quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Mistério Pascal DE JESUS

Nova "Communio" é dedicada ao Mistério Pascal
“O Mistério Pascal” é o tema da mais recente edição do segundo número de 2010 da “Communio”, revista internacional católica.
Henrique Noronha Galvão, diretor desta publicação trimestral, e M. da Graça Pereira Coutinho assinam a apresentação, que reproduzimos seguidamente.
«O Mistério Pascal constitui o centro de toda a vida e missão de Jesus, para o qual todos os mistérios da sua vida convergem. É pela páscoa, pela passagem da morte à nova vida de ressuscitado, que Jesus realiza plenamente a reconciliação de todos os homens com Deus e entre si. E assim que se dá a salvação daqueles que Deus criou para O alcançarem na plenitude da felicidade para eles reservada, mas da qual a soberba os afastara desde o início da sua história. A abundância do pecado porém dá ocasião, por Jesus Cristo, à superabundância da graça (cf. Rm 5,20) a que se acede pela fé.
A este mistério, cuja importância central foi por vezes esquecida, é dedicado o presente número da Communio no contexto da série dos mistérios da vida de Jesus.
ImagemJesus prepara-se para lavar os pés aos seus discípulos. Palma Giovane
José Tolentino Mendonça apresenta-nos o episódio de Emaús como um verdadeiro laboratório da fé pascal, em que os discípulos percorrem o caminho que leva da Jerusalém pré-pascal à Jerusalém pascal. Este percurso consiste na passagem do desejo de ver ao desejo de crer em Cristo Ressuscitado, e implica o acolhimento de Jesus não já como um forasteiro mas como o anfitrião que reparte o Pão e convida a partilhar a sua vida. Para o Autor, a hermenêutica pascal supõe Emaús na medida em que implica "o regresso ao Caminho, à Palavra e à Mesa da fração do Pão": "A sequência dos gestos de Jesus à mesa atesta que Ele não só toma o pão como se dá naquele pão, num gesto que reenvia para a dádiva total, na hora máxima da cruz."
ImagemÚltima Ceia de Jesus com os discípulos. Jaume Huguet
O Sábado Santo, e nele a descida de Jesus aos "infernos", constitui um aspeto fulcral da teologia do Mistério Pascal em Hans Urs von Balthasar. Paolo Martinelli expõe os aspetos fundamentais da perspetiva balthasariana sobre este tema. Confere particular destaque ao horizonte trinitário em que acontece todo o Mistério Pascal, explicitando depois a dimensão salvífica dessa descida à região dos mortos como expressão maior da solidariedade de Cristo com todos os homens, mesmo com os que desceram ao abandono extremo, "lá onde o Pai não pode ser encontrado". A descida de Jesus aos infernos é, numa imagem tipicamente balthasariana, Deus que abraça a humanidade "a partir de baixo": "aquela obediência até à morte de cruz, na qual em Cristo Jesus se constitui a nova e eterna aliança". O que não dá um conhecimento certo acerca da salvação de todos os homens nem anula a responsabilidade de cada um, mas legitima uma esperança fundada no gesto extremo de Jesus.
ImagemTintoretto
Gérard Rémy, inspirando-se num outro teólogo já falecido, François-Xavier Durrwell, explica-nos o sentido profundo da morte de Jesus Cristo à luz da ressurreição. Ela surge, então, como a expressão última da obediência filial de Jesus em que se realiza, no âmbito da sua humanidade, a "geração na morte" do Filho de Deus, a consumação final do ser filial de Jesus pela força do Espírito: "O paradoxo do Espírito de amor é realizar a comunhão a partir da separação, aliar a proximidade e a distância. É deste modo que o Pai gera o Filho, mas na morte aceite para ser vencida pelo poder do seu amor personificado pelo Espírito."
ImagemJesus reza, em agonia, no Jardim das Oliveiras, antes do processo que o levará à morte. Duccio di Buoninsegna
E que dizer da tristeza de Jesus no Getsémani? Na exegese de St. Ambrósio de Milão (séc. IV) sobre esta passagem dos evangelhos, Giorgio Maschio sublinha a sua grande profundidade inserida na tradição eclesial anterior. Trata-se de entender Jesus como Deus que assumiu verdadeiramente a nossa humanidade, partilhando da nossa condição com todos os seus afetos para assim nos trazer a salvação. Diz St. Ambrósio: "... ele teria sido para mim de menor proveito, se não tivesse tomado sobre si os meus sentimentos. Por isso é que se entristeceu por mim, ele que não tinha nenhum motivo para se entristecer por si próprio; e, posto de lado o gozo da eterna divindade, experimenta o tédio da minha enfermidade. Ele tomou sobre si a minha tristeza para doar-me a sua alegria, e desceu com os nossos passos até à angústia da morte, para nos fazer voltar à vida com os seus passos."
ImagemEcce Homo (Eis o Homem): Jesus, depois de flagelado e coroado com uma coroa de espinhos, é apresentado ao povo. Hieronymus Bosch
No artigo “Celebração litúrgica do Mistério Pascal”, Carlos Cabecinhas descreve a evolução do conceito de mistério pascal desde os primórdios do Cristianismo até à atualidade. Realçando a sua centralidade em todo o culto cristão, sublinha em particular o Tríduo Pascal, apresentado como uma unidade, um único conjunto celebrativo, centro de todo o ano litúrgico. Mais do que isso, numa palavra de L. Bouyer: "Todo o culto cristão não é mais do que uma celebração contínua da Páscoa". E numa outra formulação, também recordada neste artigo, João Paulo II afirma que "a liturgia da Igreja... tem como função primária reconduzir-nos a percorrer incansavelmente o caminho pascal aberto por Cristo, no qual se aceita morrer para entrar na vida".
ImagemJesus carrega a cruz a caminho do Calvário, onde será crucificado. Andrea di Bartolo
No que respeita à celebração do lava-pés, quer na liturgia do Tríduo Pascal quer na tradição beneditina, Olivier Quernadel considera que ela permanece um tesouro escondido. Terá ela, de facto, ainda sentido para a mentalidade de hoje? O Autor defende a necessidade de redescobrir o seu significado profundo de cuja atualidade não duvida. O lava-pés é expressão de um serviço humilde e recíproco, única forma de viver o amor e a fraternidade segundo o ensinamento e exemplo de Jesus Cristo.
ImagemJesus cai. Raffaello Sanzio
Em “Memória passionis. Breve leitura de Johann Baptist Metz”, João Duque apresenta a leitura do Mistério Pascal proposta por Metz. Estabelecendo uma ligação profunda entre a memória do Mistério Pascal e a memória do sofrimento dos homens, em particular dos inocentes, Metz chama a atenção para o perigo da amnésia cultural a que hoje se assiste e, consequentemente, para a importância de fazer memória. Mas João Duque deixa uma interrogação: "Como pensar, neste contexto, a força presente do amor que dá a vida pelo outro, precisamente na medida em que é um amor que sofre com o sofrimento do outro inocente? Não poderá ser a força desse amor, porque força de Deus-amor, precisamente aquela que dá força à memória e à esperança e, por isso mesmo, constitui o princípio salvífico universal, sobretudo para as vítimas inocentes?"
ImagemMatthias Grünewald
Em “A Última Ceia de Leonardo”, Timothy Verdon situa esta obra do pintor renascentista no contexto em que foi concebida ao ser destinada ao refeitório de um mosteiro, o que desde logo lhe imprime uma intenção clara de apelo ao compromisso de radicalidade de vida cristã assumido pelos monges. Percorrendo diversos sentidos subjacentes a esta pintura, Verdon, no âmbito do seu objetivo de caráter teológico-espiritual, destaca especialmente a dimensão psicológica, de interioridade, patente particularmente na figura de Cristo, dimensão que confere a esta pintura uma expressividade invulgar.
ImagemSepultamento de Jesus. Fra Angelico
À maneira de Depoimentos, foi recolhida uma série de vivências do Tríduo Pascal, segundo práticas que se distribuem pelas cidades do Porto e de Lisboa, e nas regiões do Alentejo, Algarve e S. Miguel nos Açores: “O ‘Compasso’, forma popular de celebrar a Páscoa (Manuel A. Ribeiro); “O Tríduo Pascal na Paróquia de Santa Isabel, Lisboa” (Maria C. de Lobão); “As Endoenças na aldeia de Safara” (António M. Aparício); “Procissão das tochas floridas. São Brás de Alportel” (José Cunha Duarte); “Os Romeiros” (Duarte Melo Ribeiro).
ImagemRessurreição. Piero della Francesca
Servem estes textos para documentar a importância, por um lado, da iniciativa e criatividade pastoral de párocos empenhados em que as comunidades cristãs tomem consciência da centralidade do Mistério Pascal na vida da Igreja e de cada um dos fiéis e, por outro lado, de toda a riqueza de uma religiosidade popular que mantém viva a memória dessa mesma consciência através de práticas por vezes muito antigas.
ImagemS. Tomé coloca o dedo na ferida aberta de Cristo, comprovando que o Ressuscitado é o mesmo que foi crucificado. Caravaggio
Na secção Perspetivas, são apresentadas Notas sobre a II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, redigidas por Pedro Bravo que acompanhou de perto o seu decorrer. Adotou como título, de modo sugestivo, a expressão África! Acorda, levanta-te e anda, inspirada no texto de Atos dos Apóstolos 3,6 em que Pedro fez um primeiro milagre em nome de Jesus ressuscitado. Procura, assim, traduzir a temática a que o Papa Bento XVI quis subordinar esta reunião dos principais responsáveis da Igreja do continente: A Igreja em África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz: "Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo" (Mt 5,13.14). E sublinha um aspeto fundamental do modo como decorreu essa Assembleia: "...os bispos africanos, mesmo ao falar dos seus males, nunca perderam o sentido de humor e conseguiram ser sobretudo positivos, promovendo a esperança, reafirmando a opção pela vida, realçando as experiências de reconciliação, de promoção humana e de progresso bem sucedidas no continente, e apelando ao enorme arsenal de experiência humana, sabedoria milenar e valores culturais do continente africano, os quais, purificados, confirmados, robustecidos e radicalizados pelo Evangelho, podem ajudar os povos africanos a reencontrar a sua identidade e enveredar pelo caminho que favorece a reconciliação, a justiça e a paz."»

Henrique Noronha Galvão, M. da Graça Pereira Coutinho
In Communio, Abril/Maio/Junho 2010
19.11.10

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Viva a Nossa Senhora Aparecida.













No dia 12 de outubro, comemoram-se três datas, embora poucos lembrem-se de
todas elas: Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil, o Dia das Crianças e o Descobrimento da América. Nosso feriado nacional, no entanto, deve-se somente à primeira data, e, embora a devoção à santa remonte aos idos do século XVIII, só foi decretado em 1980.
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma.
Segundo estas fontes, em 1717 os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chamado de rio Itaguaçu. Ou melhor, tentavam pescar, pois toda vez que jogavam a rede, ela voltava vazia, até que lhes trouxe a imagem de uma santa, sem a cabeça. Jogando a rede uma vez mais, um pouco abaixo do ponto onde haviam pescado a santa, pescaram, desta vez, a cabeça que faltava à imagem e as redes, até então vazias, passaram a voltar ao barco repletas de peixes. Esse é considerado o primeiro milagre da santa. Eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura.
Durante os próximos 15 anos, a imagem permaneceu com a família de Felipe
Pedroso, um dos pescadores, e passou a ser alvo das orações de toda a comunidade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava. A família construiu um oratório, que, logo constatou-se, era pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior. Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.

Em 1834 iniciou-se a construção da igreja que hoje é conhecida como Basílica Velha. Em 06 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e deixou para a santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com o manto azul. Em 8 de setembro de 1904 foi realizada a solene coroação da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e, em 1930, o papa Pio XI decreta-a padroeira do Brasil, declaração esta reafirmada, em 1931, pelo presidente Getúlio Vargas.
A construção da atual Basílica iniciou-se em 1946, com projeto assinado pelo
Engenheiro Benedito Calixto de Jesus. A inauguração aconteceu em 1967, por oca
sião da comemoração do 250.º Aniversário do encontro milagroso da imagem,
ainda com o templo inacabado. O Papa Paulo VI ofertou à santa uma rosa de ouro, símbolo de amor e confiança pelas inúmeras bênçãos e graças por ela concedidas. A partir de 1950 já se pensava na construção de um novo templo mariano devido ao crescente número de romarias. O majestoso templo foi consagrado pelo Papa, após mais de vinte e cinco anos de construção, no dia 4 de julho de 1980, na primeira visita de João Paulo II ao Brasil.

A data comemorativa à Nossa Senhora Aparecida (aniversário do aparecimento
da imagem no Rio) foi fixada pela Santa Sé em 1954, como sendo 12 de outubro, embora as informações sobre tal data sejam controversas. É nesta época do ano que a Basílica registra a presença de uma multidão incontável de fiéis, embora eles marquem presença notável durante todo ano.

A imagem encontrada e até hoje reverenciada é de terracota e mede 40 cm de
altura. A cor original foi certamente afetada pelo tempo em que a imagem esteve mergulhada na água do rio, bem como pela fumaça das velas e dos candeeiros que durante tantos anos foram os símbolos da devoção dos fiéis à santa. Em 1978, após o atentado que a reduziu a quase 200 pedaços, ela foi reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época, restauradora do Museu de Arte de São Paulo. Peritos afirmam que ela foi moldada com argila da região, pelo monge beneditino Frei Agostinho de Jesus, embora esta autoria seja de difícil comprovação.

Seja qual for a autoria da imagem ou a história de sua origem, a esta altura ela pouco importa, pois as graças alcançadas por seu intermédio têm trazido esperança e alento a um sem número de pessoas. Se quiser saber mais detalhes sobre a Basílica e sua programação, visite o site www.santuarionacional.com.br, no qual também é possível acender uma vela virtual. E já que a fé, assim como a internet, não conhece fronteiras, eu já acendi a minha, por um mais paz e igualdade no mundo. Acenda a sua e que
Nossa Senhora Aparecida nos ouça e ilumine o mundo, que está precisando tanto de cuidados.

Além da farta pescaria, muitos outros milagres são atribuídos à Nossa Senhora Aparecida. Veja alguns abaixo:
A libertação do escravo Zacarias
O escravo Zacarias havia fugido de uma fazenda no Paraná e acabou sendo
capturado no Vale do Paraíba. Foi caçado e capturado por um famoso capitão
do mato e, ao ser levado de volta, preso por correntes nos pulsos e nos pés,
e como passassem perto da capela da Santa, pediu permissão para rezar diante
da imagem. Rezou com tanta devoção que as correntes milagrosamente se
romperam, deixando-o livre. Diante do ocorrido, seu senhor acabou por
libertá-lo.

O cavaleiro ateu
Um cavaleiro que passava por Aparecida, vendo a fé dos romeiros, zombou
deles e tentou entrar na igreja a cavalo para destruir a imagem da santa. Na
tentativa, as patas do cavalo ficaram presas na escadaria da igreja. Até
hoje pode-se ver a marca de uma das ferraduras em uma pedra, na sala dos
milagres da Basílica Nova.

A cura da menina cega
Uma menina cega, ao aproximar-se, com a mãe, da Basílica, olhou em direção a
ela e, de repente, exclamou "Mãe, como aquela igreja é bonita." Estava
enxergando, perfeitamente curada.

NILTON

O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Romanos 6:23


TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA

TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA
Teresa de Cepeda y de Ahumada (nasceu em Ávila em 1515) guiada por Deus por meio de colóquios místicos e por seu colaborador e conselheiro espiritual são João da Cruz (reformador da parte masculina da ordem carmelita, empreendeu aos quarenta anos uma missão que tem algo de incrível para uma mulher de saúde delicada como a sua: do mosteiro de são José, fora dos muros de Ávila, primeiro convento do Carmelo por ela reformado, partiu, carregada pelos tesouros do seu Castelo Interior, para todas as direções da Espanha.