“Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou,
assim também os que morreram em Jesus,
Deus há de levá‑los em sua companhia” (1Tes 4,14).
São
Paulo divide os homens em duas categorias: os que vivem tristes porque
não têm esperança, e os que vivem felizes, porque têm esperança (cf.
1Tes 4, 13ss).
Tem esperança o que sabe que a vida
começa em Deus, ultrapassa os poucos anos passados na terra, e em Deus
continuará para sempre. O pensamento da morte, então, consola e não
desespera, pois sabe que tudo tem sentido, que tudo está orientado para o
encontro final da criatura com o Criador. Nada do que realiza é sem
importância, pois tudo está orientado para a posse de uma eternidade
feliz.
A certeza da ressurreição faz com que o
idoso não desanime ao ver que suas forças definham, que serão sempre
menos os anos de sua vida. Faz com que o doente irrecuperável tenha um
horizonte de vida, além do sofrimento e da morte certa. Faz com que não
se desespere diante da morte de uma criança inocente, de um jovem no
vigor da mocidade. Porque a figura deste mundo passa, mas a vida
permanece para sempre.
O cristão não perde a cabeça diante dos
desafios da vida, não perde a alegria de viver, mesmo carregando cruzes
pesadas, porque diante de si tem um horizonte onde brilha a Luz que não
tem fim. Ele não sabe quais serão seus próximos passos, mas sabe qual
será o final: a festa sem fim no Reino de Deus. A sua caminhada pode ser
marcada por lutas difíceis, mas tem confiança na vitória final da vida
sobre a morte. Tudo passa, somente a vida permanece.
Toda essa esperança, porém, não o faz
fugir dos compromissos diante do mundo e da vida. Pelo contrário: o
horizonte da ressurreição leva‑o a empenhar‑se com mais vigor para que,
já aqui, sinta o gosto da eternidade. Ele sabe que todos ressuscitarão:
por esse motivo se esforça para que mais gente caminhe, confortada pela
esperança da eternidade. Tendo a certeza da comunhão final com Deus
quer, já agora, reunir os filhos de Deus numa grande família.
A ressurreição mostra com clareza a
importância da vida: conhecendo o final, não se desviará do caminho que a
ele conduz, não empenhará sua existência naquilo que a traça destrói e a
ferrugem corrói. Evitará fazer qualquer coisa que o impeça de ver a Luz
final.
O homem passará pela experiência da
morte, mas não pela experiência do abandono do Deus vivo que o gerou. O
Deus que o chama carinhosamente de filho, não o destruirá para sempre.
Quer tê‑lo para sempre junto de si; é o Criador buscando ansiosamente o
encontro final e definitivo com a criatura.
Por isso conserva viva a esperança, e é feliz. Cristo ressuscitou. Nele a garantia de nossa ressurreição.
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