HISTÓRIA DA IGREJA
ÍNDICE
A IGREJA DE CRISTO NA ANTIGUIDADE PAGÃ 2
A ÉPOCA DOS PADRES 6
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL 9
A IGREJA NA IDADE MODERNA 12
A IGREJA NA IDADE CONTEMPORÂNEA 18
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
–J. Orlandis, História Breve do Cristianismo, Rei dos Livros, 1993.
–M. Clemente, A Igreja no tempo, Grifo, 2000.
–Pe. M. de Oliveira, História Eclesiástica de Portugal, Publicações Europa-América, 1994.
–J. Orlandis, F. Martín Hernández, V. Carcel Ortí, Historia de la Iglesia, Palabra, 2000
–L. Hertling, Historia de la Iglesia, Herder, 1981
–G. Redondo, La Iglesia en el mundo contemporáneo, EUNSA, 1978
–D. Ramos Lissón, Patrología, Eunsa, 2005
–J. Orlandis, La Iglesia Católica en la segunda mitad del siglo XX, Palabra, 1998
A IGREJA DE CRISTO NA ANTIGUIDADE PAGÃ
As origens do cristianismo (I) – A
sinagoga e a Igreja universal (II) – O império pagão e o cristianismo
(III) – A vida da cristandade primitiva (IV) – A Igreja no império
romano-cristão (VI) – A cristianização da sociedade (VII)
ANTIGUIDADE PAGÃ, 1
O nascimento e primeiro desenvolvimento
do cristianismo teve lugar dentro do quadro cultural e político do
Império romano. É certo que durante três séculos, a Roma pagã perseguiu
os cristãos; mas seria erróneo pensar que o Império constituiu apenas um
factor negativo para a difusão do Evangelho. [III, 1]
A expansão do Cristianismo no mundo
antigo adaptou-se às estruturas e modos de vida próprios da sociedade
romana. A Roma clássica promoveu a difusão da vida urbana. Assim, as
cidades foram sede das primeiras comunidades, que nelas constituíram
igrejas locais. [IV, 1]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 2
As comunidades cristãs estavam rodeadas
por um ambiente pagão hostil, que favorecia a sua coesão interna e a
solidariedade entre os seus membros. A comunhão e comunicação entre as
comunidades era real e todas possuíam um vivo sentido de se encontrarem
integradas numa mesma Igreja universal, a única Igreja fundada por Jesus
Cristo. [IV, 1]
Muitas igrejas do século I foram
fundadas pelos Apóstolos, permaneceram sob a sua autoridade, dirigidas
por um “colégio” de presbíteros que ordenava a vida litúrgica e
disciplinar. À medida que os Apóstolos desapareceram, generalizou-se o
episcopado local, que desde os primeiros tempos se tinha introduzido
noutras igrejas particulares. O bispo, sucessor dos Apóstolos, possuía a
plenitude do sacerdócio e o poder de governar. [IV, 2]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 3
A chave da unidade das igrejas dispersas
pelo orbe, que as integrava numa única Igreja universal, foi a
instituição do Primado romano. O Primado conferido por Cristo a Pedro
não era uma instituição efémera e circunstancial, destinada a
extinguir-se com a vida do Apóstolo. Era uma instituição permanente,
válida até ao fim dos tempos. [IV, 3]
Pedro foi o primeiro bispo de Roma e os
seus sucessores na Cátedra romana foram também sucessores na
prerrogativa do Primado, que conferiu à Igreja a constituição
hierárquica, querida para sempre por Jesus Cristo. [IV, 3]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 4
A história permite documentar, desde a
primeira hora, tanto o reconhecimento pelas demais igrejas da
preeminência que correspondia à igreja romana, como a consciência que os
bispos de Roma tinham da sua Primazia sobre a Igreja universal. [IV, 4]
- Século I: Devido a um grave problema
interno no seio da comunidade de Corinto, o Papa Clemente I intervém com
autoridade. A carta escrita por ele prescreve aquilo que se devia fazer
e exige obediência às suas ordens. É significativa também a resposta e o
dócil acatamento da igreja de Corinto à intervenção pontifícia. [IV, 4]
- Século II: S. Inácio de Antioquia
(+110): a Igreja romana é a Igreja “posta à cabeça da caridade”. S.
Ireneu (Contra as heresias, 185): a Igreja de Roma goza de uma singular
preeminência e é critério seguro para o conhecimento da verdadeira
doutrina da fé. [IV, 4]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 5
Até ao século IV a grande maioria dos
fiéis não eram filhos de pais cristãos, mas pessoas nascidas na
gentilidade que se convertiam à fé de Jesus Cristo. O baptismo
constituía então o coroamento de um dilatado processo de iniciação
cristã. [IV, 5]
Este processo, começado pela conversão,
prosseguia ao longo do catecumenado, tempo de prova e de instrução
catequética instituído de modo regular desde os fins do século II. [IV,
5]
A vida litúrgica dos cristãos tinha o
seu centro no Sacrifício Eucarístico, que se oferecia pelo menos no dia
do domingo, quer numa casa cristã – sede de alguma “igreja doméstica”–
quer nos lugares destinados ao culto, que começaram a existir desde o
século III. [IV, 5]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 6
As antigas comunidades cristãs eram
constituídas por todo tipo de pessoas, sem distinção de classe ou
condição: judeus e gentios, pobres e ricos, livres e escravos. [IV, 6]
É certo que a maioria dos cristãos dos
primeiros séculos foram pessoas de condição humilde (Celso mofava com
desprezo dos tecelões, sapateiros, lavadeiras e outras pessoas sem
cultura). Mas, desde o século I personalidades da aristocracia romana
abraçaram o Cristianismo. Dois séculos más tarde este facto revestia tal
amplitude que um dos éditos persecutórios do imperador Valeriano foi
dirigido especialmente contra os senadores, cavaleiros e funcionários
imperiais que fossem cristãos. [IV, 6]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 7
A estrutura interna das comunidades
cristãs era hierárquica. O bispo era assistido pelo clero, cujos graus
superiores –presbíteros e diáconos– eram, como o episcopado, de
instituição divina. Clérigos menores, destinados a determinadas funções
eclesiásticas, apareceram no decorrer destes séculos. [IV, 7]
Na idade apostólica houve numerosos
carismáticos, cristãos que para o serviço da Igreja receberam dons
extraordinários do Espírito Santo. Constituíram um fenómeno transitório
que se extinguiu praticamente no primeiro século da Era cristã. [IV, 7]
Os fiéis que integravam o Povo de Deus eram na sua imensa maioria cristãos vulgares e correntes. [IV, 7]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 8
Enquanto durou a época das perseguições, gozaram de prestígio especial os “confessores da fé”. [IV, 7]
Outros cristãos com uma particular
condição no seio das igrejas: as viúvas (atendiam ministérios com
mulheres); os ascetas e as virgens (abraçavam o celibato “por amor do
Reino dos Céus”). [IV, 7]
Prova externa das perseguições, mas também prova interna das heresias. Podem dividir-se em três grupos:
1) Judeo-cristianismo herético;
2) fanático rigorismo moral (ex.: Montanismo);
3) gnosticismo (ex.: Marcião). [IV, 8-9]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 7
A estrutura interna das comunidades
cristãs era hierárquica. O bispo era assistido pelo clero, cujos graus
superiores –presbíteros e diáconos– eram, como o episcopado, de
instituição divina. Clérigos menores, destinados a determinadas funções
eclesiásticas, apareceram no decorrer destes séculos. [IV, 7]
Na idade apostólica houve numerosos
carismáticos, cristãos que para o serviço da Igreja receberam dons
extraordinários do Espírito Santo. Constituíram um fenómeno transitório
que se extinguiu praticamente no primeiro século da Era cristã. [IV, 7]
Os fiéis que integravam o Povo de Deus eram na sua imensa maioria cristãos vulgares e correntes. [IV, 7]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 8
Enquanto durou a época das perseguições, gozaram de prestígio especial os “confessores da fé”. [IV, 7]
Outros cristãos com uma particular
condição no seio das igrejas: as viúvas (atendiam ministérios com
mulheres); os ascetas e as virgens (abraçavam o celibato “por amor do
Reino dos Céus”). [IV, 7]
Prova externa das perseguições, mas também prova interna das heresias. Podem dividir-se em três grupos:
1) Judeo-cristianismo herético;
2) fanático rigorismo moral (ex.: Montanismo);
3) gnosticismo (ex.: Marcião). [IV, 8-9]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 9
A liberdade chegou à Igreja quando ainda
mal se tinham extinguido os ecos da última grande perseguição
(Diocleciano, +305). Um primeiro édito foi o de Galério, em 311: não
concedia aos cristãos plena liberdade religiosa, mas somente uma
cautelosa tolerância. [VI, 1]
O trânsito da tolerância à liberdade
religiosa produziu-se com rapidez e o seu principal autor foi o
imperador Constantino. Em 313, os imperadores Constantino e Licínio
outorgaram o chamado “Édito de Milão”: era una nova directriz política
fundamentada no pleno respeito pelas opções religiosas de todos os
súbditos do Império, incluindo os cristãos. A Igreja, reconhecida pelo
poder civil, recuperava os seus lugares de culto e propriedades de que
tivesse sido despojada. [VI, 3]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 10
O avanço do cristianismo não foi
interrompido após a morte de Constantino, se se exceptuar a frustrada
tentativa de restauração pagã de Juliano, o Apóstata (+ 363). Os outros
imperadores, inclusivamente aqueles que simpatizaram com a heresia
ariana, foram resolutamente contrários ao paganismo. [VI, 5]
A evolução religiosa encerrou-se por
obra do imperador Teodósio (378-395). A constituição Cunctos Populos,
promulgada em 28.2.380, ordenou a todos os povos que aderissem ao
Cristianismo católico, a partir de agora única religião do Império. [VI,
5]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 11
A liberdade da Igreja permitiu um
exercício mais efectivo do Primado dos Papas sobre a Igreja universal.
Os grandes pontífices dos séculos IV e V -Dámaso, Leão Magno, Gelásio-
esforçaram-se por definir o fundamento dogmático do Primado romano: os
Papas eram os legítimos e exclusivos sucessores de Pedro. [VI, 8]
A partir do século IV, o exercício do Primado romano sobre as Igrejas do Ocidente foi muito intenso. [VI, 8]
No Oriente, o concílio de Sárdica
(343-344) sancionou o direito de qualquer bispo do orbe recorrer, como
instância suprema, ao Pontífice romano. [VI, 8]
ANTIGUIDADE PAGÃ, 12
a) Sob o Império romano-cristão
reuniram-se grandes assembleias eclesiásticas: concílios “ecuménicos” ou
universais. Oito tiveram lugar entre os séculos IV e IX. Particular
importância se reconheceu sempre aos quatro primeiros têm : Niceia I
(325), Constantinopla I (381), Éfeso (431), Calcedónia (451). [VI, 9]
b) A sua convocação procedeu
normalmente do imperador. Em vários, a convocatória imperial foi
promovida por iniciativa pontifícia e os legados papais ocupavam um
lugar de honra na aula conciliar. [VI, 3]
c) A posição do Oriente cristão face a
Roma, depois de Calcedónia, pode resumir-se assim: atribuição ao Papa
da primazia de honra em toda a Igreja; reconhecimento da sua autoridade
no terreno doutrinal; mas desconhecimento de qualquer poder disciplinar e
jurisdicional sobre as igrejas orientais. [VI, 8]
A ÉPOCA DOS PADRES
A primeira literatura cristã (V) – A
formulação dogmática da fé cristã (VIII) – Os Padres da Igreja (IX) – A
vida ascética e o monaquismo (XI)
ÉPOCA DOS PADRES, 1
Um grupo de escritores de língua grega,
dos séculos I e II, são conhecidos pelo nome de “Padres Apostólicos”.
Este título exprime as suas características peculiares: antiguidade
(algumas obras anteriores ao Evangelho de São João) e estreita
vinculação aos Apóstolos (dos quais podem considerar-se discípulos). [V,
3]
Textos mais notáveis: Didaché; carta de
São Clemente aos Coríntios; cartas de Santo Inácio de Antioquia;
epístola de São Policarpo de Esmirna; Pastor de Hermas. [V, 3]
ÉPOCA DOS PADRES, 2
No século II apareceu um novo género
literário, expoente das lutas que os cristãos tiveram de sustentar com
inimigos de dentro e de fora. [V, 5]
Inimigos de dentro: bom número de
escritos anti-heréticos. Sobressai o tratado “Contra as heresias” de
Santo Ireneu de Lião (refutação das doutrinas gnósticas). [V, 5]
Inimigos de fora: literatura
apologética, cujo objectivo era defender a verdade cristã e que estava
dirigida a leitores alheios à Igreja. Exemplo de apologética anti
judaica: “Diálogo com Trifão” do mártir São Justino (150). Exemplo de
apologética anti pagã: “Epístola a Diogneto”. [V, 6-7]
ÉPOCA DOS PADRES, 3
Por volta de ano 200, alguns escritores
começaram a produzir uma literatura não polémica. Foi o começo da
ciência teológica. Em Alexandria surgiu uma célebre escola teológica que
conseguiu um extraordinário ascendente sob a direcção de Clemente
(converso de vasta cultura). [V, 9-10]
Orígenes, seu sucessor, elevou-a a um
altíssimo grau de esplendor. Em Alexandria primeiro, e em Cesareia da
Palestina, depois, desenvolveu uma actividade assombrosa e foi autor de
cerca de mil obras. [V, 11]
Em Antioquia surgiu no século IV outra
escola que rejeita o método alegórico, próprio dos Alexandrinos, que em
sua opinião desvirtuava o recto sentido dos textos bíblicos e cultiva
interpretação literal inspirada na filosofia aristotélica. [V, 12]
ÉPOCA DOS PADRES, 4
Os Padres da Igreja uniam a ciência
sagrada à nota de santidade reconhecida pela Igreja. Os tempos de ouro
da Patrística foram os séculos IV e V. [IX, 1]
Os Padres da Igreja são escritores
cristãos anteriores ao ano 750 que reúnem três características: 1)
ortodoxia de doutrina; 2) santidade de vida; 3) aprovação ao menos
tácita da Igreja.
Os Padres são as testemunhas da Tradição da Igreja, naquelas doutrinas nas quais as suas afirmações são coincidentes.
Trento: “A ninguém é lícito interpretar a Escritura contra o consenso unânime dos Padres”.
ÉPOCA DOS PADRES, 5
Um dos mais antigos Padres orientais:
Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria e principal defensor da
ortodoxia católica frente à heresia ariana (diácono em Niceia, foi
durante 45 anos o bispo de Alexandria, 17 dos quais passou desterrado).
[IX, 2]
Da escola neo-alexandrina são também os “Padres Capadócios”:
- São Gregório de Nanzianzo (329-390): defender a divindade do Filho e do Espírito Santo valeu-lhe o apelativo de “o Teólogo”.
- São Gregório de Nisa (335-394): um dos Padres da mística cristã.
- São Basílio (330-379), bispo de
Cesareia, destacou-se pelos seus escritos teológicos anti-arianos.
Organizador do monaquismo oriental (autor de duas regras monásticas e de
uma liturgia). [IX, 3]
ÉPOCA DOS PADRES, 6
São João Crisóstomo (344-407): “Boca de
ouro”. Comentou numerosos livros da Bíblia. As suas homilias
acarretaram-lhe a inimizade da imperatriz Eudóxia e o desterro até à
morte. [IX, 4]
São Cirilo de Alexandría (370-444):
manteve a doutrina ortodoxa contra
Nestório. Influência decisiva no concílio de Éfeso (431), onde defendeu o
título Mãe de Deus para a Virgem Maria. [IX, 4]
Último Padre oriental: São João Damasceno (+ 750)
ÉPOCA DOS PADRES, 7
Grandes Padres ocidentais, 1
Santo Ambrósio (333-397): Elevado ao
episcopado (Milão) por aclamação popular, sendo ainda simples
catecúmeno. Notável actividade literária de exegese bíblica e pregação.
Amigo e conselheiro de 3 imperadores, excomungou Teodósio, o Grande.
[IX, 5]
São Jerónimo (342-420): sucessivas
residências em Antioquia, Constantinopla, Tréveris, Roma e Belém.
Historiador e exegeta. Traduz a Bíblia: Vulgata (Trento declara a sua
autenticidade). [IX, 6]
Santo Agostinho (354-430): principal
Padre da Igreja e uma das figuras cimeiras da história. Bispo e Hipona.
Escreveu entre outras obras, as Confissões, autobiografia espiritual
desde a infância até à conversão, e A Cidade de Deus, ensaio de teologia
e história, e tratado de apologética. [IX, 7]
ÉPOCA DOS PADRES, 8
Grandes Padres ocidentais, 2
Dois Papas aos quais a história atribui o apelativo de “Magno”:
S. Leão I (+ 461): contribuiu de modo
substancial para a formulação do dogma cristológico. Deve-se-lhe também a
teologia do Primado romano e a sua fundamentação escriturística no
Primado de Pedro. [IX, 8]
S. Gregório I (540-604): as suas obras
(os “Morais” e os “Diálogos”) terão grande influência na Idade Média. O
canto “gregoriano” conservou-se vivo na Igreja até aos nossos dias. [IX,
8]
Último Padre ocidental: S. Isidoro de Sevilha (+ 636)
ÉPOCA DOS PADRES, 9
Durante os três primeiros séculos,
ascetas e virgens não abandonavam o mundo nem se reuniam, geralmente,
para viver em comum. Permaneciam nas suas casas e administravam os seus
bens. [XI, 1]
A tradição ascética cristã deu vida,
desde os princípios do século IV, à instituição do monaquismo,
caracterizado por um traço peculiar: a fuga do mundo. [XI, 3]
No Alto Egipto, São Pacómio (286-346) trouxe ao monaquismo a vida em comum e a obediência ao superior religioso. [XI, 5]
Na Ásia Menor, São Basílio (330-379)
promoveu e organizou o monaquismo. As observâncias basilianas
constituiram a base principal do monaquismo bizantino e a sua influência
literária fez-se sentir também no Ocidente. [XI, 5]
ÉPOCA DOS PADRES, 10
Bispos ilustres –Ambrósio de Milão,
Eusébio de Vercelli, etc.- promoveram o monaquismo entre o clero das
suas igrejas. Particular relevo teve Santo Agostinho que reuniu os
clérigos na sua casa e instituiu nela a vida em comum. A “Regra de Santo
Agostinho” seria tomada como norma nos séculos medievais. [XI, 7]
Lugar de honra na história do monaquismo
latino corresponde a São Bento (480-547). Fundou e governou dois
mosteiros: Subíaco primeiro e Montecassino depois, onde compôs a sua
celebérrima regra. O Código beneditino alcançou com o tempo um êxito
extraordinário e converteu-se na regra típica do monaquismo ocidental.
[XI, 8]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL
O cristianismo e os povos bárbaros (X) –
O cristianismo na Europa feudal (XII) – A lenta gestação do cisma do
Oriente (XIII) – Pontificado e Império na Idade Média (XIV) – A
cristandade medieval (XV-XVII)
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 1
Desde fins do século IV, as grandes
migrações populares tiveram a virtude de pôr em contacto com a Igreja um
novo mundo étnico e cultural: germanos e eslavos, magiares e
escandinavos. As invasões criaram oportunidades insuspeitadas de
expansão cristã. [X, 1]
A maioria dos povos germânicos invasores converteram-se ao arianismo. [X, 2]
Importância da conversão dos francos à
Igreja católica. No Natal de um ano à volta do ano 500, o rei franco
Clodoveu recebeu o baptismo católico. [X, 4]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 2
As invasões bárbaras provocaram em
certas regiões um claro retrocesso do Cristianismo. Foi o caso da antiga
Britânia romana, dominada no século V pelos anglo-saxões pagãos, cuja
conversão
foi empreendida muito mais tarde por iniciativa do Papa Gregório Magno (540-604). [X, 5]
No continente europeu, a acção
missionária dirigiu-se até ao «século VI aos povos “invasores”. Foi a
partir de então que essa acção evangelizadora transbordou as antigas
fronteiras do Império ocidental. Os iniciadores desta expansão no século
VII foram missionários celtas procedentes da Irlanda e da Escócia (São
Columbano). No século VIII, os missionários anglo-saxões substituiram os
celtas (São Bonifácio na Alemanha). [X, 5]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 3
A expansão cristã prosseguiu nos séculos
seguintes e atingiu novos povos sediados no centro e no oriente da
Europa. Geralmente a conversão de um povo coincidia com o baptismo do
príncipe: magiares (São Estevão), boémios (São Wenceslau), polacos
(duque Mieszko). No entanto, a cristianização propriamente dita de tais
povos deve ter-se prolongado durante séculos. [X, 6]
Tanto a Igreja latina como a bizantina
se esforçaram por evangelizar os povos eslavos. Chama-se aos irmãos
Cirilo (+ 869) e Metódio (+ 885) os “Apóstolos dos eslavos”. [X, 6]
Conquista cristã da Igreja grega: Rússia. Baptismo do grão duque Wladimiro (972-1015). [X, 6]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 4
Cristianização da Escandinávia e dos
Países bálticos: dificuldade com os vikings (paganismo com virulência
anticristã). Importantes resíduos pagãos na Suécia até ao século XII, e
na Prússia oriental e nos Países bálticos até ao século XIV. [X, 7]
Consequência da expansão muçulmana, no
século VII: três dos quatro Patriarcados orientais caíram em poder do
Islão (Alexandria, Antioquia e Jerusalém). Afastamento de nestorianos e
monofisitas (com a perda do Egipto e Síria) e a identificação do Oriente
cristão com o Patriarcado de Constantinopla, onde lhe era reconhecida
uma primazia de jurisdição ou pelo menos de honra. [XIII, 1]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 5
Cisma do Oriente, 1
- Importância da contraposição da
cultura grega e latina entre o Oriente e o Ocidente. [XIII, 3]-
Crescente falta de comunicação: incompreensão linguística que não só
afastou espiritualmente o Oriente e o Ocidente cristãos, mas suscitou
suspicácias e receios, numa época crítica de heresias e controvérsias
teológicas. [XIII, 3]- Diferenças disciplinares e de ritos. [XIII, 3]
Concílio de Calcedónia (451): cânone 28
não aceite pelo papa Leão Magno. Concedia à sede de Constantinopla
autoridade e jurisdição sobre todos os territórios do Império bizantino
não dependentes dos outros três Patriarcados orientais, porque era a
capital do Império e residência do imperador (“nova Roma”). Roma
afastava-se do Império de Bizâncio procurando protecção nos imperadores
francos ou germânicos. [XIII, 4]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 6Cisma do Oriente, 2
Primeira ruptura no século V: cisma de Acácio (pelo monofisismo deste patriarca). Prolongou-se durante 30 anos. [XIII, 5]
Mais longo foi o problema com o
Imperador Leão III Isáurico que proibiu em 726 a veneração das imagens
sagradas e pouco depois ordenou a sua destruição. A cristandade
bizantina ficou dividida em dois bandos: icólatras e iconoclastas. O
Papa estava a favor dos primeiros, o que o aproximou dos monges e da
grande massa do povo, contra os iconoclastas. [XIII, 5]
O problema dos búlgaros: o seu príncipe
Boris converteu-se no ano 864, e solicitou o envio de missionários,
primeiro a Constantinopla, depois a Roma, e outra vez, de modo
definitivo, a Constantinopla. Este incidente contribuiu para endurecer
as relações entre Roma e Constantinopla. [XIII, 6]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 7
Cisma do Oriente, 3
No século IX, Inácio e Fócio
enfrentaram-se para a sede patriarcal de Constantinopla. O Papa Nicolau I
era favorável aos legítimos direitos de Inácio, o que provocou uma
violenta reacção de Fócio, verdadeira declaração de guerra à Igreja
latina. Converteu em arma de arremesso a questão do Filioque; condenou a
sua inclusão no Credo pela Cristandade ocidental e lançou contra ela a
acusação de heresia. [XIII, 7]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 8
Cisma do Oriente, 4
O Cisma deu-se em 16 de Julho de 1054,
quando um dos legados papais enviados para negociar uma paz
eclesiástica, Humberto da Silva Cândida, depositou uma bula de
excomunhão sobre o altar da catedral de Santa Sofia em Constantinopla. O
patriarca Miguel Cerulário e o seu sínodo patriarcal responderam
excomungando os legados e quem os tinha enviado. [XIII, 8]
Tentativas de união: concílios II de
Leão (1274) e de Florença (1439) não lograram a tão desejada união. A
queda de Constantinopla em poder dos turcos e o desaparecimento do
Império bizantino (1453) puseram fim às esperanças de união. [XIII, 9]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 9
Os séculos XII e XIII constituem a época
clássica da Cristandade medieval. Importância do Papa Inocêncio III
(1198-1216). [XV, 1]
Tempos monásticos (séc. XI e XII). X: os
monges de Cluny; XI: São Bruno funda a Cartuxa (1084); XII: Cister, que
recebeu um forte impulso com a profissão monástica de São Bernardo, o
personagem mais importante do século. [XV, 4]
Século XIII, século dos frades: São
Francisco (+ 1226) fundou a ordem dos “Frades menores”; São Domingos de
Gusmão (+ 1221) fundou a ordem dos “pregadores”. Aparição de outras
ordens mendicantes, como a do Carmo, os eremitas de Santo Agostinho ou
as dedicadas ao resgate de cristãos cativos (Islão), etc. [XV, 5]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 10
Época clássica das ciências sagradas: Teologia e Direito Canónico. [XV, 6]
A Teologia “Escolástica” nasceu nos fins
do século XI. Nomes ilustres da primeira Escolástica: Santo Anselmo,
Pedro Abelardo, Pedro Lombardo (“Mestre das Sentenças”). [XV, 6]
Século de ouro da Escolástica: século
XIII. Construção do Aristotelismo cristão, preparada por Santo Alberto
Magno (1193-1280), e levada a bom termo por São Tomás de Aquino
(1225-1274). [XV, 6]
Aparição da universidade: Paris, Oxford, Bolonha, Salamanca, Coimbra, etc. [XV, 7]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 11
A empresa mais característica da
Cristandade, a partir do final do século XI, foram as Cruzadas. De um
modo geral não foram iniciativa de um ou outro reino, mas tarefa comum
da Cristandade, sob a direcção do Papa, que concedia graças especiais
aos combatentes. Príncipes e povos tomavam o caminho do Oriente com o
afã de libertar o Santo Sepulcro. [XV, 8]
Seria impróprio conceber os séculos da
Cristandade medieval como uma época áurea, animada pelos ideais
evangélicos. Mas seria ainda mais falso ignorar a profunda impregnação
cristã da vida dos homens e das estruturas familiares e sociais que
então se produziu. [XVI, 1]
DO IMPÉRIO ROMANO À EUROPA MEDIEVAL, 12
A grande heresia medieval foi a dos
“cátaros” ou “albigenses”. O Papado procurou opor-se a esta heresia por
meios religiosos, como missões em que participaram S. Do-mingos e o
bispo de Osma, Diogo. Êxito escasso. O assassinato do legado pontifício
Pedro Castelnau decidiu o Papa Inocêncio III (1198-1216) a convocar a
Cruzada contra os albigenses. A vitória militar dos cruzados foi
completada pela recém criada Inquisição. [XVII, 3-4]
Baixa Idade Média: surgem novas heresias
“pré-protestantes” (Sagrada Escritura como única fonte da fé;
sacerdócio comum como único sacerdócio, etc.): Wiclef (1320-1384), Huss
(1370‑1415). [XVII, 6-7]
A IGREJA NA IDADE MODERNA
A crise da cristandade (XVIII) – O cisma
do ocidente e o conciliarismo (XIX) – A reforma protestante (XX-XXII) –
A reforma católica (XXIII-XXIV) – O regalismo e a ilustração anticristã
(XXV-XXVII)
IDADE MODERNA, 1
Século XIII: problemas dos Papas
Gregório IX (1227-1241) e Inocêncio IV (1243-1254) com o Imperador
Frederico II (+ 1250), cujos domínios rodeavam os Estados Pontifícios.
Foi um conflito violento que dividiu a Itália em dois bandos: os
“guelfos” partidários do Papa e os “gibelinos” seguidores do Imperador.
Estas lutas feriram de morte o regime da Cristiandade medieval. [XVIII,
1]
Uma época de crise abriu-se com o choque
entre o Papa Bonifácio VIII (1294-1303) a favor de uma teocracia
pontifícia e o rei de França, Filipe o Belo. [XVIII, 4]
Cume da crise: o conselheiro de Filipe,
Guillerme de Nogaret, fez prisioneiro, em Anagni, ao pontífice, que
morreu passado um mês . [XVIII, 4]
IDADE MODERNA, 2
Clemente V (1305-1314) transplanta o
Papado para Avinhão: ficou sob o domínio francês. Foram franceses os
sete papas que ali se sucederam e quase noventa por cento dos cardeais.
[XVIII, 4 - 5]
Regresso do Papa a Roma: anseio dos
melhores espíritos da época, desde Santa Catarina de Sena e Santa
Brígida, a Petrarca. [XVIII, 8]
A pacificação dos Estados Pontifícios
pelo cardeal Gil de Albornoz facilitava o regresso. Por fim, Gregório XI
(1370-1378) abandonou Avinhão e fez a sua entrada em Roma em 1377.
[XVIII, 8]
IDADE MODERNA, 3
Cisma do Occidente, 1
AQuando morreu Gregório XI, o povo
romano desejava ardentemente a eleição de um papa italiano. Num clima de
paixão popular, o conclave (com grande maioria de franceses) elegeu no
dia 8 de Abril de 1378 o italiano Bartolomeu Prignano, que tomou o nome
de Urbano VI(1378-1389). [XIX, 2]
BPoucos meses mais tarde, a maioria
francesa do Sacro Colégio abandonou Roma e denunciou como inválida a
recente eleição papal. Em Setembro, designaram papa a um deles que tomou
o nome de Clemente VII (1378-1394). Este instalou-se em Avinhão, os
dois papas eleitos excomungaram-se um ao outro e o Cisma ficou aberto.
[XIX, 2]
IDADE MODERNA, 4
Cisma do Ocidente, 2
Em 1408, depois de 30 anos de Cisma,
Gregório XII era Papa em Roma e Bento XIII (Pedro de Luna), encabeçava a
obediência de Avinhão. Um grupo de cardeais romanos e outro de Cardeais
de Avinhão resolveram celebrar um concílio para pôr fim ao Cisma. [XIX,
4]
O concílio, reunido em Pisa em 1409,
declarou depostos os dois pontífices e elegeu um novo Papa, Alxandre V.
Mas os papas de Roma e Avinhão recusaram-se a abdicar, com o que a
Cristandade ficou dividida em três obediências. [XIX, 4]
O Imperador alemão Segismundo obteve do
“papa de Pisa” João XXIII, sucessor de Alexandre V, a convocação do
concílio ecuménico de Constança. [XIX, 4]
IDADE MODERNA, 5
Cisma do Ocidente, 3
a) Constança: votação não por cabeças, mas por nações: um voto por cada nação e outro mais do Colégio de cardeais. [XIX, 5]
b) O Papa João XXIII, convidado a abdicar, recusou fazê-lo e fugiu de Constança. [XIX, 5]
c) O concílio fez a sua doutrina conciliarista, que afirmava a superioridade do concílio universal sobre o Papa. [XIX, 5-7]
d) Elegeu o Papa Martinho V
(11.XI.1417), reconhecido por toda a cristandade: fim do cisma. Mas o
Papa não confirmou os decretos conciliaristas. [XIX, 7-8]
IDADE MODERNA, 6
As doutrinas conciliaristas enfrentaram o
Papa Eugénio IV(1431-1447) no Concilio de Basileia, que se converteu
pouco a pouco numa assembleia de clérigos, com uma percentagem mínima de
bispos. [XIX, 8]
Os conciliares de Basileia chegaram à
ruptura com o Papa, que declararam deposto, elegendo como antipapa o
duque Amadeu de Saboia , que tomou o nome de Félix V. Eugénio IV
condenou o «conventículo» e a doutrina conciliarista. Todos os reinos
cristãos abandonaram o grupo cismático. A crise do conciliarismo
terminou com uma clara reafirmação do Primado romano. [XIX, 8]
IDADE MODERNA, 7
Várias circunstâncias prepararam a
reforma de Lutero: [XXI, 2]- as doutrinas conciliaristas, o democratismo
eclesial, a filosofia nominalista, o Cisma do Ocidente;
- Na ordem política: os conflitos entre papas e imperadores, o auge dos nacionalismos eclesiásticos;
- decadência moral do clero na Alemanha, em especial do episcopado (monopólio efectivo da nobreza);
- a debilidade do poder soberano, num império fragmentado num sem-fim de principados e cidades;
- sobretudo o ressentimento contra Roma (elenco de agravos e querelas da nação alemã contra a Cúria romana).
IDADE MODERNA, 8
Lutero (1483-1546) sentia uma angustiosa
ansiedade por assegurar a sua salvação. Formou–se na teologia
ockhamista, que ao mesmo tempo que proclamava o voluntarismo arbitrário
de Deus, sustentava que a vontade livre do homem bastava para cumprir a
Lei divina e salvar-se. Mas ele considerava-se incapaz de superar a
concupiscência apenas com as suas forças. [XXI, 3]
A meditação de Rom 1, 17 (“o justo vive
da fé”) fez sair Lutero da sua profunda crise de angústia: acreditou
entender que Deus misericordioso justificava o homem através da fé (fé
fiducial). Sobre esta base construiu um sistema doutrinal em aberta
contradição com a tradição da Igreja. [XXI, 3-4]
IDADE MODERNA, 9
Para Lutero: [XXI, 4]- a natureza humana ficou radicalmente corrompida pelo pecado;
- a justificação (dimanando só da fé)
não seria uma sanação interior do homem, mas uma declaração de Deus
recobrindo-o graciosamente com os méritos da morte de Cristo;
- as obras do homem de nada serviriam para a salvação;
- nem o sacerdócio ministerial teria
razão de ser, nem a maioria dos sacramentos, nem os votos monásticos,
nem o Papado, invenção máxima do Anticristo.
A Igreja não seria depositária nem
intérprete da Revelação. Única fonte da Revelação: “só a Escritura”.A
interpretação da Escritura corresponderia a cada fiel em particular,
directamente inspirado por Deus.
IDADE MODERNA, 10Processo histórico da Reforma na Alemanha, 1
a) A pregação pelos dominicanos de
indulgências para obter esmolas destinadas às obras da basílica de S.
Pedro suscitou a repulsa de Lutero, frade agostinho e professor em
Wittenberg. Publica 97 teses contra a Teología escolástica (4.IX.1517) e
envia ao arcebispo de Mogúncia, na véspera do dia de Todos os Santos 95
teses sobre as indulgências. [XXI, 7]
b) Recusou apresentar-se em Roma.
Crescimento da sua fama. Apresenta-se nas dietas imperiais de Augsburgo
(1518) e Leipzig (1519). [XXI, 7]
c) 1519: Carlos V Imperador. Lutero
publica em 1520 três escritos que implicavam a ruptura aberta com a
Igreja: “À nobreza cristã da nação alemã”, “Do cativeiro de Babilónia da
Igreja”, “Da liberdade do cristão”. [XXI, 7]
IDADE MODERNA, 11Processo histórico da Reforma na Alemanha, 2
Na dieta de Worms (1521), Carlos V e Lutero encontraram-se frente a frente. Lutero: “não posso nem quero retratar-me”. [XXI, 8]
O luteranismo foi conquistando com
rapidez principados e cidades. Na “Guerra dos camponeses” Lutero toma o
partido dos senhores e exorta os príncipes a assumir o poder
eclesiástico nos seus Estados. Em 1546 morre Lutero. [XXI, 9]
Vitória de Carlos V em Mühlberg (1547).
Traição de Maurício da Saxónia obriga Carlos V a conceder a liberdade
religiosa aos luteranos (tratado de Passau, 1552). Paz de Augsburgo
(1555): igualdade de direitos (príncipes decidem a confissão no seu
território). [XXI, 9]
IDADE MODERNA, 12Na Suíça alemã,
Zwinglio, pároco de Glaris (1484-1531), moveu desde 1518 a sua própria
revolta religiosa. Lutero considerava-o como “um homem não cristão”,
sobretudo pela sua doutrina da presença meramente simbólica de Cristo na
Eucaristia. [XXII, 2]
Calvino (1509-1564) levou até às últimas
consequências as premissas fundamentais da doutrina protestante. A
corrupção insanável do homem e o voluntarismo divino absoluto conduziam à
doutrina da predestinação. A verdadeira Igreja seria a congregação dos
predestinados. Sinal de favor divino e indício de predestinação: a
prosperidade nos negócios temporais. [XXII, 3]
IDADE MODERNA, 13
A Reforma católica é posterior no tempo à
Reforma protestante. Um país ocidental surge como vanguarda na Reforma
católica: a Espanha dos Reis Católicos. Em Itália apareceu a figura dos
clérigos regulares (vivem em comunidade e emitem os três votos
religiosos, mas não usam hábito nem assistem ao coro): ordem dos
teatinos (1524), e a dos barbanitas (1534), por exemplo. [XXIII, 1-2]
Fundação da Companhia de Jesus por Santo
Inácio de Loyola (1499-1556). Em 1540, Paulo III aprovou-a como uma
ordem de clérigos regulares, com a finalidade da propagação da fé e o
ensino da doutrina. Quarto voto. Rápido desenvolvimento. Serviços de
grande importância ao Pontificado. [XXIII, 3]
IDADE MODERNA, 14
O impulso de renovação espiritual no
século XVI atingiu as antigas Ordens: Franciscanos (São Pedro de
Alcántara), Beneditinos (abade Garcia de Cisneros), Carmelo (Santa
Teresa de Jesus). Na Itália nasceram os Capuchinhos, como um novo ramo
do tronco franciscano. [XXIII, 4]
Acontecimento central da Reforma
católica: o Concílio de Trento. O Papa Paulo III (1534-1549) desejava
que se tratassem em primeiro lugar os temas doutrinais e Carlos V as
questões disciplinares de reforma eclesiástica. Trataram-se as duas
matérias simultaneamente. Durou de 1545 a 1563, em três etapas. [XXIII,
5-6]
IDADE MODERNA, 15
A) O imenso Império espanhol da América e Extremo Oriente foi campo privilegiado para a expansão cristã. [XXIV, 5]
B) O dinamismo tridentino impulsionou
também: a constituição, por iniciativa de São Pío V (1566-1572), da Liga
Santa, que venceu os turcos em Lepanto; a reconquista religiosa de uma
porção considerável das populações do Centro da Europa (Suiça francesa,
Áustria, Baviera, Polónia, Boémia); o final das guerras de religião na
França. [XXIV, 6]
C) A guerra dos Trinta Anos (1618-1648):
Espanha e o Império contra os príncipes protestantes. França interveio e
inclinou a balança a favor dos príncipes protestantes (apesar de ser
governada por cardeais: Richelieu, + 1642; Mazzarino, + 1661). Tratados
de Westfália. [XXIV, 7]
IDADE MODERNA, 16
Século XVII: França sucede a Espanha
como primeira potência europeia. Guerras de religião acabaram num
compromisso: Henrique IV converteu-se ao Catolicismo e os huguenotes
receberam com o Édito de Nantes (1598) um estatuto de tolerância. [XXV,
1]
Época de esplendor religioso: São
Francisco de Sales (1567-1622), São Vicente de Paulo (1581‑1660), São
João Baptista de la Salle (1651-1719), reforma do Cister dá origem à
Trapa. [XXV, 1]
Disputas teológicas: a controvérsia de auxiliis (Luís de Molina – Báñez): intervenção de Paulo V (1605-1621). [XXV, 3]
IDADE MODERNA, 17
Cornélio Jansénio, professor da
Universidade de Lovaina e depois bispo de Ypres (+ 1638) expôs no seu
tratado “Augustinus” uma doutrina sobre a Graça fundada nas mais rígidas
teses de Santo Agostinho contra Pelágio: irresistível força da Graça
nos predestinados e impotência do homem obter a salvação. Consequência:
estrito rigorismo moral e sentimento de “temor e tremor” nas relações
com Deus. [XXV, 4]
Século XVII: o quietismo de Miguel de
Molinos (1628–1696); controvérsias sobre os ritos malabares e chineses; o
processo de Galileu. [XXV, 7-8]
IDADE MODERNA, 18
Luís XIV (1638-1715) derrogou o Édito de
Nantes, acabando assim com a anterior tolerância para com os
huguenotes. Mas entrou em conflito com o Papa Inocêncio XI, ao pretender
estender a todos os bispados e benefícios vagos os direitos de regalia a
favor da coroa. O episcopado francês pôs-se ao lado do rei. [XXVI, 3]
Bossuet compôs os quatro “Artigos
orgânicos” (1682), quinta essência do Galicanismo. O Regalismo
estendeu-se também aos países germânicos (“Febronianismo”: de Febrónio,
pseudónimo usado pelo bispo auxiliar do bispo de Tréveris) e à Áustria
(“Josefismo”: de José II da Áustria). Tentativa de estender o Josefismo
ao Grão Ducado da Toscana: Sínodo de Pistoya. [XXVI, 3-7]
IDADE MODERNA, 19
1680-1715: grande mudança de ideias e de
mentalidades que iluminou a Ilustração anti-cristã do século XVIII.
Factores desencadeantes:
- Descartes (1596-1650) proclamava como
princípio do discurso humano a dúvida metódica e a rejeição de tudo
aquilo que não se impusesse com evidente clareza ao julgamento da razão.
Excluía da dúvida a verdade religiosa, mas o racionalismo posterior
acabaria por negar valor ao conhecimento fundado na fé e na Revelação.
Aparição dos “libertinos” (nada seguro, nada certo). [XXVII, 2-3]
- Crítica de Spinoza contra a Bíblia:
põe em dúvida o valor histórico dos livros revelados, os milagres e a
ordem sobrenatural. [XXVII, 4]
- Substituição da Religião revelada por
uma mera religião natural (Deísmo). [XXVII, 4]- Maçonaria fundada na
Inglaterra: combatia a religião positiva (em especial o Cristianismo).
Condenada por Clemente XII (1738). [XXVII, 4] – Ódio ao Cristianismo:
Voltaire (1694-1778) e os filósofos. [XXVII, 5]
IDADE MODERNA, 20
O ideário da Ilustração era também
anti-cristão pela sua total rejeição da verdade dogmática, que
considerava “a priori” como expressão de intolerância e fanatismo.
[XXVII, 6]
Em França, instrumento decisivo para a
“popularização” da ideologia “ilustrada” foi a “Enciclopédia”,
projectada por Diderot e D’Alembert e levada a cabo entre 1751 e 1772
por uma equipa de redactores (os “enciclopedistas”). [XXVII, 7]
Enciclopédia: alegava a
incompatibilidade do Cristianismo com as ciências experimentais ou as
exigências da razão. Na Alemanha: movimento ilustrado (a “Aufklärung”);
cristianismo “razoável”, sem dogmas nem milagres. [XXVII, 7-8]
A IGREJA NA IDADE CONTEMPORÂNEA
A revolução francesa e a restauração
(XXVIII) – Catolicismo e liberalismo (XXIX-XXX) – Os cristãos perante as
novas rea-lidades sociais (XXXI) – O pontificado no século XX – As
guerras mundiais e os totalitarismos (XXXIII-XXXIV) – O Concílio
Vaticano II – A Igreja no início do terceiro milénio.
IDADE CONTEMPORÂNEA, 1
1789: início da Revolução francesa.
No dia 4 de Agosto, numa “sessão
patriótica”, o clero e a nobreza renunciaram aos seus privilégios
tradicionais. No dia 10 de Outubro, a Assembleia Constituinte decretava a
secularização de todos os bens eclesiásticos, que acabaram rapidamente
nas mãos de particulares, base económica da nova burguesia francesa.
[XXVIII, 2]
1790: 13 de Fevereiro, supressão dos
votos monásticos; 12 de Julho, “Constituição civil do clero” (igreja
galicana à margem da autoridade pontifícia). A Assembleia exigiu aos
sacerdotes juramento de fidelidade à Constituição política que incluía a
civil. Pío VI proibiu o juramento e excomungou os que o prestassem.
[XXVIII, 3]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 2
27 de Maio de 1792: a Assembleia
Legislativa que sucedeu à Constituinte, decretou a deportação dos
sacerdotes “não juramentados”. Em Setembro, a Convenção substitui a
Assembleia Legislativa e começaram as matanças de sacerdotes. A
monarquia é abolida, é proclamada a República e é morto Luís XVI em 21
de Janeiro de 1793. [XXVIII, 3]
1793-1794: o Terror. Milhares de vítimas
e tentativa de apagar da vida francesa qualquer traço cristão (até com o
calendário republicano). Entronização em Notre-Dame da “Deusa razão” e
instituição por Robespierre do culto ao “Ser Supremo”. [XXVIII, 4]
Directório jacobino (1797-1799): deportação de Pio VI. [XXVIII, 4]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 3
09.IX.1799: um golpe de estado elevou
Napoleão Bonaparte à magistratura como primeiro cônsul. 14.III.1800:
eleição do Papa Pio VII. 17.VII.1801: nova Concordata para regular as
relações entre o Pontificado e a República francesa que se transformaria
em Império. Novo episcopado. Sem consultar a Santa Sé, Napoleão
promulgou, juntamente com o texto da Concordata, os “Setenta e sete
Artigos orgânicos” que recolhiam o espírito dos “Artigos” galicanos de
1682. [XXVIII, 5]
Durante a época napoleónica tomou corpo
em França um grupo de opinião claramente oposto ao Cristianismo e à
Igreja. Estes sectores de opinião integraram uma poderosa força que se
enfrentaria com a Igreja ao longo de todo o século XIX. [XXVIII, 6]
IDADE CONTEMPORÂNEA
Conflito entre Napoleão e Pio VII quando
o Imperador quis que o Papa se unisse ao bloqueio continental contra a
Inglaterra. Ante a negativa do Papa, Napoleão reagiu com violência:
anexação dos Estados Pontifícios, Roma segunda capital do Império, Pio
VII prisioneiro e deportado para Savona (1809) e levado para França em
1811 (Fontainebleau). [XXVIII, 7]
Em 1814, Pio VII recuperou a liberdade e
no dia 7 de Junho de 1815 regressa definitivamente a Roma. 18 de Junho:
Waterloo. [XXVIII, 7] A Restauração pretendeu o regresso da Europa ao
Antigo Regime. [XXVIII, 8] Fracassou: o século XIX passou à história
como o século do Liberalismo. [XXIX, 1]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 5
A) A Revolução de 1830 pôs fim ao Antigo
Regime em França. Em Portugal o seu desaparecimento sobreveio após as
lutas liberais (1834). A Revolução de 1848 sacudiu a maior parte da
Europa. A vitória do Liberalismo fez-se sentir-se em todas as ordens da
vida. [XXIX, 1]
B) O Liberalismo tinha uma doutrina
política e económica, mas fundava-se numa ideologia que entroncava no
pensamento ilustrado. Para tal doutrina, os homens não só são livres e
iguais, como também autónomos: desvinculados da lei divina. O poder
procede do povo. [XXIX, 2]
C) Nenhuma diferença entre as religiões: são assunto que competia apenas à intimidade das consciências. [XXIX, 2]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 6No ano 1830
apareceu um grupo de “católicos liberais”, formado em França à volta da
revista “L’Avenir”, sob a direcção de Lamennais. O seu lema foi “Deus e
liberdade”: a defesa da liberdade constituía a melhor credencial para
garantir na sociedade moderna o respeito à autoridade de Deus e aos
direitos da Igreja. [XXIX, 4]
Na encíclica Mirari vos (1832), Gregório
XVI condenou o programa do grupo de “L’Avenir” (indiferentismo
religioso, separação completa Igreja-Estado, liberdade de
consciência,…). A reprovação pontifícia foi seguida pela defecção de
Lamennais, que abandonou o sacerdócio e a Igreja. Os seus principais
colaboradores mantiveram-se fiéis à Igreja: Lacordaire, Montalembert,
Falloux, etc. [XXIX, 5]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 7
A explosão de sentimentos nacionais,
favorecida pela política liberal, promoveu em diferentes países da
Europa a emancipação de populações católicas, submetidas ao domínio de
príncipes doutra confissão (Polónia, Bélgica, Irlanda). Em Italia, o
caminho até à unidade nacional passava pelo desaparecimento dos Estados
Pontifícios e pela conversão de Roma na capital do Reino dos Saboias.
[XXIX, 6]
Ao mesmo tempo, atitudes intelectuais de
sinal anti-religioso: Positivismo de Augusto Comte, que conduzia ao
Cientismo, verdadeira religião que devia suplantar o Cristianismo;
Idealismo e positivismo de Hegel, na base do materialismo de Feuerbach,
tão próximo ao Marxismo. [XXIX, 7]
Crítica da historicidade da Bíblia. Renan: Jesus não é Deus. [XXIX, 8]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 8
Pontificado mais longo da historia: Pio
IX (1846-1878). No início fez reformas bem recebidas pelos liberais
nacionalistas, como uma Constituição e um governo dos Estados
Pontifícios com um primeiro ministro civil. Mas não quis encabeçar uma
liga nacional contra os austríacos que dominavam o norte da Península.
Em Novembro de 1848, é assassinado o primeiro ministro. Em Fevereiro de
1849, Mazzini proclamou a República Romana e o Papa teve de fugir
disfarçado para Gaeta (no Reino de Nápoles). [XXX, 2-3]
O Papa regressa a Roma em Abril de 1850,
sob a protecção de tropas francesas. Agonia do poder temporal dos
papas. Início da guerra franco-prussiana (1870): as tropas francesas
retiram-se de Roma e Pio IX recolhe-se como prisioneiro voluntário no
Vaticano. [XXX, 3-4]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 9
A atitude da Igreja perante os
princípios “liberalistas” foi fixada por Pio IX na encíclica Quanta cura
(8.XII.1864). Tinha como anexo o Syllabus, relação de 80 proposições em
que se resumiam os “erros modernos”, cada um dos quais com uma
condenação expressa. [XXX, 6]
O Pontificado de Pio IX foi uma época de
claro florescimento da vida interna da Igreja. Crescimento das ordens
religiosas (Beneditinos -D. Guéranguer; Dominicanos – Lacordaire;
Jesuítas restaurados por Pio VII). Nasceram os Salesianos de D. Bosco.
São João Maria Vianney em França. Iniciativas apostólicas e beneficentes
de simples fiéis, como as “Conferências de São Vicente”, criadas por
Frederico Ozanam. [XXX, 7]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 10
Poderoso impulso espiritual na Igreja do
século XIX. Exemplo do Anglicanismo com o “Movimento de Oxford” (Henry
Newman recebido na Igreja em 1845, futuro cardeal). [XXX, 8]
Duas manifestações deste impulso espiritual:
- dogma da Imaculada Conceição (8.XII.1854) (passados quatro anos das aparições de Lourdes);
- Concílio Vaticano I (1869-1870). [XXX, 8]
Vaticano I [XXX, 8]:
- infalibilidade pontifícia;
- Constituição Dei Filius (problema das relações entre a fé e a razão).
IDADE CONTEMPORÂNEA, 11
Século XIX: notável transformação das
realidades sociais: o auge do Capitalismo, a revolução industrial e o
aparecimento dos proletariados urbanos provocaram a aparição de um
“problema social”, desconhecido até então. Situação deplorável da classe
operária (jornadas laborais esgotantes, vencimentos escassos, trabalho
infantil, habitações insalubres). [XXXI, 1]
Vaticano I reuniu abundante documentação
acerca da questão social, mas não teve tempo de ocupar-se do tema. Leão
XIII (1878-1903) fê-lo na Encíclica Rerum Novarum (1891). Rejeita a
dialética da luta de classes e pedia aos patrões e aos operários uma
harmónica colaboração. [XXXI, 5]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 12
Durante o Pontificado de São Pio X
(1903-1914) a dinâmica anti-clerical fez-se sentir nos países latinos do
sul da Europa. [XXXII, 2]
Os governos franceses fizeram gala de um laicismo militante.
A França cortou relações com a Santa Sé,
foi revogada a Concordata (1905), expulsaram-se muitos religiosos do
país, os bens eclesiásticos foram confiscados. [XXXII, 3]
Perigos mais graves no interior da
Igreja: o Modernismo (Alfredo Loisy) procurava “racionalizar” a fé
cristã, esvaziando-a dos dogmas e de todo o conteúdo sobrenatural. Foi
condenado pelo decreto Lamentabili e pela Encíclica Pascendi (1907).
[XXXII, 5-7]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 13
Zelo pastoral de São Pío X: preocupação
pela santidade dos sacerdotes, redação de um novo Catecismo, concessão
da Primeira Comunhão às crianças desde a idade do discernimento. [XXXII,
9]
Por determinação sua o cardeal Gasparri
iniciou os trabalhos preparatórios, que culminariam, na promulgação por
Bento XV do primeiro Código de Direito Canónico (1917). [XXXII, 9]
Três semanas depois do início da
Primeira Guerra Mundial morre S. Pio X. O seu sucessor, Bento XV
(1914-1922) esforçou-se, sem êxito, em conseguir a paz entre os
beligerantes. Outro sucesso de grande transcendência durante o seu
Pontificado: a revolução russa de 1917: primeiro Estado marxista da
história. [XXXIII, 1-2]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 14
Período de “entre-guerras”: coincidiu
práticamente com o Pontificado de Pio XI (1922-1939). Conseguiu-se pôr
fim à “questão romana” (Estado da Cidade do Vaticano e Concordata).
Expansão missionária na Ásia e África. Idade de ouro da Acção Católica.
[XXXIII, 3-5]
Instituição da Festa de Cristo Rei
(encíclica Quas Primas, 1925), encíclicas sobre a educação (Divini
illius Magistri, 1929), matrimónio e família (Casti Connubii, 1930),
doutrina social da Igreja (Quadragesimo Anno, 1931), contra o
Nacional-socialismo alemão (Mit Brennender sorge, 1937) e contra o
Marxismo ateu (Divini Redemptoris, 1937). [XXXIII, 5 e 7]
Perseguições na Rússia, México e Espanha. [XXXIII, 6]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 15
Um dos testemunhos da acção do Espírito
Santo na história: nascimento e desenvolvimento do Opus Dei, fenómeno
ascético e pastoral de singular importância suscitado por Deus para
servir a Iglesia e contribuir para o bem temporal e eterno da
humanidade. [XXXV, 4]
Fundado por São Josemaria Escrivá de
Balaguer (1902-1975) em 2.X.1928. Difundido pelos cinco continentes.
Núcleo da sua mensagem: a chamada universal à santidade e a santificação
dos homens através do seu trabalho ordinário (doutrina comum da Igreja
depois do Vaticano II). A Santa Sé erigiu o Opus Dei como Prelatura
pessoal (28.XI.1982). O Fundador foi canonizado em 6.X.2002.
IDADE CONTEMPORÂNEA, 16
Na primeira nomeação do seu Pontificado,
Pio XII (1939-1958) criou quatro cardeais italianos e 28 doutras
nacionalidades. Reafirmou–se assim a nota da catolicidade da Igreja.
Entre o seu vasto magistério destacam-se várias encíclicas, como a
Mystici Corporis sobre a Igreja (1943), e em 1950 o dogma da Assunção da
Virgem. [XXXIV, 6]
João XXIII (1958-1963) abriu em 1962o
Concílio Vaticano II. Paulo VI (1963-1978) encerrou-o em 1965. Quatro
Constituições: Lumen gentium (sobre a Igreja), Dei Verbum (sobre a
Sagrada Escritura), Sacrosanctum Concilium (sobre a Liturgia) e Gaudium
et Spes (sobre a Igreja no mundo actual). [XXXV, 1]
IDADE CONTEMPORÂNEA, 17
Entre os documentos mais importantes de
Paulo VI devem recordar-se a Encíclica Humanae Vitae (1968) sobre os
problemas do matrimónio e da família e o “Credo do Povo de Deus” (1968).
[XXXV, 3]
Inúmeros documentos do Magistério de
João Paulo II. Alguns temas sobre os que incidiram os seus ensinamentos:
defesa do homem, da sua dignidade de criatura e filho de Deus, defesa
do direito à vida e à liberdade. [XXXV, 5]
Curso de Teologia
Apresentações em PPT baseadas nos
manuais da “Biblioteca de Iniciación Teológica” da Editora Rialp. Os
originais em castelhano, na sua maior parte, foram realizados por D.
Serge Nicoloff e podem ser encontrados na página de AGEA. Os esquemas
correspondem com bastante exactidão ao conteúdo dos livros referidos
acima. Em Portugal, aqueles manuais estão a ser publicados pela Editora
Diel.
Entre parêntesis indica-se a referência
do manual português em que está baseada cada uma das apresentações.
Quando não existir manual em português, indica-se o original castelhano.
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