É incontestável o grande débito que a cultura e os cristãos, de todos os tempos, têm com este santo de inteligência brilhante e temperamento intratável. São Jerônimo nasceu em uma família muito rica na Dalmácia, hoje Croácia, no ano 347 (340). Com a morte dos pais, herdou uma boa fortuna, que aplicou na realização de sua vocação para os estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada. Viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e desfrutou a juventude com certa liberdade. São Jerônimo estudou por toda a vida, viajando da Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor.
Ele foi batizado
pelo papa Libério, já com 25 anos de idade. Passando pela França, conheceu um
monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de
suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos no
deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o
levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, São Jerônimo passou ao estudo da
Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na
Antioquia, em 379. Mas São Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que
seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo.
Voltou para Roma em
382, chamado pelo papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. São Jerônimo
foi incumbido de traduzir a Bíblia, do grego e do hebraico, para o latim. Nesse
trabalho, dedicou quase toda sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia
em latim chamou-se "Vulgata" e tornou-se oficial no Concílio de
Trento.
Romano de formação,
São Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o
retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em
grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloqüente ao mesmo tempo.
Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava
polêmicas ou entusiasmos.
Devido a certas
intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge,
continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido,
reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não
perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o
próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para
que prevalecesse o direito espiritual.
Toda vez que
terminava um livro ia visitar as monjas que dirigia na vida ascética num
mosteiro não distante do seu. Ele as escutava, respondendo às suas perguntas.
Estas mulheres inteligentes e vivas foram como um filtro às suas explosões
menos oportunas e ele as recompensava com o sustento e o alimento de uma
cultura espiritual bíblica. Este homem extraordinário estava consciente de suas
próprias culpas e de seus limites (batia-se no peito com pedras por causa dos
seus pecados), mas estava consciente também dos seus merecimentos. No livro
Homens Ilustres, em que apresenta um perfil biográfico dos homens ilustres,
conclui com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu de velhice no ano 420, em
30 de setembro, em Belém. Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e é
celebrado no dia de sua morte.
ORAÇÃO: Ó
Deus, criador do universo, que vos revelastes aos homens, através
dos séculos, pela Sagrada Escritura, e levastes a vosso servo São
Jerônimo a
dedicar a sua vida ao estudo e à meditação da Bíblia, dai-me a graça de
compreender com clareza a vossa palavra quando leio a Bíblia. São
Jerônimo, iluminai e esclarecei a todos os adeptos das seitas
evangélicas
para que eles compreendam as Escrituras, e se deem conta de que
contradizem a
religião Católica e a própria Bíblia, porque eles se baseiam em
princípios
pagãos e supersticiosos. São
Jerônimo ajude-nos a considerar o ensinamento que nos vem da Bíblia
acima de
qualquer outra doutrina, já que é a palavra e o ensinamento do próprio
Deus.
Fazei que todos os homens aceitem e sigam a orientação do nosso Pai
comum expressa
nas Sagradas Escrituras.
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