MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA
“Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um
coloque à disposição dos outros o dom que recebeu” (1Pd 4,10).
As palavras
ministros e ministério decalcadas no latim da vulgata correspondem ao
grego diakonos e diakonia. Esses dois termos não pertencem à linguagem
religiosa dos setenta, que os empregam, raramente, em sentido profano
(Est 1,10; 6,1-5). Na vulgata, minister traduz o hebraico mesaret (Cf.
Ex 24,13: Josué servidor de Moisés), que pode designar os sacerdotes,
ministros do culto (Is 61,6; Ez 44,11). Entretanto, desde o Primeiro
Testamento o fato do ministério religioso exercido no povo de Deus pelos
titulares de certas funções sagradas é coisa bem atestada: os reis, os
profetas, os depositários do sacerdócio, são servos de Deus que exercem
uma mediação entre Ele e o seu povo. Assim, São Paulo dirá que Moisés
era ministro da Primeira Aliança (1Cor 3, 7-9). No Segundo Testamento
Cristo é único mediador entre Deus e os homens e mulheres; o único
sacerdote que oferece o sacrifício da salvação, o portador único da
revelação porque ele é a Palavra feita carne. Mas na Igreja que ele
fundou se exerce um ministério de novo gênero, que está a serviço da sua
Palavra e sua graça.
Jesus ensinou
seus seguidores a considerar a sua função como um serviço: os chefes das
nações querem ser considerados como benfeitores e senhores, mas eles, a
seu exemplo, deverão fazer-se servidores (diakonos) de todos (Mc 10,
42ss). São servos dele, e é a esse título que lhes promete que entrarão
com ele na glória do Pai (Jo 12, 26). Desde o começo dos Atos dos
Apóstolos, é, pois, visto como um ministério (diakonia: At 1, 17-25) que
Matias é chamado a desempenhar com os outros onze.
A vocação de
Paulo ao apostolado (Rm 1,1) é também um chamado ao ministério (1Tm
1,12; 2Cor 4,1) que Paulo se esforça depois por desempenhar dignamente
(At 20,24) e graças ao qual leva a salvação aos pagãos (21, 19).
Consciente de ser assim ministro de Deus (2Cor 6,3ss) e ministro de
Cristo (11,23), ele sente vivamente a grandeza dessa função superior à
do próprio Moisés por ser um serviço da nova Aliança, da justiça, do
Espírito (3,6-9), da reconciliação (5,18) do Evangelho (Cl 1,23; Ef3,7)
da Igreja (Cl 1,25).
No entanto, o
ministério, na Igreja nascente, transcende amplamente o exercido do
apostolado propriamente dito. A palavra diakonia se aplica, antes de
tudo, a serviços materiais necessários à comunidade, como serviço das
mesas (At 6,1.4; Lc 10.40) e a coleta para os pobres de Jerusalém (At
11,29;12,25;Rm15,31; 1Cor 16,15; 2Cor 8,4; 9,1-12). Além disso, o
ministério e confiando a Arquipo (Cl 4,17) a Timóteo (2Tm 4,5); o título
de ministro (diakonos) é dado a Apolo como a Paulo (1Cor 3,5), a
Timóteo (1Tl 3.2; 1Tm 4,6), a Tíquio (Cl 4,7: Ef 6,21) a Epafras (Cl
1,7), e mesmo aos falsos apóstolos judaizantes (2Cor 11,23). Isto mostra
que há na Igreja “diversidade de ministérios” (1Cor 12,5), pois “o
Espírito diversifica seus carismas visando a obra do ministério” (Ef
4,12). Todo “serviço dessa espécie (Rm 12,17) deve se realizar sob a
influência do Espírito (1Cor 12, 7), como um mandato recebido de Deus (1
Pd 4,11). Resta ver em que consistem esses “serviços”. As listas de
carismas dadas nas epístolas põem sempre, em primeiro lugar, as funções
relativas à Palavra de Deus (apóstolo, profeta, doutor, evangelista).
Mas isto não exclui a existência de cargos propriamente pastorais,
expressamente mencionados pela epistola aos Efésios (Ef 4,11).
Na Igreja
sempre houve e haverá variedades de funções e tarefas que recebem o nome
de ministérios. O ministério deve ser entendido como um mandato ao
serviço de uma comunidade, de um povo. A origem dos ministérios
eclesiais está no mandato que Jesus comunicou a seus discípulos “Ide,
pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19), para servir aos homens e
as mulheres na comunidade. Ministério, portanto, é “um carisma em
forma de serviço reconhecido pela Igreja”. O ministério é um compromisso
dado pela Igreja aos fiéis que desejam servir, com responsabilidade, a
missão que lhes é confiada. O ministério da catequese não pode ser
confundido com poder, não é prêmio, nem superioridade, não é título, mas
é DIAKONIA, isto é serviço que, suscitado e sustentado pelo Deus amor,
há de ser vivido na simplicidade e gratuidade à Igreja.
A Igreja
reconhece que “no conjunto de ministérios e serviços com os quais ela
realiza a sua missão evangelizadora, ocupa lugar destacado o ministério
da catequese” (DNC 39). Compreendido o sentido do ministério, vamos
aprofundar o ministério da coordenação da animação Bíblico-catequética.
Pe. Eduardo Calandro
Pe. Jordélio Siles Ledo, css
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