da parte masculina da ordem carmelita, empreendeu aos quarenta anos uma missão que tem algo de incrível para uma mulher de saúde delicada como a sua: do mosteiro de são José, fora dos muros de Ávila, primeiro convento do Carmelo por ela reformado, partiu, carregada pelos tesouros do seu Castelo Interior, para todas as direções da Espanha.