quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

BENTO XVI – UM DISCÍPULO DE EMAÚS

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No Consistório das 11h da manhã de 11 de fevereiro de 2013, os Cardeais convocados pelo Papa tinham como agenda a aprovação de três canonizações: duas latino-americanas e os Mártires de Otranto, na Itália, vítimas dos turcos. Esses mártires impressionam pela coragem e pelo número: 800 santos, praticamente todos os moradores de Otranto que preferiram a morte cruel a abandonar a fé cristã.
Canonizações aprovadas e a surpresa: Bento XVI anuncia que deixará o ministério petrino às 20h do dia 28 de fevereiro próximo.
Houve renúncias de Papas, a mais significativa sendo a de São Celestino V, papa de 29 de agosto a 13 de dezembro de 1294. Era um velho e santo monge, há mais de 60 anos vivendo nas montanhas como eremita, no silêncio e na oração. O Conclave que o elegeu durava 27 meses, pois os Cardeais não entravam num acordo. Celestino não chegou a Roma, fixando-se em Gênova.  Dentro do palácio construiu uma pequena cela de palha para prosseguir como monge. Isso não poderia continuar, pois os problemas se acumulavam e o Papa não tinha nenhum apetite de governo. Nessa hora o espertíssimo e inteligente Cardeal Caetani foi conversar com ele e convenceu-o à renúncia. Em seguida o próprio Caetani é eleito Papa, com o nome de Bonifácio VIII.
O povo estava felicíssimo com a eleição de um monge espiritual para Papa. Existiam até profecias de que, com um papa espiritual, teria início a Igreja do Espírito, uma Igreja sem instituições visíveis. Celestino V seria esse homem da Providência. Ao renunciar, e indo de volta ao mosteiro, formou-se imensa procissão para acompanhá-lo, procissão que esperava um tempo novo para o cristianismo. Bonifácio VIII, muito esperto, deu um jeito e prendeu Celestino V, que ficou muito feliz podendo viver como monge numa cela. Morreu em 19 de maio de 1296 e foi canonizado 17 anos depois, mas com o nome de São Pedro Morrone.
Bento XVI tomou a decisão de renúncia pelo mesmo motivo: o amor incondicional à Igreja de Jesus Cristo. Suas forças definham visivelmente. João Paulo II decidiu ser Papa até os últimos dias, assumindo o ministério da Cruz pela Igreja. Bento XVI escolheu o caminho da renúncia humilde, silenciosa, no pleno domínio de suas condições humanas e intelectuais. Todos os papas são sucessores de Pedro, cada um a seu modo.
O polonês João Paulo II, em 1978, iniciou o pontificado pedindo que o mundo abrisse as portas a Cristo, que não tivesse medo do Senhor. Era um novo Moisés, cheio de energia e vitalidade, assumindo o encargo de conduzir o Povo cristão ao Terceiro Milênio. O alemão Bento XVI assumiu apresentando-se como humilde servidor da vinha do Senhor. Era um ancião, um grande teólogo, um pastor como Jesus e pescador como Pedro.
O Papa não tomou a decisão da renúncia (um ato pessoal e livre, sem necessidade de aprovação) em meio a tumultos na vida eclesial, a grandes problemas, o que não seria de seu caráter e postura de homem de fé. Enfrentou a questão da pedofilia nas fileiras clericais e religiosas, aceitou logo a renúncia de bispos com problemas, tomou decisões duríssimas no tocante à vida interna da Igreja e de congregações religiosas, sem receio de expor ao mundo as feridas do corpo de Cristo, as fraquezas daqueles que deveriam ter sido fortes. Não deixa em Testamento uma Igreja vitoriosa, mas deixa o testamento da luta pela verdade do Senhor, sempre. Nada nele inspirou o sonho de uma Cristandade revivida, não o impressionavam os números de católicos, e sim, os discípulos de Cristo.
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Fica conosco, Senhor

Seu lema papal foi: Cooperatores veritatis – Colaboradores da Verdade. E a Verdade não é uma teoria, um código moral: é uma pessoa, Jesus Cristo, o Filho de Deus. Essa foi sua missão, e é a missão dos cristãos.
Para quem acompanhou o teólogo, mestre espiritual, sacerdote e cardeal Joseph Ratzinger, leu os textos de Bento XVI, uma imagem aparece como pano de fundo: os Discípulos de Emaús. Muitas vezes escreveu e falou sobre esse encontro entre os dois homens que retornavam a Emaús e se encontraram com o Senhor, mas sem reconhecê-lo (Lucas 24, 13-35). Jesus explicou-lhes as Escrituras e entrou na casa deles. Ao partir o Pão, eles o reconheceram. E Jesus continuou seu caminho.
Bento XVI insistiu – e insiste – na realidade de que as pessoas e comunidades cristãs nascem da audição da Palavra de Deus e da Eucaristia. Ele presidiu a dois Sínodos com esses temas fundantes da fé cristã. Numa entrevista, o então Cardeal Ratzinger afirmava que o Cristianismo não é a fé dos números, das grandes instituições e organizações, mas a fé dos discípulos, daqueles que, após um encontro pessoal com o Senhor, decidem por segui-lo e anunciá-lo.
Naquele dia, na viagem de Jerusalém a Emaús, anoitecia. Os discípulos pediram ao Senhor: “Fica conosco, Senhor, pois já é tarde e a noite vem chegando”.
Em seu último aniversário, o Papa se referiu ao fato de estar chegando ao limiar da existência. Humilde e confiantemente pede ao Senhor que fique com sua Igreja: “Fica conosco, Senhor”, pois percebe que, para ele, a noite vem chegando. Não a noite das trevas, mas a noite que revela a Luz sem ocaso.
Pe. José Artulino Besen

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martírio célebre no século II foi o de Santo Inácio de Antioquia; no ano 107, no Coliseu de Roma, vítima da perseguição de Trajano (98-117), por ocasião dos gigantescos espetáculos dados por este imperador para comemorar suas vitórias sobre os dácios. Inácio foi condenado juntamente com Rufo e Zózimo.

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Viva a Nossa Senhora Aparecida.













No dia 12 de outubro, comemoram-se três datas, embora poucos lembrem-se de
todas elas: Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil, o Dia das Crianças e o Descobrimento da América. Nosso feriado nacional, no entanto, deve-se somente à primeira data, e, embora a devoção à santa remonte aos idos do século XVIII, só foi decretado em 1980.
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma.
Segundo estas fontes, em 1717 os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chamado de rio Itaguaçu. Ou melhor, tentavam pescar, pois toda vez que jogavam a rede, ela voltava vazia, até que lhes trouxe a imagem de uma santa, sem a cabeça. Jogando a rede uma vez mais, um pouco abaixo do ponto onde haviam pescado a santa, pescaram, desta vez, a cabeça que faltava à imagem e as redes, até então vazias, passaram a voltar ao barco repletas de peixes. Esse é considerado o primeiro milagre da santa. Eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura.
Durante os próximos 15 anos, a imagem permaneceu com a família de Felipe
Pedroso, um dos pescadores, e passou a ser alvo das orações de toda a comunidade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava. A família construiu um oratório, que, logo constatou-se, era pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior. Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.

Em 1834 iniciou-se a construção da igreja que hoje é conhecida como Basílica Velha. Em 06 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e deixou para a santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com o manto azul. Em 8 de setembro de 1904 foi realizada a solene coroação da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e, em 1930, o papa Pio XI decreta-a padroeira do Brasil, declaração esta reafirmada, em 1931, pelo presidente Getúlio Vargas.
A construção da atual Basílica iniciou-se em 1946, com projeto assinado pelo
Engenheiro Benedito Calixto de Jesus. A inauguração aconteceu em 1967, por oca
sião da comemoração do 250.º Aniversário do encontro milagroso da imagem,
ainda com o templo inacabado. O Papa Paulo VI ofertou à santa uma rosa de ouro, símbolo de amor e confiança pelas inúmeras bênçãos e graças por ela concedidas. A partir de 1950 já se pensava na construção de um novo templo mariano devido ao crescente número de romarias. O majestoso templo foi consagrado pelo Papa, após mais de vinte e cinco anos de construção, no dia 4 de julho de 1980, na primeira visita de João Paulo II ao Brasil.

A data comemorativa à Nossa Senhora Aparecida (aniversário do aparecimento
da imagem no Rio) foi fixada pela Santa Sé em 1954, como sendo 12 de outubro, embora as informações sobre tal data sejam controversas. É nesta época do ano que a Basílica registra a presença de uma multidão incontável de fiéis, embora eles marquem presença notável durante todo ano.

A imagem encontrada e até hoje reverenciada é de terracota e mede 40 cm de
altura. A cor original foi certamente afetada pelo tempo em que a imagem esteve mergulhada na água do rio, bem como pela fumaça das velas e dos candeeiros que durante tantos anos foram os símbolos da devoção dos fiéis à santa. Em 1978, após o atentado que a reduziu a quase 200 pedaços, ela foi reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época, restauradora do Museu de Arte de São Paulo. Peritos afirmam que ela foi moldada com argila da região, pelo monge beneditino Frei Agostinho de Jesus, embora esta autoria seja de difícil comprovação.

Seja qual for a autoria da imagem ou a história de sua origem, a esta altura ela pouco importa, pois as graças alcançadas por seu intermédio têm trazido esperança e alento a um sem número de pessoas. Se quiser saber mais detalhes sobre a Basílica e sua programação, visite o site www.santuarionacional.com.br, no qual também é possível acender uma vela virtual. E já que a fé, assim como a internet, não conhece fronteiras, eu já acendi a minha, por um mais paz e igualdade no mundo. Acenda a sua e que
Nossa Senhora Aparecida nos ouça e ilumine o mundo, que está precisando tanto de cuidados.

Além da farta pescaria, muitos outros milagres são atribuídos à Nossa Senhora Aparecida. Veja alguns abaixo:
A libertação do escravo Zacarias
O escravo Zacarias havia fugido de uma fazenda no Paraná e acabou sendo
capturado no Vale do Paraíba. Foi caçado e capturado por um famoso capitão
do mato e, ao ser levado de volta, preso por correntes nos pulsos e nos pés,
e como passassem perto da capela da Santa, pediu permissão para rezar diante
da imagem. Rezou com tanta devoção que as correntes milagrosamente se
romperam, deixando-o livre. Diante do ocorrido, seu senhor acabou por
libertá-lo.

O cavaleiro ateu
Um cavaleiro que passava por Aparecida, vendo a fé dos romeiros, zombou
deles e tentou entrar na igreja a cavalo para destruir a imagem da santa. Na
tentativa, as patas do cavalo ficaram presas na escadaria da igreja. Até
hoje pode-se ver a marca de uma das ferraduras em uma pedra, na sala dos
milagres da Basílica Nova.

A cura da menina cega
Uma menina cega, ao aproximar-se, com a mãe, da Basílica, olhou em direção a
ela e, de repente, exclamou "Mãe, como aquela igreja é bonita." Estava
enxergando, perfeitamente curada.

NILTON

O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Romanos 6:23


TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA

TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA
Teresa de Cepeda y de Ahumada (nasceu em Ávila em 1515) guiada por Deus por meio de colóquios místicos e por seu colaborador e conselheiro espiritual são João da Cruz (reformador da parte masculina da ordem carmelita, empreendeu aos quarenta anos uma missão que tem algo de incrível para uma mulher de saúde delicada como a sua: do mosteiro de são José, fora dos muros de Ávila, primeiro convento do Carmelo por ela reformado, partiu, carregada pelos tesouros do seu Castelo Interior, para todas as direções da Espanha.