O que as crianças de 7 anos precisam aprender na catequese?
Escritura
Sacramentos e Liturgia
Formação Moral
Oração e Espiritualidade
Serviço/Missão
~ Crianças de 7 anos ~
Doutrina- Descrever Deus como Pai amoroso e misericordioso.
- Descrever como o Espírito Santo nos pode ajudar a distinguir o certo do errado.
- Descrever como o pecado ofende a Deus, aos outros e a nós mesmos.
- Contar que, na Missa, recordamos a vida, morte e ressurreição de Jesus.
- Reconhecer que Jesus está realmente presente na Eucaristia.
Escritura
- Demonstrar familiaridade com as histórias do perdão nos Evangelhos; por exemplo, o Filho Pródigo, a Ovelha Perdida, Zaqueu.
- Demonstrar familiaridade com as histórias das refeições/banquetes nos Evangelhos; por exemplo, as Bodas de Caná, A multiplicação dos pães, a Última Ceia.
- Ouvir a história de Maria dizendo "sim" a Deus e descrever maneiras em que podem dizer "sim" a Deus.
Sacramentos e Liturgia
- Recordar que os Sacramentos são sinais do amor de Deus por nós mediante os quais recebemos a graça de Deus.
- Identificar o termo "graça" como um dom do amor de Deus, que nos habilita para viver uma boa vida cristã.
- Falar sobre o Sacramento da Reconciliação como uma oportunidade para celebrar o amor de Deus e o perdão dos pecados.
- Descrever o Sacramento da Eucaristia como uma oração da comunidade que dá graças e glorifica a Deus.
- Relacionar a história da Última Ceia com a celebração da Missa.
- Contar que durante a Missa o pão e o vinho são transformados em Corpo e Sangue de Cristo e oferecidos a nós como sinal do amor de Deus na Sagrada Comunhão.
- Descrever como a participação na Missa e a oração nos unem ao Corpo de Cristo.
Formação Moral
- Recitar os dois Grandes Mandamentos: amar a Deus e amar ao próximo.
- Examinar os efeitos de seu comportamento próprio na família e em outros grupos.
- Discutir e praticar maneiras para defender o que é certo.
- Explicar que todas as pessoas merecem respeito porque são feitas à imagem e semelhança de Deus.
Oração e Espiritualidade
- Expressar seu amor a Deus e aos outros através da oração e ação.
- Expressar seu amor a Jesus através da recepção dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação.
- Dizer orações espontâneas.
- Descrever a diferença entre a oração pessoal e a oração comunitária.
Serviço/Missão
- Discutir maneiras em que eles podem colocar seu amor aos outros em ação (serviço) com a ajuda de Deus.
- Participar em algum projeto de grupo para prover serviço a outras pessoas.
- Explicar que ao fim da Missa somos enviados para compartilhar o amor de Deus com outras pessoas.
- Demonstrar entendimento da nossa responsabilidade para apoiar nossa comunidade paroquial.
Planejamento 5: Crie atividades
Na quinta parte do Planejamento Anual da Catequese
o nosso objetivo é criar atividades para cada uma das aulas que
planejamos - na catequese para crianças, é claro. Essas atividades devem
constar no currículo, abaixo dos objetivos.
Aqui vale fazer de tudo: quebra-cabeças, jogos de memória, bingos,
atividades para colorir, caça palavras, palavras cruzadas, colagens...
Na verdade, não é tão simples assim... Vai dar um pouquinho de trabalho
porque não basta escolher qualquer coisa para entreter as crianças: a
atividade tem de estar relacionada ao tema do encontro. Por isso, depois
de escolher cada atividade, voltamos e lemos os objetivos. Ao lê-los
novamente, fica mais fácil identificar se a atividade se encaixou bem.
ATENÇÃO: a atividade ajuda a criança a fixar melhor os conteúdos, por
isso, atividades inteligentes. Sempre.
Há inúmeros sites e blogs com sugestões de atividades para catequese.
Alguns desenhos para colorir:
Alguns desenhos para colorir:
- Desenhos de Nossa Senhora e alguns santos: http://www.waltzingm.com/p/coloring-pages-month.html
- Histórias bíblicas: http://theclipartwizard.com/bible-coloring-pages.htm
Catequese para Crianças de 6 anos
Para quem procura sugestão para os assuntos da catequese com crianças de
6 anos, segue abaixo uma lista com os conhecimentos que a criança
precisa adquirir durante o ano. Esta lista faz parte de um material
elaborado pela Diocese de San Jose, na Califórnia, chamado Princípios Diocesanos para a Catequese.
Esse material contém também os conhecimentos que as crianças de 7, 8,
9, 10, 11, 12 e 13 anos precisam aprender. É uma ótima sugestão para
aqueles que procuram fazer uma catequese paroquial mais bem elaborada.
As outras idades virão em postagens seguintes. Espero que gostem!
~ Crianças de 6 anos ~
- Reconhecer que Deus é o criador de todas as coisas, Jesus é o Filho de Deus, e o Espírito Santo é um dom que Jesus nos enviou para que esteja sempre conosco.
- Identificar e honrar Maria como mãe de Jesus.
Escritura
- Demonstrar respeito pela Bíblia como Palavra de Deus.
- Demonstrar conhecimento de que as leituras da Missa vêm da Bíblia
- Poder contar as histórias da criação, do nascimento de Jesus e da Páscoa.
Sacramentos e Liturgia
- Contar que o Batismo nos faz filhos de Deus e nos dá as boas-vindas à família cristã como seguidores de Jesus.
- Identificar a água como símbolo principal do Batismo.
- Falar sobre sua experiência de participação na Liturgia Dominical com a comunidade.
- Demonstrar reverência pelo edifício da Igreja como um lugar sagrado.
Formação Moral
- Reconhecer que Jesus nos ensina e demonstra como amar a Deus e ao nosso próximo.
- Reconhecer que seu próprio comportamento afeta outras pessoas.
- Descrever que a Igreja é a família de Deus e é nossa responsabilidade ajudar uns aos outros para sermos santos.
- Reconhecer a importância de cuidar dos seus corpos como um dom de Deus.
Oração e Espiritualidade
- Contar as formas de como Deus nos mostra seu amor.
- Descrever que a oração é escutar e falar com Deus.
- Guardar silêncio durante a oração.
- Dizer uma oração pessoal de ação de graças.
- Demonstrar que podem rezar diariamente.
Serviço/Missão
- Descrever caminhos para servir outras pessoas imitando Jesus.
- Dar exemplos e praticá-los de maneira a cuidar e respeitar o dom de Deus da criação.
Memorizar
- O sinal-da-cruz
- A Ave-Maria
- O Pai-Nosso
Planejamento 4: Defina os objetivos
Esta é a quarta parte do Planejamento Anual da Catequese.
Eu poderia fazê-las todas resumidamente em uma só postagem, no entanto,
para melhor organização das minhas ideias e melhor compreensão do
leitor eu optei por fazê-las separadamente. Esteticamente fica mais
agradável e espiritualmente menos carregado.
Depois de decidirmos quais os assuntos
que gostaríamos de ensinar na catequese, chegou a hora de
estabelecermos o que será trabalhado dentro de cada assunto. Exemplo: se
eu havia escolhido o Sacramento do Batismo, agora eu preciso decidir o
que eu quero que as crianças saibam sobre este sacramento (faz-nos
filhos de Deus, faz-nos membros da Igreja, etc), de acordo com a
capacidade das crianças. Porque a compreensão de uma criança de 6 e
outra de 9 anos são diferentes.
Para ficar um pouco ainda mais claro, pensemos o seguinte: se o meu aluno fosse contar o que ele sabe sobre esse assunto, o que eu gostaria que ele falasse?
Essa é a pergunta mais importante que nós temos de fazer a nós mesmos
quando formos estabelecer os objetivos de cada aula. É a partir da
resposta a este questionamento que faremos a nossa aula a mais produtiva
possível.
Ilustrando (minhas alunas têm 11 anos):
Sugestão de Currículo para a Crisma
Procurando sugestão de currículo para a Crisma?
Há um excelente material (em espanhol) com as diretrizes da Catequese de
Confirmação/Crisma preparada pela Diocese de Oakland, na Califórnia.
Abaixo, traduzi e adaptei somente o currículo, que é realmente muito
bom. Quem quiser dar uma olhada e/ou estudar o material, o link é este: http://www.oakdiocese.org/education/evangelization/downloads/confirmation-standards-spanish
Currículo de Confirmação
1. Conhecimento da Fé
+ Os Credos da Igreja são manifestações de fé com seu fundamento na
crença da Igreja Primitiva, desenvolvida nos primeiros séculos em
resposta a novas questões doutrinais. (Catecismo da Igreja Católica 187,
192; Diretório Geral para a Catequese 83, 108, 114-117)
+ Há Três Pessoas na Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. (CIC 238-267; DGC 99, 100)
+ Nada existe que não deva a sua existência a Deus Criador. O Pai se deu a conhecer por Si Mesmo na criação e em sua Palavra Eterna, Jesus Cristo. (CIC 293, 338)
+ Toda a criação é o resultado do amor incondicional de Deus. (CIC 295-301)
+ A felicidade depende da nossa compreensão do que Deus quer que sejamos (CIC 283)
+ Jesus é o Filho de Deus, nosso irmão, Mestre e Redentor. Ele foi enviado por Deus Pai, para salvar-nos e mostrar-nos como o Pai quer que vivamos. (CIC 436-451; DGC 98, 102)
+ Jesus Cristo possui duas naturezas, uma divina e outra humana, não confundidas, mas unidas na pessoa do Filho de Deus. (CIC 481; DGC 98-100)
+ O ministério de Jesus teve três aspectos: Sacerdote, Profeta e Rei. (CIC 436, 440, 680; DGC 101-102)
+ Jesus morreu e ressuscitou dentre os mortos. Através de sua morte e ressurreição, ele venceu o pecado e a morte e redimiu o mundo (CIC 601-603, 635-636; DGC 102-103)
+ O Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, foi enviado por Deus Pai e o Filho para viver entre nós e unir-nos mais. (CIC 686)
+ O Espírito Santo, a quem Cristo, Cabeça, derrama sobre seus membros, constrói, anima e santifica a Igreja. A vida moral dos Cristãos se sustenta pelos dons do Espírito Santo. As virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade) dispõe os Cristãos a viver em comunhão com a Santíssima Trindade. (CIC 747, 1812-1813, 1830, 1840-1844)
+ O Espírito Santo ilumina nossas decisões para que reconheçamos a vontade de Deus em nossas vidas. (CIC 1742, 1788; DGC 42-45)
+ As marcas da Igreja são Una, Santa, Católica e Apostólica. (CIC 750)
+ Deus é o autor da Sagrada Escritura (CIC 105)
+ Há três critérios para uma interpretação da Escritura conforme o Espírito que a inspirou: prestar una grande atenção "ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura"; ler a Escritura na "Tradição viva de toda a Igreja"; estar atento à "analogia da fé". (CIC 111-114)
+ Há Três Pessoas na Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. (CIC 238-267; DGC 99, 100)
+ Nada existe que não deva a sua existência a Deus Criador. O Pai se deu a conhecer por Si Mesmo na criação e em sua Palavra Eterna, Jesus Cristo. (CIC 293, 338)
+ Toda a criação é o resultado do amor incondicional de Deus. (CIC 295-301)
+ A felicidade depende da nossa compreensão do que Deus quer que sejamos (CIC 283)
+ Jesus é o Filho de Deus, nosso irmão, Mestre e Redentor. Ele foi enviado por Deus Pai, para salvar-nos e mostrar-nos como o Pai quer que vivamos. (CIC 436-451; DGC 98, 102)
+ Jesus Cristo possui duas naturezas, uma divina e outra humana, não confundidas, mas unidas na pessoa do Filho de Deus. (CIC 481; DGC 98-100)
+ O ministério de Jesus teve três aspectos: Sacerdote, Profeta e Rei. (CIC 436, 440, 680; DGC 101-102)
+ Jesus morreu e ressuscitou dentre os mortos. Através de sua morte e ressurreição, ele venceu o pecado e a morte e redimiu o mundo (CIC 601-603, 635-636; DGC 102-103)
+ O Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, foi enviado por Deus Pai e o Filho para viver entre nós e unir-nos mais. (CIC 686)
+ O Espírito Santo, a quem Cristo, Cabeça, derrama sobre seus membros, constrói, anima e santifica a Igreja. A vida moral dos Cristãos se sustenta pelos dons do Espírito Santo. As virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade) dispõe os Cristãos a viver em comunhão com a Santíssima Trindade. (CIC 747, 1812-1813, 1830, 1840-1844)
+ O Espírito Santo ilumina nossas decisões para que reconheçamos a vontade de Deus em nossas vidas. (CIC 1742, 1788; DGC 42-45)
+ As marcas da Igreja são Una, Santa, Católica e Apostólica. (CIC 750)
+ Deus é o autor da Sagrada Escritura (CIC 105)
+ Há três critérios para uma interpretação da Escritura conforme o Espírito que a inspirou: prestar una grande atenção "ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura"; ler a Escritura na "Tradição viva de toda a Igreja"; estar atento à "analogia da fé". (CIC 111-114)
2. Liturgia e os Sacramentos
+ A liturgia é a celebração da comunidade, cuja vida e fé se nutrem com a
Palavra, a Eucaristia e a presença de cada indivíduo. (CIC 752)
+ Os Sacramentos são ritos sagrados que dão expressão à iniciação, cura e serviço. (DGC 80, 83, 85, 231)
+ O Batismo, Confirmação e Eucaristia são os Sacramentos de Iniciação; Penitência e Unção dos Enfermos são Sacramentos de Cura; Matrimônio e Ordens Sagradas são Sacramentos de Compromisso e Serviço. (DGC 62, 224, 227, 231)
+ O Batismo é a imersão na vida de Cristo. (CIC 537, 1214; DGC 82)
+ Na Eucaristia recebemos a presença real de Cristo: Corpo, Sangue, Alma e Divindade. (CIC 1374; DGC 85)
+ A recepção do Sacramento da Confirmação é necessária para a plenitude da graça batismal. (CIC 1285)
+ No Sacramento da Confirmação, aos confirmados se lhes concede a força especial do Espírito Santo para difundir e defender a fé mediante a palavra e as obras como verdadeiras testemunhas de Cristo, para confessar valentemente o nome de Cristo, e não sentir jamais vergonha da cruz. (CIC 1303)
+ Os Sacramentos são ritos sagrados que dão expressão à iniciação, cura e serviço. (DGC 80, 83, 85, 231)
+ O Batismo, Confirmação e Eucaristia são os Sacramentos de Iniciação; Penitência e Unção dos Enfermos são Sacramentos de Cura; Matrimônio e Ordens Sagradas são Sacramentos de Compromisso e Serviço. (DGC 62, 224, 227, 231)
+ O Batismo é a imersão na vida de Cristo. (CIC 537, 1214; DGC 82)
+ Na Eucaristia recebemos a presença real de Cristo: Corpo, Sangue, Alma e Divindade. (CIC 1374; DGC 85)
+ A recepção do Sacramento da Confirmação é necessária para a plenitude da graça batismal. (CIC 1285)
+ No Sacramento da Confirmação, aos confirmados se lhes concede a força especial do Espírito Santo para difundir e defender a fé mediante a palavra e as obras como verdadeiras testemunhas de Cristo, para confessar valentemente o nome de Cristo, e não sentir jamais vergonha da cruz. (CIC 1303)
3. Formação Moral
+ Deus criou a humanidade "à sua imagem". A dignidade da pessoa humana está enraizada nesta realidade. (CIC 356-361)
+ Deus deseja que participemos na glória da vida da Trindade por toda a eternidade. (CIC 260, 1024)
+ A esperança de ir ao céu e a felicidade eterna nos inspiram a viver uma vida moral. (CIC 1817-1821, 1965-1974; DGC 23)
+ No pecado, os seres humanos preferem-se a si mesmos em vez de Deus, e não alcançam a perfeição a que são chamados, a qual é a Glória de Deus. (CIC 398, 1487, 309-310)
+ Nossa habilidade para escolher é guiada pelo Espírito Santo (CIC 1788, 1811)
+ As Bem-Aventuranças são um guia para os valores do Reino de Deus. (CIC 1716-1717; DGC 115)
+ A dignidade da pessoa humana requer uma retidão da consciência moral. A consciência nos capacita a assumir a responsabilidade pelos nossos atos. Na formação da consciência, a Palavra de Deus é a luz para nosso caminho (CIC 1780, 1785)
+ A sexualidade humana é um dom de Deus para estabelecer uma união íntima e procriar uma família, dentro de um matrimônio para toda a vida entre um homem e uma mulher. Isto exclui a masturbação, fornicação, coabitação, atos homossexuais e adultério. (CIC 231-2333, 2350-2353, 2360, 2380-2381, 2390-2391, 2396, 2400)
+ A pornografia e a prostituição ocasionam uma grave injúria à dignidade dos participantes. A violação é um ato intrinsecamente mal. (CIC 2354-2356, 2382-2385, 2396, 2400)
+ A castidade é a integração da sexualidade dentro da pessoa e portanto a unidade do homem em seu ser corporal e espiritual. (CIC 2337, 2395)
+ Deus estabeleceu o matrimônio para a unidade do casal, para a procriação e a criação dos filhos. Todo ato de amor conjugal deve respeitar este plano e estar aberto a possibilidade de uma nova vida. Os contraceptivos estão inerentemente opostos ao plano de Deus, enquanto os métodos tais como Planejamento Natural da Família (PNF) respeitam a dignidade do casal e o plano do Criador. (CIC 2366, 2369, 2370, 2398-2399)
+ A pureza requer modéstia, que reconhece e protege a dignidade da pessoa. (CIC 2521-2522, 2533)
+ Os atos sexuais fora do matrimônio são graves ofensas contra a dignidade do matrimônio. (CIC 2380, 2400)
+ Deus deseja que participemos na glória da vida da Trindade por toda a eternidade. (CIC 260, 1024)
+ A esperança de ir ao céu e a felicidade eterna nos inspiram a viver uma vida moral. (CIC 1817-1821, 1965-1974; DGC 23)
+ No pecado, os seres humanos preferem-se a si mesmos em vez de Deus, e não alcançam a perfeição a que são chamados, a qual é a Glória de Deus. (CIC 398, 1487, 309-310)
+ Nossa habilidade para escolher é guiada pelo Espírito Santo (CIC 1788, 1811)
+ As Bem-Aventuranças são um guia para os valores do Reino de Deus. (CIC 1716-1717; DGC 115)
+ A dignidade da pessoa humana requer uma retidão da consciência moral. A consciência nos capacita a assumir a responsabilidade pelos nossos atos. Na formação da consciência, a Palavra de Deus é a luz para nosso caminho (CIC 1780, 1785)
+ A sexualidade humana é um dom de Deus para estabelecer uma união íntima e procriar uma família, dentro de um matrimônio para toda a vida entre um homem e uma mulher. Isto exclui a masturbação, fornicação, coabitação, atos homossexuais e adultério. (CIC 231-2333, 2350-2353, 2360, 2380-2381, 2390-2391, 2396, 2400)
+ A pornografia e a prostituição ocasionam uma grave injúria à dignidade dos participantes. A violação é um ato intrinsecamente mal. (CIC 2354-2356, 2382-2385, 2396, 2400)
+ A castidade é a integração da sexualidade dentro da pessoa e portanto a unidade do homem em seu ser corporal e espiritual. (CIC 2337, 2395)
+ Deus estabeleceu o matrimônio para a unidade do casal, para a procriação e a criação dos filhos. Todo ato de amor conjugal deve respeitar este plano e estar aberto a possibilidade de uma nova vida. Os contraceptivos estão inerentemente opostos ao plano de Deus, enquanto os métodos tais como Planejamento Natural da Família (PNF) respeitam a dignidade do casal e o plano do Criador. (CIC 2366, 2369, 2370, 2398-2399)
+ A pureza requer modéstia, que reconhece e protege a dignidade da pessoa. (CIC 2521-2522, 2533)
+ Os atos sexuais fora do matrimônio são graves ofensas contra a dignidade do matrimônio. (CIC 2380, 2400)
4. Oração (DGC 85)
O candidato deverá:
+ Saber que a oração é escutar e falar com Deus e conhecer os quatro fins da oração: Adoração (falar com Deus por ser quem é); Contrição (reconhecer o pecado, arrepender-se e pedir a Deus seu perdão); Ação de Graças (agradecer a Deus pelo que tem feito por nós); Súplica ou Petição (Interceder por nós e pelos demais).
+ Mostrar reverência pela Bíblia.
+ Participar na oração em todas as reuniões.
+ Mostrar reverência em todas as formas de oração.
+ Desenvolver o hábito da oração diária para buscar guia e discernimento da própria vocação.
+ Experimentar a presença de Deus através dos cantos, das reflexões e do silêncio.
+ Participar com outros católicos da missa dominical, onde escutamos a palavra de Deus e compartilhamos o Corpo e Sangue de Cristo.
+ Participar na liturgia e nas atividades dos tempos litúrgicos, por exemplo, acender as velas da Coroa do Advento, as Estações da Cruz e a participação no Tríduo Pascal.
5. Vida de Comunidade (DGC 86, 106)
O candidato deverá:
+ Estar consciente da criação de Deus, reconhecendo as pessoas como parte única e especial da criação, com o desejo de viver com Deus eternamente.
+ Entender as maneiras em que Deus nos tem mostrado seu amor.
+ Apreciar os diferentes grupos aos quais pertencemos: Igreja, paróquia, comunidade, família, escola.
+ Valorizar a nossa própria família e demais parentes, mostrar amor e respeito a cada membro de Deus.
+ Saber que por meio do Batismo a Igreja é uma família de fé chamada à santidade, para oferecer apoio, orientação e cuidado para todos.
+ Saber que os padrinhos e acompanhantes representam a comunidade cristã e são modelos de fé.
+ Identificar os santos católicos tradicionais, os quais dedicaram suas vidas a servir.
+ Estar consciente da criação de Deus, reconhecendo as pessoas como parte única e especial da criação, com o desejo de viver com Deus eternamente.
+ Entender as maneiras em que Deus nos tem mostrado seu amor.
+ Apreciar os diferentes grupos aos quais pertencemos: Igreja, paróquia, comunidade, família, escola.
+ Valorizar a nossa própria família e demais parentes, mostrar amor e respeito a cada membro de Deus.
+ Saber que por meio do Batismo a Igreja é uma família de fé chamada à santidade, para oferecer apoio, orientação e cuidado para todos.
+ Saber que os padrinhos e acompanhantes representam a comunidade cristã e são modelos de fé.
+ Identificar os santos católicos tradicionais, os quais dedicaram suas vidas a servir.
6. Espírito Missionário (CIC 897, 1822-1829)
+ O Espírito Santo nos permite continuar a missão de Cristo sendo sua viva Presença no mundo. (CIC 521, 737, 768)
+ O Espírito Santo nos dá o poder de proclamar Jesus, sua pessoa e sua mensagem a todos os povos. (CIC 793, DGC 42-45)
+ Os sete dons do Espírito Santo são graças derramadas em especial abundância com o Sacramento da Confirmação e através de nossa vida como seguidores de Cristo plenamente iniciados. Estas graças nos facilitam aplicar nossa fé aos desafios diários e às oportunidades da vida. Os dons do Espírito Santo são: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Conhecimento, Piedade e Temor de Deus. (CIC 1285)
+ Os frutos do Espírito Santo são as virtudes que resultam de nossa cooperação por Seu trabalho em nós. (CIC 736, 1832)
+ Uma vocação é o chamado de Deus a um caminho específico de vida: solteiros, casados, ordenados ou professos em uma comunidade religiosa.
+ Por meio das Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais, uma pessoa vem a ajudar seu próximo em suas necessidades espirituais e corporais. (CIC 1447)
7. Rito de Confirmação
Renovação das Promessas Batismais
+ A renovação das promessas batismais afirma a conexão entre os Sacramentos de Iniciação. (CIC 1298)
+ A vida cristã é uma vida de contínua conversão do pecado a uma vida de graça. (CIC 1426)
Estendendo as mãos sobre os candidatos
+ Desde o tempo dos apóstolos, este gesto tem significado o dom do Espírito Santo. (CIC 1288, 1298)
+ Cada pessoa confirmada é capacitada pelos dons do Espírito Santo, que outorga forças especiais a ele/ela para difundir e defender a fé de palavra e ação como verdadeiras testemunhas de Cristo, para confessar o nome de Cristo valentemente e nunca envergonhar-se da Cruz. (CIC 1303)
Unção com óleo/ Santo Crisma
+ A unção com óleo e a imposição das mãos significa e imprime um selo indelével e espiritual e um sinal da consagração em cada candidato. (CIC 1293, 1294)
+ Através da Confirmação, cada pessoa ungida participa mais completamente da missão de Cristo e da plenitude do Espírito Santo (CIC 1294)
Resposta do Candidato
+ O Amém é a afirmação pessoal do candidato de seu desejo de ser uma testemunha espiritual de Cristo no mundo. (CIC 1062, 1064)
+ A renovação das promessas batismais afirma a conexão entre os Sacramentos de Iniciação. (CIC 1298)
+ A vida cristã é uma vida de contínua conversão do pecado a uma vida de graça. (CIC 1426)
Estendendo as mãos sobre os candidatos
+ Desde o tempo dos apóstolos, este gesto tem significado o dom do Espírito Santo. (CIC 1288, 1298)
+ Cada pessoa confirmada é capacitada pelos dons do Espírito Santo, que outorga forças especiais a ele/ela para difundir e defender a fé de palavra e ação como verdadeiras testemunhas de Cristo, para confessar o nome de Cristo valentemente e nunca envergonhar-se da Cruz. (CIC 1303)
Unção com óleo/ Santo Crisma
+ A unção com óleo e a imposição das mãos significa e imprime um selo indelével e espiritual e um sinal da consagração em cada candidato. (CIC 1293, 1294)
+ Através da Confirmação, cada pessoa ungida participa mais completamente da missão de Cristo e da plenitude do Espírito Santo (CIC 1294)
Resposta do Candidato
+ O Amém é a afirmação pessoal do candidato de seu desejo de ser uma testemunha espiritual de Cristo no mundo. (CIC 1062, 1064)
Os estudantes devem estar familiarizados com os seguintes termos
(A maioria destes termos deveriam ser apresentados desde os anos anteriores.)
Altar
Apóstolo
Bem-aventuranças
Bispo / Cardeal / Papa
Santíssima Trindade
Catecismo
Catedral
Cálice / Patena
Aliança
Diocese
Páscoa / Advento / Tríduo
Fonte
Sacramentos
Obras de Misericórdia Corporais
Frutos do Espírito Santo
Preceitos da Igreja
Dia Santo
Pecado Mortal
Liturgia Eucarística
Grande Mandamento
Pecado Venial
Antigo e Novo Testamento
Mandamentos
Marcas da Igreja
Virtudes Teologais
Mitra / Báculo
Missionária
Ministério
Missa / Liturgia
Mártir
Ladainha
Espírito Santo
Santidade
Graça
Padrinho
Livre vontade
Paráclito / Advogado
Mistério Pascal
Sacramental
Santo
Graça santificante
Justiça social
Padrinho
Transubstanciação
Vaticano
Vaticano II
Rosário
Tabernáculo / Sacrário
Virtudes Cardeais (morais)
Obras de Misericórdia Espirituais
Dons do Espírito Santo
Evangelhos
Preceito
Liturgia da Palavra
Planejamento 3: Monte seu currículo
Depois da Primeira e Segunda partes do Planejamento Anual prontas, é hora de montar o currículo - ou melhor, começar a montá-lo.
Nesta terceira parte, o nosso objetivo é estabelecer os conteúdos da
catequese para o ano. E somente os assuntos: aquilo que gostaríamos de
ensinar. Sem separar material, nem nada.
Primeiro nós precisamos obter um calendário (preferencialmente de
papel). Neste calendário nós marcaremos o início e o fim da catequese e
os dias de encontro (que certamente já foram definidos na reunião de
catequistas).
Depois, nós passamos essas datas para o currículo do planejamento anual
(onde quer que você esteja fazendo o seu planejamento - papel ou
computador). E logo abaixo da data, nós colocamos o assunto/tema do dia
do encontro:
Muito simples, não? Bem... não! Definir os assuntos/temas dos encontros
não são tão simples assim. A catequese precisa ser bem elaborada. Por
isso é que o planejamento se faz para o ano todo. Se você é catequista e
define os assuntos aleatoriamente e na semana do encontro, está na hora
de repensar a sua organização!
Mas como definir os temas, então? A equipe de catequese da sua paróquia
deve definir (se ainda não definiu) um planejamento geral de assuntos
abrangendo todos os anos da catequese: desde as criancinhas até os
adultos. Isso é necessário porque a catequese paroquial precisa abranger
toda a doutrina católica durante os anos de catequese e também para que
os assuntos não sejam tão repetitivos.
O pré-requisito básico é que o encontro anterior dê as bases para o encontro posterior. Por exemplo: você não abordará a Santíssima Trindade do nada. As crianças precisam saber previamente que Deus é o Criador de todas as coisas, que Ele é um espírito puro etc.
Atente para o seguinte: é possível organizar a catequese em todas as
idades para que ela englobe todo o catecismo durante o ano. E não é algo
repetitivo, pois em cada ano é possível dar um enfoque diferente (mesmo
sendo o mesmo conteúdo básico) e também a maneira de ensinar será
diferente, principalmente por causa das diferentes idades.
Se a sua paróquia não possui um planejamento geral, convide o
coordenador da catequese para que a equipe de catequistas possa elaborar
um.
Você pode encontrar alguma inspiração aqui:
Planejamento 2: Estabeleça metas
A segunda parte do Planejamento da Catequese visa estabelecer metas para o próximo ano. E essas metas são estabelecidas a partir das reflexões feitas na primeira parte do Planejamento.
Pois bem, depois de refletirmos bastante sobre as nossas metas passadas,
os nossos sucessos e os nossos fracassos, passemos às metas. Elas devem
abranger 3 grupos:
1 - Os nossos esforços espirituais para a catequese;
2 - As metas espirituais para as crianças;
3 - Os conteúdos da catequese;
~ Os nossos esforços espirituais ~
No primeiro tópico devemos estabelecer metas para nós mesmos. Devemos
colocar a catequese e os nossos alunos como intenções nas nossas orações
diárias, no santo terço, na adoração eucarística, nas mortificações, em
uma novena em especial e em outras devoções.
Monsenhor Álvaro Negromonte já disse*:
Para as obras de Deus não bastam os meios humanos.Para fins sobrenaturais, meios sobrenaturais. [...]
Não percamos de vista que o Catecismo tem uma finalidade puramente sobrenatural, a salvação e a santificação das almas. Tudo o mais, no Catecismo, é meio para este fim, inclusive a catequista. E principalmente a catequista. Nela se exigem condições sobrenaturais para ser um instrumento apto, um meio idôneo à realização da obra que se tem em vista.
Não basta, portanto, a preparação intelectual, que é tão importante, e na qual se há de pôr tanto cuidado. Porque aqui o que se deseja não é ensinar a doutrina, mas formar o cristão. Tanto que se poderá saber muito Catecismo sem ser cristão e conhecer todos os mandamentos sem praticar nenhum. Não basta igualmente o preparo pedagógico, o bom conhecimento da metodologia, o emprego dos mais modernos processos, mesmo que as crianças estejam gostando muito da aula de Religião, que a catequista sabe, de fato, tornar interessante.
Assim, uma boa professora pode não ser uma boa catequista, porque a catequese, sendo obra sobrenatural, exige condição sobrenatural, que as outras disciplinas não exigem. Não vale concluir que, então, basta esta condição sobrenatural, e se dispensam as outras.
Não, porque a graça não destrói a natureza, porém a supõe e aperfeiçoa. O sobrenatural firma-se nos meios naturais, para transcendê-los. Tudo o mais, no Catecismo, é necessário, embora insuficiente. [...]
A santidade de vida, o espírito sobrenatural, uma sólida e verdadeira piedade, eis o primeiro elemento de êxito da catequista. [...]
Para eficácia do que ensina, a catequista precisa de uma irrepreensível vida cristã. [...]
A verdadeira atitude da catequista, a única realmente digna e consequente, é a de imitadora fiel de nosso Senhor para poder repetir aos seus pequenos discípulos a palavra de São Paulo: "Sede meus imitadores assim como eu sou de Cristo". [...]
Não são tanto os atos que as crianças imitam; imitam as pessoas que os realizam, e isto se dá precisamente em vista da simpatia que experimentam por essas pessoas. [...]
A catequista está diante de observadores de grande perspicácia. Olham, ouvem, refletem, concluem. E, quando concluem, são terrivelmente lógicos.
~ Metas espirituais para as crianças ~
As crianças precisam ser orientadas para um relacionamento profundo com Cristo em uma formação moral sólida.
As famílias dos alunos devem participar
do processo de catequese! A criança que
aprende a rezar na catequese deve chegar em casa e rezar junto com os
pais e irmãos. Por isso é tão importante estabelecer certas
metas para as crianças também em relação às suas famílias.
Quais são as suas metas para as suas crianças?
- Rezar diariamente?
- Participar da Missa dominical?
- Levar os pais a participarem da Missa dominical?
- Viverem as virtudes?
- Crescerem na graça?
- Ajudar o próximo necessitado?
- Ter um bom relacionamento com todas as pessoas (familiares e não familiares)?
- Saber discernir o certo do errado?
- Vencer as tentações?
- Saber escolher sempre o certo?
Tudo isso o catequista vai anotando... E junto com essas metas é preciso
estabelecer um modo de atingi-las. Como fazê-las compreender que é
necessário e agradável a Deus rezar diariamente e participar da Missa?
Como envolver os pais das crianças na catequese? Como ensiná-las a
viverem as virtudes? Porque o principal objetivo é este: formar
cristãos.
E é preciso ter em mente que a principal coisa a se fazer na catequese é
atingir essas metas espirituais para as crianças. A doutrina vem junto e
é importantíssima - não nos esqueçamos -, mas por si só é ineficiente.
Um outro trecho do Monsenhor Negromonte:
[...] é preciso atingir a vontade para fazer amar o bem e praticá-lo, [...]
Formaremos convicções com raízes profundas e sólidas na inteligência. Convicções: ideias inabaláveis, que encham o entendimento e o absorvam, transbordando. Formaremos o sentimento, forte, enérgico, orientando e corrigindo as paixões, que vão ser postas ao serviço do homem integral encaminhado para Deus. [...]
É preciso formar a vontade para realizar as ideias e os sentimentos. Do contrário, continuaremos a assistir ao triste espetáculo de católicos de ideias e sentimentos, ausentes dos mandamentos de Deus e da Igreja. Vai um grande passo da consciência do dever para o seu cumprimento, da teoria à prática. É o papel da vontade. Não de uma vontade qualquer, mas de uma vontade pronta, enérgica, fiel, perseverante. Sem esta vontade realizadora, de pouco valem ideias e sentimentos. O nosso trabalho é dar à vontade a fibratura necessária para realizar as convicções.
Este homem, senhor dos seus atos, superior aos fluxos do interesse e aos caprichos das paixões, que sabe o que quer e sabe querer, [...] que diante do dever só conhece a conveniência de cumpri-lo, este espírito estável em que é perfeita a coerência dos atos com as ideias, é um ideal muito formoso, e ,por isso infelizmente, muito raro. Mas é o homem que o educador católico deve formar. [...]
Temos que preparar as crianças para viverem neste ambiente como verdadeiros cristãos. [...]
É preciso agir diretamente sobre cada aluno. Trabalho de alma a alma. [...]
Seria errôneo, e desalentador querer a perfeição de uma vez. É arte não pequena saber proporcionar os motivos à idade, ao temperamento, às circunstâncias. [...]
Quem quer realizar não perde o contato com a realidade. A vida tal qual na verdade se encontra, com as suas exigências, as suas misérias, as suas circunstâncias de tempo, de lugar, de pessoas, é que será o campo de ação do catequista. Permanentemente a braços com a realidade, mas de olhos fixos no ideal.
~ Os conteúdos da catequese ~
Neste terceiro grupo, o nosso objetivo não é estabelecer quais serão os
temas tratados durante todo o ano - montar o currículo é a terceira
parte do Planejamento Anual -, mas definir (e saber implementá-los) três
importantes assuntos que devem ser dados em qualquer catequese e para
crianças de qualquer idade. Eles devem estar no topo do nosso currículo.
Sempre.
1 - A Sagrada Eucaristia é o próprio Jesus Cristo;
2 - Noção do pecado;
3 - Estado de graça.
Imaginem a devoção de uma pequena criança quando entende que a hora da
comunhão é a hora de receber o próprio Jesus! Quando entende que Jesus
está no sacrário esperando a nossa visita! Se as crianças soubessem
disso se comportariam melhor durante a Missa, fariam mais silêncio na
casa de Deus e o mais importante, quando chegasse a hora, receberiam com
enorme devoção a Sagrada Eucaristia (algo que infelizmente é tão
incomum hoje)!
O real entendimento acerca da Sagrada Eucaristia; a noção do pecado, uma
ofensa a Deus que nos deu a vida e nos amou até a morte de cruz; e o
estado de graça, quando Jesus está feliz conosco e mora em nós, são
assuntos compreensíveis por todas as crianças (com uma linguagem
adaptada a cada idade, é certo) e devem estar presentes em cada encontro
de catequese, de forma sutil ou explícita.
Essa é uma boa forma de fazer com a criança tenha o enorme desejo de
receber Jesus na Eucaristia, de fugir do pecado e de permanecer em
comunhão com nosso Deus.
Em A Pedagogia do Catecismo, padre Álvaro Negromonte (não tem como não citá-lo) ensina:
Noção de pecado - Entra na formação da consciência, como elemento primordial, a noção de pecado. Uma consciência errônea é fonte de muitos males. É comum formar nas crianças uma consciência errônea dando-lhes falsas noções do pecado. Tudo o que a criança faz de mal, seja uma falta contra os mandamentos ou as boas maneiras, grita-lhe logo: "É pecado! Papai do céu fica zangado. O padre briga". E coisas semelhantes.
Ora, pensando que é pecado e fazendo, as crianças pecam de verdade. E então a catequista está multiplicando os pecados, ao invés de diminuí-los da vida do educando. É o caso das crianças que deixam de comungar porque disseram uma pequenina mentira, bateram no irmãozinho, estiraram a língua para a titia, mataram passarinho, bateram o pé para a professora, tiraram doce da mamãe, etc, etc. É igualmente comum confundirem a tentação com o pecado.
É nosso dever ensinar quais as condições exigidas para o pecado mortal, multiplicando os exemplos concretos da vida infantil, fazer a distinção entre ele e o pecado venial, ainda com muitos exemplos práticos, para finalmente descermos às simples faltas e imperfeições, que é bom as crianças evitarem. Frisemos bem a distinção entre o obrigatório e aconselhado, preceito e conselho. Somente assim não falseamos a consciência dos pequenos.
Depois de explicar isto aos meus meninos, ouvi muitas vezes este comentário: "Então é muito fácil a gente não cair em pecado mortal".
Estado de graça - Não há nada mais confortante para um catequista que quer habituar os seus pequenos a viverem constantemente no estado de graça. Estado normal do cristão. Condição indispensável para a incorporação a Cristo, para o mérito sobrenatural. Participação da natureza divina. Vida da alma, comunicada pelo batismo. Deve ser esta a atmosfera do cristão. O supremo cuidado da catequista é de manter e acostumar as crianças no estado de graça.Para isto, vamos partir do cuidado de dar às crianças a consciência do seu caráter de batizado e esforçar-nos por fazê-la viver como filha de Deus.
O batismo nos abriu o céu, fazendo-nos membros do corpo de Cristo, filhos da Igreja. Elevou-nos à ordem sobrenatural, arrancando-nos do poder do demônio e tornando-nos templos do Espírito Santo. "Sai dele, espírito imundo, e dá lugar ao Espírito Santo Paráclito", disse o sacerdote ao batizar-nos. "O dia do batismo é o maior dia da nossa vida", repitamos com o Santo Padre Pio XI. Convençamos disto os nossos alunos. Acostumemo-los a celebrar o aniversário do batismo, muito mais importante que qualquer outro. O Cônego Coegaert lembra a distribuição de uma lembrança de batismo para ser conservada num quadro.
Para darmos a consciência da dignidade de cristão, façamos mais larga explicação do Batismo, no seu conteúdo cerimonial, nas suas palavras, em suas consequências. As crianças são capazes de compreender o dogma do Corpo Místico, e se sentirão penetradas da felicidade de ser membros da divina Cabeça, de ser ramos da Videira divina.
Daremos ao pequeno a consciência da sua dignidade de cristão. É mister fazê-lo respeitar esta dignidade, vivendo como cristão. Foi o batismo que o fez filho de Deus: é preciso viver como filho de Deus. A filiação divina é tudo para nós. Deus é para nós não só o Senhor, o Criador, mas é Pai: Pai nosso, que estais no céu... Aceitar o que ele diz, esperar o que promete, amá-lo são deveres filiais: Fé, Esperança e Caridade, as virtudes infusas no batismo, e cujo desenvolvimento e cultura promoveremos desde os primeiros dias do Catecismo.
É impossível não termos dado à criança, desta maneira, a estima da graça. Ela saberá que somente em estado de graça é ramo da Videira, é membro de Cristo, é templo do Paráclito, é filho de Deus. [...]
A Eucaristia - Uma das mais fortes ideias da moderna pedagogia religiosa é que devemos orientar os nossos alunos para a pessoa de Jesus, porque mais facilmente se amam uma pessoa que uma ideia. E Jesus é o ponto central do cristianismo. Quando mais próximo estiver, mais as crianças o sentem, mais o procuram. Ora, ele vive entre nós, na Eucaristia, que deve ser, por isso, o ponto central de formação cristã.
Toda a vida cristã deve ser encaminhada para a Eucaristia, desde os primeiros anos. A catequese inteira deve girar em torno disto. E é fácil. O Catecismo todo oferece ensejo para uma palavra sobre a Eucaristia. Deus está em toda parte, mas no sacrário de modo especial. A igreja se chama "a casa de Deus" porque Jesus mora no sacrário. [...]
Quando tivermos de falar de Jesus, falaremos sempre de Cristo vivo nas nossas igrejas, presente no meio de nós, pertinho de nós. Mostraremos o sacrário, apontaremos com o dedo: Ele está ali! Vamos dando com isto a impressão da realidade, que é de fato.
A criança compreende muito mais facilmente o sacrário do que o céu. O céu é muito longe. No sacrário é mais fácil Jesus nos ouvir, nos ver, dar-nos o que pedimos.
Façamos da presença real o ponto de partida da formação cristã. Falemos de modo que as crianças se penetrem, sintam a divina presença. Relacionemos toda a Igreja com a Eucaristia. Fiquei encantado com uma piedosa senhora que explicava a igreja à sua filhinha, mostrando o altar, o sacrário, a mesa da comunhão: "Aqui é que Nosso Senhor fica quando desce do céu. Aqui é a casinha em que ele mora. Aqui é que a gente se ajoelha quando vai receber nosso Senhor". É fácil, com uma formação assim, as crianças sentirem a presença de Cristo no sacrário.
_________________________________________________________
* Em seu excelente livro A Pedagogia do Catecismo, disponível para download aqui.
Veja também:
Parte 3: Monte seu currículo
Planejamento 1: Reflita sobre sua experiência
Esta é a primeira parte do nosso Planejamento Anual da Catequese
e, de longe, a mais importante. Saber descrever o que aconteceu no ano
que passou é fundamental. Então, questione-se a si mesmo e vá atrás de
respostas. O catequista deve caprichar nesta etapa e demorar o tempo que
for preciso - e somente assim o novo ano que se aproxima pode ser
produtivo, pois todo o restante do planejamento depende diretamente das
suas metas (que são estabelecidas a partir da sua experiência).
Se você nunca foi catequista e não tem experiência continue lendo
este texto, pois o questionário abaixo ajuda na segunda parte
(estabelecer suas metas).
Mas refletir sobre o quê? Quais são as questões fundamentais que o
catequista deve responder (e somente responder, sem estabelecer qualquer
tipo de meta)? As questões abaixo servem como modelo para o catequista
entender sobre quais experiências estamos refletindo.
Há 4 famílias de perguntas. A primeira diz respeito à vida espiritual
dos seus alunos; a segunda, aos conteúdos (assuntos) que foram tratados
no decorrer do ano; a terceira diz respeito ao envolvimento das famílias
das crianças; e a quarta refere-se aos objetivos que você traçou no
início do ano.
1. Como foi a catequese no ano que passou? Quais eram as suas
expectativas em relação aos alunos? Você notou progresso espiritual
entre eles? Quais foram as suas maiores dificuldades? Os alunos que não
participavam da Missa no início do ano agora participam? Sabem que a
Eucaristia é o próprio Jesus? As crianças estão familiarizadas com a
paróquia e com o pároco? Elas aprenderam as principais orações? Elas
rezam todos os dias em casa? Você percebe que as crianças gostam de ter
reservado esse tempo da semana para participar da catequese?
2. Quais eram os seus objetivos no início do ano para os conteúdos
dados? Você se desviou deles durante o curso? Você conseguiu atingi-los
no fim do ano?
3. As famílias dos alunos foram envolvidas nesse processo de catequese?
Você manteve contato direto com eles durante todo o ano? As famílias que
não participavam da Missa agora participam?
4. Qual foi o seu tempo dedicado à oração pelos seus alunos e pela
catequese? Os seus objetivos espirituais para as crianças condisseram
com a idade (e o entendimento) delas? Você foi pouco exigente em relação
a esses objetivos? Os conteúdos dados para as crianças condisseram com a
idade (e o entendimento) delas? Esses conteúdos foram poucos? Eles
deixaram a desejar? As crianças sabem os principais artigos de fé (com o
entendimento relativo à sua idade)? Sua relação com as famílias das
crianças deixou a desejar? Você deu a devida atenção à participação
familiar na catequese?
Essas perguntas devem ocupar o catequista durante algum tempo e a minha
sugestão é que essa primeira parte seja anotada. Ela é a base para que o
planejamento da catequese no próximo ano seja um sucesso. Fique atento
aos detalhes: o comportamento mais sutil de uma criança revela muita
coisa sobre a sua educação religiosa!
Planejamento Anual da Catequese
Em minhas várias pesquisas sobre um planejamento efetivo da catequese,
não fiquei surpresa em não encontrar nada muito bom em Português.
Resolvi eu mesma fazer um passo a passo do planejamento para uso
pessoal. No entanto, gostaria de compartilhá-lo, pois me contenta uma
única alma que puder ajudar.
Este planejamento é uma adaptação simplificada do que eu encontrei em
outras idiomas. Aos poucos pretendo compartilhar outras coisas muito
interessantes que podemos aplicar à Catequese, mas a lista abaixo é
básica, para tornar o planejamento mais eficiente e menos trabalhoso.
Este passo a passo tem 10 etapas e será publicado em uma série de textos
nas semanas seguintes. Qualquer dúvida, sugestão ou crítica, deixem nos
comentários. Espero que gostem.
1 - Reflita sobre sua experiência.
2 - Estabeleça metas a partir das suas reflexões.
3 - Monte seu currículo.
4 - Defina os objetivos para cada aula.
5 - Crie atividades.
6 - Elabore um plano de aulas.
7 - Organize os materiais necessários.
8 - Escreva uma carta aos pais.
9 - Estabeleça regras para a sala de aula.
10 - Prepare sua sala de aula.
Mais livros infantis católicos!
Atualizando novamente a lista aqui.
A Arca de Noé, de Regina Chamlian e Helena Alexandrino
A Criação do Mundo, de Regina Chamlian e Helena Alexandrino
As Parábolas de Jesus, de Elio Guerriero e Maria Steiner
Bíblia para Crianças em Rimas, editora Paulinas
Chico e Bento, de Jeanne Perego e Donata Dal Molin Casagrande
Francisco e os Animais, de Pino Madero
Jonas e a Baleia, de Regina Chamlian e Helena Alexandrino
José e Seus Irmãos, de Regina Chamlian e Helena Alexandrino
Maria, nossa Mãe do Céu, de Christine Virginia Orfeo
O Evangelho de Jesus Narrado para as Crianças, de Giuseppino de Roma
Tobias e o Anjo, de Regina Chamlian e Helena Alexandrino
Livros Católicos Infantis
Atualizando a lista de livros infantis católicos que fiz ano passado.
Rita de Cássia, de Inês Belski Lagazzi.
Teresa de Lisieux, de Maria Skibel.
Vida de santos
Antônio de Pádua, de Giuseppino de Roma.
Através das montanhas: a vida de São Josemaria, de Paule Fostroy.
A Vida de João Paulo II, vários autores.
Bernadete, de Inês Belski Lagazzi.
Catarina de Sena, de Inês Belski Lagazzi.
Clara de Assis, de Armando Moore
Damião de Molokai, de Giuseppino de Roma.
Francisco de Assis, de Giuseppino de Roma
Inês, de Inês Belski Lagazzi.
Na Trilha de um Vencedor, de Adelita Frulane
O mundo de Paulo, de Matthias Grenzer e Fabiana de Sousa
O papa João e as crianças, de Aldina Panzetti.
Os amigos de Jesus, do Papa Bento XVI
Os três pastorinhos de Fátima, Edições Missões Consolata
Santa Catarina Labouré, de Marie-Geneviève Roux.
Santa Luísa Marillac, de Marie-Geneviève Roux.
Santo Agostinho, meu amigo, de Santiago Insunza.
São Vicente de Paulo, da Coleção Caminhos do Evangelho
Outros
A Santa Missa em Família, de Silvia Vecchini e Antonio Vicenti
Coroinha do Menino Jesus, de Hyde Flávia Lobato Marinho Dias
Mãezinha de Muitos Nomes, de Tatiana Ferreira
Minha Primeira Bíblia, de Padre Reginaldo Manzotti
Rezando o terço com Jesus e Maria, Comunidade Maria Mãe de Deus
Preparando as crianças para a Primeira Comunhão
Atualizado em 15/12/2013
Procurando material para a Primeira Comunhão?
Essa foi uma experiência que deu certo comigo: Manual de Religião, do Mons. Álvaro Negromonte.
A minha indicação é para crianças de até 12 anos. Há algumas palavras
que são pouco utilizadas atualmente, mas que se forem explicadas, se
forem dados alguns exemplos, crianças a partir de 7 anos são
perfeitamente capazes de compreender. Então a faixa é esta: de 7 a 12
anos de idade.
O texto de cada lição é bem curto e pode ser dada uma lição por semana.
Na minha paróquia, a catequese é de 1h30 por semana. Sobraria algum
tempo se eu desse somente uma lição por encontro. Então eu uso a
seguinte estratégia: uma lição por semana + uma atividade.
Na realidade, não chega a ser uma lição completa. É somente o texto da
lição. O questionário (do fim da lição) sempre fica para a próxima
semana. Explico. A intenção é que as crianças aprendam bem. Quanto mais
falarmos no assunto, mais à vontade elas ficam. Então o nosso encontro
começa com o texto da lição. Esse texto é explicado diversas vezes, de
diversos modos. E todas as dúvidas das crianças são respondidas. Depois
de explicado o texto da lição, a gente passa para a outra atividade.
Essa outra atividade varia conforme a semana e conforme o assunto da
lição. Pode ser a história da vida de um santo, pode ser a leitura de
uma passagem de uma Bíblia ilustrada, pode ser a explicação da dedicação
de um mês (Abril - Mês do Santíssimo Sacramento), uma visita à
igreja...
E o nosso encontro termina com essa atividade.
Na semana posterior, há uma explicação breve do texto da lição da semana
anterior e aí sim as crianças respondem o questionário, que é corrigido
na hora. Só depois de respondido o questionário da lição anterior é que
o texto da lição da semana é lido. Isso facilita a aprendizagem, porque
as crianças têm de puxar na memória muita coisa que foi dita no
encontro anterior.
Estou gostando bastante!
O livro do Mons. Álvaro Negromonte está disponível em sebos e também no 4shared do blog Cozinha e Biblioteca.
Para fazer o download basta clicar aqui.
Tríduo Pascal
Disponível em http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_doc_20020513_vers-direttorio_en.html
140. Todos os anos, no "santíssimo tríduo do crucificado, do sepultado e do ressuscitado" ou Tríduo Pascal, que vai desde a Missa vespertina da Quinta-Feira na Ceia do Senhor até às Vésperas do Domingo da Ressurreição, a Igreja celebra, "em íntima comunhão com Cristo, seu Esposo", os grandes mistérios da Redenção Humana.
Quinta-feira Santa
A visita ao lugar da reposição
141. A piedade popular é particularmente sensível à adoração do Santíssimo Sacramento, que se dá após a celebração da Missa na Ceia do Senhor.
Segundo um processo histórico, ainda não bem esclarecido em todas as
suas fases, o lugar da reposição foi considerado como "santo sepulcro";
os fiéis aí acorriam para venerar Jesus que, após a sua deposição da
Cruz, foi colocado no túmulo, onde permaneceu cerca de quarenta horas.
É preciso que os fiéis sejam esclarecidos sobre o sentido da reposição:
realizada com austera solenidade e ordenada essencialmente à conservação
do Corpo do Senhor para a comunhão dos fiéis na Ação litúrgica da
Sexta-feira Santa e para o Viático dos enfermos, é um convite à
adoração, silenciosa e prolongada, do admirável Sacramento instituído
nesse dia.
Portanto, quanto ao lugar da reposição, evite-se o termo "sepulcro", e
na sua preparação, não lhe seja dado o aspecto de um lugar de sepultura;
de fato, o tabernáculo não deve ter a forma de sepulcro ou urna
funerária: o Sacramento seja guardado num tabernáculo fechado, sem fazer
sua exposição com o ostensório.
Depois da meia-noite da Quinta-feira Santa, a adoração se realiza sem solenidade, pois já começou o dia da Paixão do Senhor.
Sexta-feira Santa
A procissão da Sexta-feira Santa
142. Na Sexta-feira Santa, a Igreja celebra a Morte salvífica de Cristo.
Na ação litúrgica da tarde ela medita a Paixão do seu Senhor, intercede
pela salvação do mundo, adora a Cruz e comemora a própria origem do
lado aberto do Salvador (cf. Jo 19, 34).
Entre as manifestações de piedade popular da Sexta-feira Santa, além da Via-Sacra,
destaca-se a procissão do "Cristo morto". Ela repropõe, à maneira
própria da piedade popular, o pequeno cortejo de amigos e discípulos
que, após ter descido da Cruz o corpo de Jesus, o levaram ao lugar em
que havia o "túmulo escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido
sepultado" (Lc 23, 53).
A procissão do "Cristo morto" geralmente se faz num clima de
austeridade, de silêncio e de oração e com a participação de muitos
fiéis, os quais percebem diversos significados no mistério da sepultura
de Jesus.
143. Entretanto, é preciso que tal manifestação de piedade popular não
se apresente, nem por causa da escolha da hora, nem por causa da
modalidade de convocação dos fiéis, aos olhos destes como uma
substituição das celebrações litúrgicas da Sexta-feira Santa.
Portanto, na preparação pastoral da Sexta-feira Santa dever-se-á dar o
primeiro lugar e o máximo relevo à solene Ação litúrgica e se deverá
mostrar aos fiéis que nenhuma outra prática de piedade deve substituir
objetivamente em sua estima esta celebração.
Enfim, deve-se evitar a inserção da procissão do "Cristo morto" no
âmbito da solene Ação litúrgica da Sexta-feira Santa, pois isso seria um
hidridismo celebrativo distorcido.
Encenação da Paixão de Cristo
144. Em muitos países, durante a Semana Santa, sobretudo na Sexta-feira,
são feitas encenações da Paixão de Cristo. Muitas vezes são "sagradas
encenações", que com justiça podem ser consideradas como prática de
piedade. De fato, as sagradas encenações têm origem na própria Liturgia.
Algumas delas, nascidas por assim dizer no coro dos monges, através de
um processo de progressiva dramatização, passaram para o adro da igreja.
Em muitos lugares, a preparação e a execução da encenação da Paixão de
Cristo são confiadas a confrarias, cujos membros assumiram particulares
compromissos com a vida cristã. Nessas encenações, atores e espectadores
se envolvem num movimento de fé e de piedade genuínas. Deseja-se
vivamente que as sagradas encenações da Paixão do Senhor não se afastem
dessa pura linha de expressão sincera e gratuita de piedade, para
assumir as características próprias das manifestações folclórica, que
visam não tanto ao espírito religioso e sim ao interesse dos turistas.
Quanto às sagradas encenações, mostre-se aos fiéis a profunda diferença
que existe entre a "encenação', que é mimese, e a "ação litúrgica", que é
anamnese, presença mistérica do evento salvífico da Paixão.
A recordação de Nossa Senhora das Dores
145. Pela sua importância doutrinal e pastoral, recomenda-se que não se
deixe de lado "a memória das dores da Bem-Aventurada Virgem Maria". A
piedade popular, seguindo a narrativa evangélica, ressaltou a associação
da Mãe à Paixão salvífica do Filho (cf. Jo 19,25-27; Lc 2,34) e deu
vida a diversas práticas de piedade, entre as quais:
Sábado Santo
146. "No Sábado Santo a Igreja se detém junto ao sepulcro do Senhor, meditando a sua Paixão e Morte, a descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum a sua Ressurreição."
A piedade popular não deve permanecer alheia ao caráter peculiar do Sábado Santo; portanto, os costumes e as tradições festivas ligados a esse dia, no qual antigamente era antecipada a celebração pascal, devem ficar reservados para a noite e o dia de Páscoa.
A "Hora da Mãe"
147. Em Maria, segundo o ensinamento da tradição, reuniu-se todo o corpo da Igreja: ela é a reunião universal dos fiéis. Por isso, a Virgem Maria que se detém junto ao sepulcro do Filho, como a tradição eclesial a representa, é ícone da Virgem Igreja que vigia junto ao túmulo do seu Esposo, na expectativa de celebrar a sua Ressurreição.
A prática de piedade Hora da Mãe se inspira nessa intuição da relação entre Maria e a Igreja: enquanto o corpo do Filho repousa no sepulcro e a sua alma desceu à mansão dos mortos para anunciar aos seus antepassados a iminente libertação da região das sombras, a Virgem, antecipando e personalizando a Igreja, espera cheia de fé a vitória do Filho sobre a morte.
Domingo de Páscoa
148. No Domingo de Páscoa, máxima solenidade do Ano Litúrgico, também são realizadas diversas manifestações de piedade popular: todas elas são expressões cultuais que exaltam a condição nova e a glória de Cristo ressuscitado, assim como a força divina que jorra da sua vitória sobre o pecado e sobre a morte.
O encontro do Ressuscitado com a Mãe
149. A piedade popular intuiu que a associação do Filho à Mãe é constante: na hora da dor e na hora da Morte, na hora da alegria e da Ressurreição.
A afirmação litúrgica, segundo a qual Deus encheu de alegria a Virgem por ocasião da Ressurreição do Filho, foi, por assim dizer, traduzida e quase representada pela piedade popular na prática de piedade do Encontro da Mâe com o Filho ressuscitado: na manhã de Páscoa, dois cortejos, um carregando a imagem de Nossa Senhora das Dores, o outro a de Cristo ressuscitado, se encontram, significando que a Virgem foi a primeira e plena participante do mistério da Ressurreição do Filho.
Quanto à essa prática de piedade vale a observação feita para a procissão do "Cristo morto": a sua realização não deve assumir aspectos de relevância maior do que as próprias celebrações litúrgicas do domingo de Páscoa, nem ceder lugar a misturas inapropriadas.
A bênção da refeição familiar
150. Um sentido de novidade percorre toda a Liturgia pascal: nova é a natureza, pois no hemisfério norte a Páscoa coincide com o despertar da primavera; novos são o fogo e a água; novos os corações dos cristãos, renovados pelo sacramento da penitência e, como é desejável, pelos próprios sacramentos da iniciação cristã; nova, por assim dizer, é a Eucaristia: são sinais e realidade-sinal da nova condição de vida inaugurada por Cristo mediante sua Ressurreição.
Entre as práticas de piedade que se ligam ao evento da Páscoa estão a tradicional bênção dos ovos, símbolo da vida, e a bênção da refeição familiar; esta última, que em muitas famílias cristãs é um costume diário e que deve ser estimulado, adquire particular significado no dia de Páscoa: com a água benta na Vigília Pascal, que os fiéis têm o louvável costume de levar para casa, o chefe da família ou um outro membro da comunidade doméstica abençoa a refeição festiva.
A saudação Pascal à Mãe do Ressuscitado
151. Em alguns lugares, no encerramento da Vigília Pascal ou depois das Segundas Vésperas do Domingo de Páscoa, realiza-se uma breve prática de piedade: benzem-se flores, que serão distribuídas aos fiéis em sinal de alegria pascal, e se presta homenagem à imagem de Nossa Senhora das Dores, que às vezes é coroada, enquanto se canta o Regina caeli. Os fiéis, que se haviam associado à dor da Virgem na Paixão do Filho, querem agora se alegrar com ela pelo evento da Ressurreição.
Essa prática de piedade, que não deve ser misturada com a ação litúrgica, está de acordo com os conteúdos do Mistério Pascal e constitui mais uma prova de como a piedade popular percebe a associação da Mãe à obra salvífica do Filho.
- O Planctus Mariae (O pranto de Maria), intensa expressão de dor, às vezes valorizada por altas qualidades literárias e musicais, na qual a Virgem chora não somente a morte do Filho, inocente e santo, o seu sumo bem, mas também o extravio do seu povo e o pecado da humanidade;
- A Hora da Desolada, na qual os fiéis, através de expressões de comovida devoção, "fazem companhia" à Mãe do Senhor, que ficou sozinha, imersa numa profunda dor, após a morte do seu único Filho; contemplando a Virgem com o Filho nos braços - a Pietà -, entendem que em Maria se concentra a dor do universo por causa da morte de Cristo; vêem nela a personificação de todas as mães que, ao longo da história, choraram a morte de um filho. Essa prática de piedade, que em alguns lugares da América Latina é chamada de El pésame, não deverá se limitar a expressar o sentimento humano diante de uma mãe desolada, mas na fé da ressurreição, saberá ajudar a compreender a grandeza do amor redentor de Cristo e a participação da sua Mãe nesse amor.
Sábado Santo
146. "No Sábado Santo a Igreja se detém junto ao sepulcro do Senhor, meditando a sua Paixão e Morte, a descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum a sua Ressurreição."
A piedade popular não deve permanecer alheia ao caráter peculiar do Sábado Santo; portanto, os costumes e as tradições festivas ligados a esse dia, no qual antigamente era antecipada a celebração pascal, devem ficar reservados para a noite e o dia de Páscoa.
A "Hora da Mãe"
147. Em Maria, segundo o ensinamento da tradição, reuniu-se todo o corpo da Igreja: ela é a reunião universal dos fiéis. Por isso, a Virgem Maria que se detém junto ao sepulcro do Filho, como a tradição eclesial a representa, é ícone da Virgem Igreja que vigia junto ao túmulo do seu Esposo, na expectativa de celebrar a sua Ressurreição.
A prática de piedade Hora da Mãe se inspira nessa intuição da relação entre Maria e a Igreja: enquanto o corpo do Filho repousa no sepulcro e a sua alma desceu à mansão dos mortos para anunciar aos seus antepassados a iminente libertação da região das sombras, a Virgem, antecipando e personalizando a Igreja, espera cheia de fé a vitória do Filho sobre a morte.
Domingo de Páscoa
148. No Domingo de Páscoa, máxima solenidade do Ano Litúrgico, também são realizadas diversas manifestações de piedade popular: todas elas são expressões cultuais que exaltam a condição nova e a glória de Cristo ressuscitado, assim como a força divina que jorra da sua vitória sobre o pecado e sobre a morte.
O encontro do Ressuscitado com a Mãe
149. A piedade popular intuiu que a associação do Filho à Mãe é constante: na hora da dor e na hora da Morte, na hora da alegria e da Ressurreição.
A afirmação litúrgica, segundo a qual Deus encheu de alegria a Virgem por ocasião da Ressurreição do Filho, foi, por assim dizer, traduzida e quase representada pela piedade popular na prática de piedade do Encontro da Mâe com o Filho ressuscitado: na manhã de Páscoa, dois cortejos, um carregando a imagem de Nossa Senhora das Dores, o outro a de Cristo ressuscitado, se encontram, significando que a Virgem foi a primeira e plena participante do mistério da Ressurreição do Filho.
Quanto à essa prática de piedade vale a observação feita para a procissão do "Cristo morto": a sua realização não deve assumir aspectos de relevância maior do que as próprias celebrações litúrgicas do domingo de Páscoa, nem ceder lugar a misturas inapropriadas.
A bênção da refeição familiar
150. Um sentido de novidade percorre toda a Liturgia pascal: nova é a natureza, pois no hemisfério norte a Páscoa coincide com o despertar da primavera; novos são o fogo e a água; novos os corações dos cristãos, renovados pelo sacramento da penitência e, como é desejável, pelos próprios sacramentos da iniciação cristã; nova, por assim dizer, é a Eucaristia: são sinais e realidade-sinal da nova condição de vida inaugurada por Cristo mediante sua Ressurreição.
Entre as práticas de piedade que se ligam ao evento da Páscoa estão a tradicional bênção dos ovos, símbolo da vida, e a bênção da refeição familiar; esta última, que em muitas famílias cristãs é um costume diário e que deve ser estimulado, adquire particular significado no dia de Páscoa: com a água benta na Vigília Pascal, que os fiéis têm o louvável costume de levar para casa, o chefe da família ou um outro membro da comunidade doméstica abençoa a refeição festiva.
A saudação Pascal à Mãe do Ressuscitado
151. Em alguns lugares, no encerramento da Vigília Pascal ou depois das Segundas Vésperas do Domingo de Páscoa, realiza-se uma breve prática de piedade: benzem-se flores, que serão distribuídas aos fiéis em sinal de alegria pascal, e se presta homenagem à imagem de Nossa Senhora das Dores, que às vezes é coroada, enquanto se canta o Regina caeli. Os fiéis, que se haviam associado à dor da Virgem na Paixão do Filho, querem agora se alegrar com ela pelo evento da Ressurreição.
Essa prática de piedade, que não deve ser misturada com a ação litúrgica, está de acordo com os conteúdos do Mistério Pascal e constitui mais uma prova de como a piedade popular percebe a associação da Mãe à obra salvífica do Filho.
Os Mandamentos da Igreja
Os Mandamentos da Igreja situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à
vida litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório dessas
leis positivas promulgadas pelas autoridades pastorais tem como fim
garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no
esforço moral, no crescimento do amor de Deus e do próximo.
1 O Primeiro Mandamento da Igreja ("Participar da Missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho")
ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se comemora a
ressurreição do Senhor e as festas litúrgicas em honra dos mistérios do
Senhor, da Santíssima Virgem Maria e dos Santos, em primeiro lugar
participando da celebração eucarística, em que se reúne a comunidade
cristã, e se abstendo de trabalhos e negócios que possam impedir tal
santificação desses dias.
2 O Segundo Mandamento ("Confessar-se ao menos uma vez por ano")
assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do sacramento da
Reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão do Batismo.
3 O Terceiro Mandamento ("Receber o Sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição")
garante um mínimo na recepção do Corpo e Sangue do Senhor em ligação
com as festas pascais, origem e centro da Liturgia cristã.
4 O Quarto Mandamento ("Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja")
determina os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as
festas litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre
nossos instintos e a liberdade de coração.
5 O Quinto Mandamento ("Ajudar a Igreja em suas necessidades") recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades.
Catecismo da Igreja Católica, 2041-2043.
Das Obras de Misericórdia
Obras de Misericórdia Corporais
Obras de Misericórdia Espirituais
- [1] - Visitar e cuidar dos enfermos
- [2] - Dar de comer a quem tem fome
- [3] - Dar de beber a quem tem sede
- [4] - Dar pousada aos peregrinos
- [5] - Vestir os nus
- [6] - Redimir os cativos
- [7] - Enterrar os mortos
Obras de Misericórdia Espirituais
- [1] - Ensinar a quem não sabe
- [2] - Dar bom conselho a quem dele necessita
- [3] - Corrigir a quem erra
- [4] - Perdoar as injúrias
- [5] - Consolar o triste
- [6] - Sofrer com paciência os defeitos do próximo
- [7] - Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos
Quaresma
Disponível em http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_doc_20020513_vers-direttorio_en.html
124. A Quaresma é tempo que precede e predispõe à celebração da Páscoa.
Tempo de escuta da palavra de Deus e de conversão, de preparação e de
memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de
recorrer com mais frequência às "armas da penitência cristã": a oração, o
jejum, a esmola (cf. Mt 6, 1-6.16-18).
No âmbito da piedade popular o sentido mistérico da Quaresma não é
facilmente percebido e não são colhidos alguns de seus grandes valores e
temas, tais como a relação entre o "sacramento dos quarenta dias" e os
sacramentos da iniciação cristã, como também o mistério do "êxodo"
presente ao longo de todo o itinerário quaresmal. Segundo uma constante
da piedade popular, levada a se deter nos mistérios da humanidade de
Cristo, na Quaresma os fiéis concentram a sua atenção na Paixão e Morte
do Senhor.
125. O início dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, é
qualificado pelo austero símbolo das Cinzas , que caracteriza a Liturgia
da Quarta-feira de Cinzas. Pertencente ao antigo ritual com que os
pecadores convertidos se submetiam à penitência canônica, o gesto de se
cobrir de cinzas tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e
mortalidade, que necessita ser remida pela misericórdia de Deus. Longe
de ser um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como símbolo da
atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no
itinerário quaresmal. Os fiéis, que acorrem numerosos para receber as
Cinzas, serão, portanto, ajudados a perceber o significado interior
implicado nesse gesto, que abre à conversão e ao compromisso da
renovação pascal.
Apesar da secularização da sociedade contemporânea, o povo cristão
percebe claramente que durante a Quaresma é preciso orientar os ânimos
para as realidades que verdadeiramente contam; que se exige empenho
evangélico e coerência de vida, traduzida em boas obras, em forma de
renúncia àquilo que é supérfluo e de luxo, em manifestações de
solidariedade com os sofredores e necessitados.
Os fiéis que frequentam raramente os sacramentos da penitência e da
Eucaristia também sabem, devido à longa tradição eclesial, que o tempo
da Quaresma-Páscoa está em relação com o preceito da Igreja de
confessar os próprios pecados graves ao menos uma vez por ano e de
receber a Santa Comunhão ao menos uma vez ao ano, de preferência durante
o tempo pascal.
126. A diferença entre a concepção litúrgica e a visão popular da
Quaresma não impede que o tempo dos "Quarenta dias" seja um espaço
eficaz para uma fecunda interação entre Liturgia e piedade popular.
Um exemplo dessa interação está no fato de que a piedade popular
privilegia alguns dias, algumas práticas de piedade, algumas atividades
apostólicas e caritativas que a própria Liturgia prevê e recomenda. A
prática do jejum, tão característica desde a antiguidade neste tempo
litúrgico, é "prática" que liberta voluntariamente das necessidades da
vida terrena para descobrir a necessidade da vida que vem do céu: "Não
só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus"
(cf. Dt 8, 3; Mt 4, 4; Lc 4, 4; antífona da comunhão do I Domingo da
Quaresma).
A veneração do Cristo crucificado
127. O caminho quaresmal termina com o início do Tríduo Pascal, isto é, com a celebração da Missa In Cena Domini.
No Tríduo pascal a Sexta-feira Santa, dedicada a celebrar a Paixão do
Senhor, é o dia por excelência da "Adoração da santa Cruz".
Contudo, a piedade popular gosta de antecipar a veneração cultual da
Cruz. De fato, durante todo o período da Quaresma, na sexta-feira que,
por antiquíssima tradição cristã, é o dia em que se comemora a Paixão de
Cristo, os fiéis orientam espontaneamente a sua piedade para o mistério
da Cruz.
Contemplando o Salvador crucificado, eles entendem mais facilmente o
significado da dor imensa e injusta que Jesus, o Santo e o Inocente,
sofreu pela salvação do homem, e compreendem também o valor do seu amor
solidário e a eficácia do seu sacrifício redentor.
128. As expressões de devoção a Cristo crucificado, muitas e variadas,
adquirem especial relevo nas igrejas dedicadas ao mistério da Cruz ou
nas quais são veneradas relíquias consideradas autênticas do lignum Crucis.
De fato, a "descoberta da Cruz", que segundo a tradição se deu na
primeira metade do século IV, com a subsequente difusão no mundo todo de
veneradíssimas partículas, determinou um notável incremento do culto à
Cruz.
Nas manifestações de devoção a Cristo crucificado, os elementos comuns
da piedade popular como cânticos e orações, gestos como a exposição, o
beijo, a procissão e a bênção com a cruz, entrelaçam-se de modo variado,
dando lugar a práticas de piedade, às vezes preciosas por seu valor
conteudístico e formal.
Entretanto, a piedade para com a Cruz tem muitas vezes necessidade de
ser iluminada. Isto é, deve-se mostrar aos fiéis a essencial referência
da Cruz ao evento da Ressurreição: a Cruz e o túmulo vazio, a Morte e a
Ressurreição de Cristo são inseparáveis na narrativa evangélica e no
projeto salvífico de Deus. Na fé cristã, a Cruz é expressão do triunfo
sobre o poder das trevas e, por isso, é apresentada enriquecida com
pedras preciosas e se tornou sinal de bênção seja quando é traçada sobre
si próprio ou sobre outras pessoas e objetos.
129. O texto evangélico, singularmente detalhado na narrativa dos vários
episódios da Paixão, e a tendência à especificação e à diferenciação
própria da piedade popular fizeram com que os fiéis voltassem sua
atenção também para aspectos particulares da Paixão de Cristo e, em
seguida, fizessem deles objeto de devoções particulares: ao Ecce Homo,
Cristo zombado, "com a coroa de espinhos e o manto de púrpura" (Jo 19,
5), que Pilatos mostra ao povo; às sagradas chagas do Senhor, sobretudo a
ferida do lado e o sangue vivificador que daí jorrou (cf. Jo 19, 34);
aos instrumentos da Paixão, tais como a coluna da flagelação, a escada
do pretório, a coroa de espinhos, os cravos, a lança que o traspassou;
ao santo sudário ou lençol da deposição.
Essas expressões de piedade, promovidas em algunas casos por pessoas
eminentes em santidade, são legítimas. Entretanto, para evitar um
fracionamento excessivo na contemplação do mistério da Cruz, é
conveniente que se acentue o conjunto todo da Paixão, segundo a tradição
bíblica e patrística.
A leitura da Paixão do Senhor
130. A Igreja exorta os fiéis à leitura frequente, individual e
comunitária, da Palavra de Deus. Ora, não há dúvida de que entre as
páginas bíblicas a narrativa da Paixão do Senhor tem um especial valor
pastoral e, por isso, por exemplo, o Ritual da unção dos enfermos e sua assistência pastoral sugere que se leia, na hora da agonia do cristão, a narrativa da Paixão do Senhor, por inteiro ou algumas perícopes dela.
No tempo da Quaresma, o amor para com Cristo crucificado deverá levar as comunidades cristãs a preferir, sobretudo na quarta e na sexta-feira, a leitura da Paixão do Senhor.
Essa leitura, de grande significado doutrinal, chama a atenção dos fiéis seja por causa do conteúdo, seja por causa da forma narrativa, e provoca neles sentimentos de genuína piedade: arrependimento das culpas cometidas, pois os fiéis percebem que a Morte de Cristo aconteceu para a remissão dos pecados de todo o gênero humano e, portanto, também dos próprios; compaixão e solidariedade para com o Inocente injustamente perseguido; gratidão pelo amor infinito que Jesus demonstrou na sua Paixão para com todos os homens; empenho em seguir os exemplos de mansidão, paciência, misericórdia, perdão das ofensas, abandono confiante nas mãos do Pai, que Jesus deu com grande abundância e eficácia na sua Paixão.
Fora da celebração litúrgica, a leitura da Paixão poderá ser oportunamente "encenada", confiando aos vários leitores os textos correspondentes aos diferentes personagens; como também poderá ser intercalada por cânticos e momentos de silêncio meditativo.
Via Crucis
131. Entre as práticas de piedade com que os fiéis veneram a Paixão do Senhor poucas são tão queridas quanto a Via-Sacra. Por meio dessa prática de piedade os fiéis percorrem com afeto participativo o último trecho da caminhada feita por Jesus durante sua vida terrena; do Monte das Oliveiras, onde numa "propriedade chamada Getsêmani" (Mc 14, 32) o Senhor foi "tomado pela angústia" (Lc 22, 44), até o Monte Calvário, onde foi crucificado entre dois malfeitores (cf. Lc 23, 32), ao jardim onde foi deposto num túmulo novo, escavado na rocha (cf. Jo 19, 40-42).
132. A Via-Sacra é síntese de várias devoções surgidas na alta Idade Média: a peregrinação à Terra Santa, durante a qual os fiéis visitam devotamente os lugares da Paixão do Senhor; a devoção às "quedas de Cristo" sob o peso da cruz; a devoção aos "caminhos dolorosos de Cristo", que consiste na caminhada solene e processional de uma igreja a outra em memória dos percursos realizados por Cristo durante sua Paixão; a devoção às "estações de Cristo", isto é, aos momentos em que Jesus pára durante a caminhada rumo ao Calvário, porque obrigado pelos algozes, ou porque extenuado pelo cansaço, ou porque, movido por amor, procura estabelecer um diálogo com os homens e as mulheres que assistem à sua Paixão.
Na sua forma atual, atestada já na primeira metade do século XVII, a Via-Sacra, difundida sobretudo por São Leonardo de Porto Maurício (+ 1751), aprovada pela Sé Apostólica e enriquecida de indulgências, se compõe de quatorze estações.
133. A Via-Sacra é uma via traçada pelo Espírito Santo, fogo divino que ardia no peito de Cristo (cf. Lc 12, 49-50) e o impeliu rumo ao Calvário; e é uma via amada pela Igreja, que conservou a memória viva das palavras e dos acontecimentos dos últimos dias do seu Esposo e Senhor.
Na prática de piedade da Via-Sacra confluem também várias expressões características da espiritualidade cristã: a concepção da vida como caminho ou peregrinação; como passagem, através do mistério da cruz, do exílio terrestre à pátria celeste; o desejo de se conformar profundamente com a Paixão de Cristo; as exigências da sequela Christi (seguimento de Cristo), segundo a qual o discípulo deve caminhar atrás do Mestre, carregando diariamente a sua própria cruz (cf. Lc 9, 23).
Por tudo isso, a Via-Sacra é uma prática de piedade particularmente adequada para o tempo da Quaresma.
134. Para um frutuoso exercício da Via-Sacra podem ser úteis as seguintes indicações:
A escolha do texto, levando em conta as eventuais indicações dos Bispos, terá de ser feita tendo presente sobretudo a condição dos participantes à prática de piedade e o princípio pastoral de conciliar sabiamente continuidade e inovação. Em todo caso, de preferência usem-se textos nos quais ressoe, corretamente aplicada, a palavra bíblia e que sejam escritos numa linguagem nobre e simples.
Um desenvolvimento sábio da Via-Sacra em que hinos, silêncio, procissão e pausas reflexivas se integrem de modo equilibrado, contribui para a consecução de frutos espirituais dessa prática de piedade.
A Via-Matris
136. Associados ao projeto salvífico de Deus (cf. Lc 2, 34-35), Cristo crucificado e a Virgem das Dores são também associados na Liturgia e na piedade popular.
Como Cristo é o "homem das dores" (Is 53, 3), por meio do qual quis Deus "reconciliar consigo todos os seres, tanto na terra como no céu, estabelecendo a paz (...) por seu sangue derramado na cruz" (Cl 1, 20), assim Maria é a "mulher da dor", que Deus quis associar a seu Filho como mãe e participante da sua Paixão (socia passionis).
Desde os dias da infância de Cristo, a vida da Virgem, envolvida na rejeição da qual seu Filho era objeto, transcorreu toda ela sob o signo da espada (cf. Lc 2, 35). Entretanto, a piedade do povo cristão viu na vida dolorosa da Mãe sete episódios principais e os denominou de as "sete dores" da bem-aventurada Virgem Maria.
Assim, no modelo da Via-Sacra, surgiu a prática de piedade da Via Matris dolorosae ou simplesmente Via Matris, também esta aprovada pela Sé Apostólica. Formas embrionárias da Via Matris foram observadas desde o século XVI, mas, em sua forma atual, ela não remonta a além do século XIX. A intuição fundamental é considerar toda a vida da Virgem, desde o anúncio profético de Simeão (cf. Lc 2, 34-35) até a morte e sepultura do Filho, como um caminho de fé e de dor: caminho articulado exatamente em sete "estações", correspondentes às "sete dores" da Mãe do Senhor.
137. A prática de piedade da Via Matris se harmoniza bem com alguns temas próprios do itinerário quaresmal. De fato, sendo a dor da Virgem causada pela rejeição de Cristo por parte dos homens, a Via Matris remete constante e necessariamente ao mistério de Cristo Servo Sofredor do Senhor (cf. Is 52, 13-53, 12), rejeitado por seu povo (cf. Jo 1, 11; Lc 2, 1-7; 2, 34-35; 4, 28-29; Mt 26, 47-56; At 12, 1-5). E remete também ao mistério da Igreja: as estações da Via Matris são etapas do caminho de fé e de dor no qual a Virgem precedeu a Igreja e que esta deverá percorrer até o fim dos séculos.
A Via Matris tem como expressão máxima a Pietà, tema inesgotável da arte cristã desde a Idade Média.
Semana Santa
138. "Na Semana Santa a Igreja celebra os mistérios da salvação levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias da sua vida, a começar pela sua entrada messiânica em Jerusalém."
O envolvimento do povo nos ritos da Semana Santa é grande. Alguns deles trazem ainda os traços da sua proveniência dentro do âmbito da piedade popular. Entretanto, aconteceu que, durante os séculos, se produziu, nos ritos da Semana Santa, uma espécie de paralelismo celebrativo, segundo o qual há como que dois ciclos com impostação diferente: um rigorosamente litúrgico, o outro caracterizado por particulares práticas de piedade, especialmente as procissões.
Essa diversidade deveria ser orientada para uma correta harmonização das celebrações litúrgicas e das práticas de piedade. Relativamente à Semana Santa, de fato, a atenção e o amor para com as manifestações de piedade tradicionalmente caras ao povo devem levar à necessária estima das ações litúrgicas, certamente sustentadas pelos atos de piedade popular.
Domingo de Ramos
(Ramos de palmeira, oliveira ou outros)
139. "A Semana Santa começa no Domingo de Ramos 'da Paixão do Senhor' que une ao mesmo tempo o triunfo régio de Cristo e o anúncio da Paixão."
A procissão que comemora a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém tem caráter festivo e popular. Os fiéis gostam de guardar em suas casas e às vezes nos lugares de trabalho os ramos de palmeira, de oliveira ou de outras árvores que foram benzidos e levados na procissão.
Entretanto, é preciso que os fiéis sejam instruídos sobre o significado da celebração, para que seu sentido seja compreendido. Por exemplo, é oportuno insistir em que aquilo que é verdadeiramente importante é a participação na procissão e não somente a busca dos ramos de palmeira ou de oliveira; que estes não devem ser guardados como amuleto, ou somente para fins terapêuticos ou apotropaicos, isto é, a fim de manter distantes os espíritos maus e afastar das casas e dos campos os prejuízos causados por eles, o que poderia ser uma forma de superstição.
Tais ramos devem ser conservados antes de tudo como testemunho da fé em Cristo, rei messiânico, e na sua vitória pascal.
No tempo da Quaresma, o amor para com Cristo crucificado deverá levar as comunidades cristãs a preferir, sobretudo na quarta e na sexta-feira, a leitura da Paixão do Senhor.
Essa leitura, de grande significado doutrinal, chama a atenção dos fiéis seja por causa do conteúdo, seja por causa da forma narrativa, e provoca neles sentimentos de genuína piedade: arrependimento das culpas cometidas, pois os fiéis percebem que a Morte de Cristo aconteceu para a remissão dos pecados de todo o gênero humano e, portanto, também dos próprios; compaixão e solidariedade para com o Inocente injustamente perseguido; gratidão pelo amor infinito que Jesus demonstrou na sua Paixão para com todos os homens; empenho em seguir os exemplos de mansidão, paciência, misericórdia, perdão das ofensas, abandono confiante nas mãos do Pai, que Jesus deu com grande abundância e eficácia na sua Paixão.
Fora da celebração litúrgica, a leitura da Paixão poderá ser oportunamente "encenada", confiando aos vários leitores os textos correspondentes aos diferentes personagens; como também poderá ser intercalada por cânticos e momentos de silêncio meditativo.
Via Crucis
131. Entre as práticas de piedade com que os fiéis veneram a Paixão do Senhor poucas são tão queridas quanto a Via-Sacra. Por meio dessa prática de piedade os fiéis percorrem com afeto participativo o último trecho da caminhada feita por Jesus durante sua vida terrena; do Monte das Oliveiras, onde numa "propriedade chamada Getsêmani" (Mc 14, 32) o Senhor foi "tomado pela angústia" (Lc 22, 44), até o Monte Calvário, onde foi crucificado entre dois malfeitores (cf. Lc 23, 32), ao jardim onde foi deposto num túmulo novo, escavado na rocha (cf. Jo 19, 40-42).
132. A Via-Sacra é síntese de várias devoções surgidas na alta Idade Média: a peregrinação à Terra Santa, durante a qual os fiéis visitam devotamente os lugares da Paixão do Senhor; a devoção às "quedas de Cristo" sob o peso da cruz; a devoção aos "caminhos dolorosos de Cristo", que consiste na caminhada solene e processional de uma igreja a outra em memória dos percursos realizados por Cristo durante sua Paixão; a devoção às "estações de Cristo", isto é, aos momentos em que Jesus pára durante a caminhada rumo ao Calvário, porque obrigado pelos algozes, ou porque extenuado pelo cansaço, ou porque, movido por amor, procura estabelecer um diálogo com os homens e as mulheres que assistem à sua Paixão.
Na sua forma atual, atestada já na primeira metade do século XVII, a Via-Sacra, difundida sobretudo por São Leonardo de Porto Maurício (+ 1751), aprovada pela Sé Apostólica e enriquecida de indulgências, se compõe de quatorze estações.
133. A Via-Sacra é uma via traçada pelo Espírito Santo, fogo divino que ardia no peito de Cristo (cf. Lc 12, 49-50) e o impeliu rumo ao Calvário; e é uma via amada pela Igreja, que conservou a memória viva das palavras e dos acontecimentos dos últimos dias do seu Esposo e Senhor.
Na prática de piedade da Via-Sacra confluem também várias expressões características da espiritualidade cristã: a concepção da vida como caminho ou peregrinação; como passagem, através do mistério da cruz, do exílio terrestre à pátria celeste; o desejo de se conformar profundamente com a Paixão de Cristo; as exigências da sequela Christi (seguimento de Cristo), segundo a qual o discípulo deve caminhar atrás do Mestre, carregando diariamente a sua própria cruz (cf. Lc 9, 23).
Por tudo isso, a Via-Sacra é uma prática de piedade particularmente adequada para o tempo da Quaresma.
134. Para um frutuoso exercício da Via-Sacra podem ser úteis as seguintes indicações:
- a forma tradicional, com suas quatorze estações, deve ser considerada como a forma característica dessa prática de piedade; entretanto, em algumas ocasiões, não é de se excluir a substituição de uma ou outra "estação" por outras que reflitam episódios evangélicos do caminho doloroso de Cristo, que não são considerados na forma tradicional;
- em todo caso há formas alternativas de Via-Sacra, aprovadas pela Sé Apostólica ou publicamente usadas pelo Romano Pontífice: devem ser consideradas como genuínas, às quais se pode recorrer segundo a oportunidade;
- A Via-Sacra é a prática de piedade relativa à Paixão de Cristo; entretanto, é oportuno que se conclua de tal maneira que os fiéis se abram à espera, cheia de fé e de esperança, da ressurreição; a exemplo da parada na Anastasis, no final da Via-Sacra em Jerusalém, pode-se encerrar a prática de piedade com a memória da ressurreição do Senhor.
A escolha do texto, levando em conta as eventuais indicações dos Bispos, terá de ser feita tendo presente sobretudo a condição dos participantes à prática de piedade e o princípio pastoral de conciliar sabiamente continuidade e inovação. Em todo caso, de preferência usem-se textos nos quais ressoe, corretamente aplicada, a palavra bíblia e que sejam escritos numa linguagem nobre e simples.
Um desenvolvimento sábio da Via-Sacra em que hinos, silêncio, procissão e pausas reflexivas se integrem de modo equilibrado, contribui para a consecução de frutos espirituais dessa prática de piedade.
A Via-Matris
136. Associados ao projeto salvífico de Deus (cf. Lc 2, 34-35), Cristo crucificado e a Virgem das Dores são também associados na Liturgia e na piedade popular.
Como Cristo é o "homem das dores" (Is 53, 3), por meio do qual quis Deus "reconciliar consigo todos os seres, tanto na terra como no céu, estabelecendo a paz (...) por seu sangue derramado na cruz" (Cl 1, 20), assim Maria é a "mulher da dor", que Deus quis associar a seu Filho como mãe e participante da sua Paixão (socia passionis).
Desde os dias da infância de Cristo, a vida da Virgem, envolvida na rejeição da qual seu Filho era objeto, transcorreu toda ela sob o signo da espada (cf. Lc 2, 35). Entretanto, a piedade do povo cristão viu na vida dolorosa da Mãe sete episódios principais e os denominou de as "sete dores" da bem-aventurada Virgem Maria.
Assim, no modelo da Via-Sacra, surgiu a prática de piedade da Via Matris dolorosae ou simplesmente Via Matris, também esta aprovada pela Sé Apostólica. Formas embrionárias da Via Matris foram observadas desde o século XVI, mas, em sua forma atual, ela não remonta a além do século XIX. A intuição fundamental é considerar toda a vida da Virgem, desde o anúncio profético de Simeão (cf. Lc 2, 34-35) até a morte e sepultura do Filho, como um caminho de fé e de dor: caminho articulado exatamente em sete "estações", correspondentes às "sete dores" da Mãe do Senhor.
137. A prática de piedade da Via Matris se harmoniza bem com alguns temas próprios do itinerário quaresmal. De fato, sendo a dor da Virgem causada pela rejeição de Cristo por parte dos homens, a Via Matris remete constante e necessariamente ao mistério de Cristo Servo Sofredor do Senhor (cf. Is 52, 13-53, 12), rejeitado por seu povo (cf. Jo 1, 11; Lc 2, 1-7; 2, 34-35; 4, 28-29; Mt 26, 47-56; At 12, 1-5). E remete também ao mistério da Igreja: as estações da Via Matris são etapas do caminho de fé e de dor no qual a Virgem precedeu a Igreja e que esta deverá percorrer até o fim dos séculos.
A Via Matris tem como expressão máxima a Pietà, tema inesgotável da arte cristã desde a Idade Média.
Semana Santa
138. "Na Semana Santa a Igreja celebra os mistérios da salvação levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias da sua vida, a começar pela sua entrada messiânica em Jerusalém."
O envolvimento do povo nos ritos da Semana Santa é grande. Alguns deles trazem ainda os traços da sua proveniência dentro do âmbito da piedade popular. Entretanto, aconteceu que, durante os séculos, se produziu, nos ritos da Semana Santa, uma espécie de paralelismo celebrativo, segundo o qual há como que dois ciclos com impostação diferente: um rigorosamente litúrgico, o outro caracterizado por particulares práticas de piedade, especialmente as procissões.
Essa diversidade deveria ser orientada para uma correta harmonização das celebrações litúrgicas e das práticas de piedade. Relativamente à Semana Santa, de fato, a atenção e o amor para com as manifestações de piedade tradicionalmente caras ao povo devem levar à necessária estima das ações litúrgicas, certamente sustentadas pelos atos de piedade popular.
Domingo de Ramos
(Ramos de palmeira, oliveira ou outros)
139. "A Semana Santa começa no Domingo de Ramos 'da Paixão do Senhor' que une ao mesmo tempo o triunfo régio de Cristo e o anúncio da Paixão."
A procissão que comemora a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém tem caráter festivo e popular. Os fiéis gostam de guardar em suas casas e às vezes nos lugares de trabalho os ramos de palmeira, de oliveira ou de outras árvores que foram benzidos e levados na procissão.
Entretanto, é preciso que os fiéis sejam instruídos sobre o significado da celebração, para que seu sentido seja compreendido. Por exemplo, é oportuno insistir em que aquilo que é verdadeiramente importante é a participação na procissão e não somente a busca dos ramos de palmeira ou de oliveira; que estes não devem ser guardados como amuleto, ou somente para fins terapêuticos ou apotropaicos, isto é, a fim de manter distantes os espíritos maus e afastar das casas e dos campos os prejuízos causados por eles, o que poderia ser uma forma de superstição.
Tais ramos devem ser conservados antes de tudo como testemunho da fé em Cristo, rei messiânico, e na sua vitória pascal.
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Boa noite.
ResponderExcluirComo faco para acessar este blog