sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Curso de Teologia: Mariologia



MARIOLOGIA

Aula 1
Maternidade divina

* Para os cristãos do século V era familiar a palavra Theotókos, que significa Mãe de Deus.
* O patriarca de Constantinopla, Nestório (428), afirmava que Cristo era um sujeito humano, unido, mas distinto do Verbo: um homem extraordinário, mas não verdadeiro Deus. A Virgem seria então Mãe de Cristo, mas não Mãe de Deus.
* O concílio de Éfeso (431) declarou que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai, assumiu uma natureza humana, de modo que a única pessoa em Cristo é esta Pessoa divina. Assim a Virgem é Mãe desta Pessoa divina, e por isso verdadeira Mãe de Deus.
* A pergunta “que é?” refere-se a uma natureza (é um pinheiro, um homem, etc.), enquanto que a pergunta “quem é?” se refere a uma pessoa (é Pedro). Eu não sou antes de tudo um “que”, sou um “quem”; não sou “algo”, sou “alguém”. Tenho uma natureza e sou uma pessoa.
* CIC 457: Deus pode criar uma natureza humana de tal modo que o sujeito dessa natureza seja um “Eu” divino, uma das Pessoas da Trindade. Jesus, gerado por obra do Espírito Santo, é verdadeiro homem porque tem uma natureza real e perfeitamente humana. E é verdadeiro Deus, porque a pessoa que sustenta essa natureza não é outra que a do Verbo divino.
* Justa e verdadeiramente se chama Maria Mãe de Deus, por ter concebido a natureza humana de Jesus, cuja pessoa é divina. Maria dá a Jesus, quer dizer, a Deus Filho, tudo o que uma mãe dá ao seu filho. Ela é, pois, sem sombra de dúvidas, e em sentido próprio, Mãe de Deus Filho.
* O Concílio de Éfeso (431) define, frente aos erros de Nestório: “A Santa Virgem é Mãe de Deus, porque deu à luz carnalmente o Verbo de Deus feito carne”. O Concílio de Calcedónia (451) acrescenta que não pode chamar-se à “Virgem Maria Mãe de Deus em sentido figurado”: tem que ser afirmado em sentido próprio.
* No AT há alusões ao mistério da Maternidade divina de Maria: pré-anúncios de Maria são Eva (mãe dos viventes), Sara, Judite, Débora, Rute, Ester… Aparece também a figura da rainha-mãe (Betsabé, mãe de Salomão). Vários profetas falam de uma “Filha de Sião” que representa Israel nos três aspectos de Esposa, Mãe e Virgem, que se realizarão plenamente no mistério de Maria.
* No NT a maternidade divina de Maria afirma-se implícitamente, sempre que se fala d’Ela como “Mãe de Jesus”, o qual declarou sem margem para dúvidas que é Deus, coisa que entenderam muito bem os seus inimigos, que nisso viram blasfémia. Marcos chama a Jesus “filho de Maria” e “Filho de Deus”. Em Mateus e Lucas emprega-se a palavra Mãe tanto no relato da Concepção como no Nascimento.
O NT ensina também explicitamente o mistério
* O anjo disse a Maria: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E, por isso mesmo, o Santo, que há-de nascer de ti, será chamado filho de Deus”. Chamar-se-á Emanuel, Deus connosco.
* Em Mt 1, 21, o Anjo anuncia a José que Jesus “salvará o seu povo”, expressão que no AT se reserva a Deus; e que o salvará “dos seus pecados”, poder que se atribui só a Deus.
* Em Lc 1, 43, Isabel chama a Maria “a mãe do meu Senhor”. Os judeus chamavam a Deus “seu Senhor”.
* Os Padres muito perto do ensino dos Apóstolos, como Santo Inácio de Antioquía (+107), falam da maternidade de Maria. Destacam-se São Justino (+165), Santo Ireneu (+202), Tertuliano (+220/230), Santo Hipólito (+235).
* Orígenes (+ 253) é o primeiro que nos fala da feliz fórmula “Theotókos” (Mãe de Deus), que encontra mos depois em autores tão importantes como Santo Atanásio, São Dídimo, São Gregório de Nisa, São Cirilo de Jerusalém, Santo Epifânio de Salamina, São João Damasceno. O termo latino equivalente encontra-se em Santo Ambrósio, São Jerónimo e outros.
* São Tomás: “Pelo facto de ser Mãe de Deus, tem uma dignidade em certo modo infinita, por causa do bem infinito que é Deus. (…) Não se pode imaginar uma dignidade maior, como se não pode imaginar coisa maior que Deus” (ST I, q. 25). “Ela é a única que junto com Deus Pai pode dizer ao Filho de Deus: Tu és meu Filho” (ST III, q. 103).
* Não se pode considerar a Virgem revestida de uma dignidade divina. Mas “mais que Ela só Deus” (cfr. São Josemaria, Caminho 496).
* João Paulo II insistiu na fórmula: “Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo” (Redemptoris Mater, 8).

Aula 2
Imaculada Conceição
* Entre os privilégios que Deus outorgou à Virgem Maria, em atenção à sua excelsa dignidade de Mãe de Deus e em virtude dos méritos de seu Filho, destaca-se o da sua Imaculada Conceição, reconhecido pela Igreja desde os seus começos e definido como dogma de fé a 8 de Dezembro de 1854 pelo Papa Pio IX na Bula Ineffabilis Deus.
* “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Concepção foi, por graça singular e privilégio do Deus omnipotente, em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, preservada imune de toda a mancha de culpa original, foi revelada por Deus e, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis”.
* “Imune de toda a mancha de culpa original”: a Igreja confessa que Maria em nenhum momento e de nenhum modo foi atingida pelo pecado original que se transmite por geração à humanidade desde os nossos primeiros pais.
* Pio XII acrescenta que quando se fala de Maria, nem sequer se “deve pôr a questão” de se teve ou não algum pecado, por diminuto que se possa pensar, “posto que transporta consigo a dignidade e santidade maiores depois das de Cristo. (…) É tão pura e tão santa que não pode conceber-se maior pureza depois da de Deus” (Fulgens corona,08.09.1953).
* Sentença certa: livre da concupiscência desde a sua concepção.
* A imunidade concedida a Maria é uma graça de Deus todo-poderoso que constitui um “privilégio singular”. Deus interpõe-se entre Maria e o pecado para que este nem sequer lhe toque por um instante. É um privilégio extraordinário concedido à que havia de ser Mãe de Deus.
* Esta verdade não foi obtida como uma conclusão deduzida a partir da Revelação, ou pela sua associação com alguma outra verdade revelada, mas trata-se de uma verdade formalmente revelada por Deus. Através da história tem havido progresso no conhecimento e explicação, mas a verdade era conhecida desde os começos da Igreja como divinamente revelada.
* Anunciação (Lc 1, 28): “A expressão ‘cheia de graça’ traduz a palavra grega ‘kexaritomene’, a qual é um particípio passivo. Assim pois, para expressar com mais exactidão o matiz do termo grego, não se deveria dizer simplesmente ‘cheia de graça’, mas sim ‘feita cheia de graça’ ou ‘cumulada de graça’, o qual indicaria claramente que se trata de um dom dado por Deus à Virgem. O termo (…) expressa a imagem de uma graça perfeita e duradoura que implica plenitude” (João Paulo II, Audiência geral, 08.05.1996).
* Os Padres dizem que as palavras de Isabel a Maria, na Visitação (“bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”), dão a entender que Maria foi a sede de todas as graças divinas e que foi adornada com todos os carismas do Espírito Santo, até ao ponto de nunca ter estado sob o poder do mal.
* Protoevangelho: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a dela. Ela te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Gn 3, 15). No texto hebraico, quem pisa a cabeça da serpente é a descêndencia da mulher.
* Pio XII, Fulgens corona: “Ora, se, por algum tempo, a bem-aventurada virgem Maria fosse privada da graça divina, como inquinada, na sua concepção, pela mancha hereditária do pecado, ao menos naquele momento, embora brevíssimo, não haveria entre ela e a serpente aquela perpétua inimizade de que se fala, desde a mais antiga tradição até à solene definição da Imaculada Conceição, mas, ao contrário, haveria certa sujeição.”
* A doutrina da Imaculada encontrou certa resistência no Ocidente. Houve santos, como Agostinho, Bernardo, Alberto Magno, Boaventura e Tomás de Aquino, que aquando afirmavam a exímia santidade de Maria, resistiam a proclamar o privilégio da Imaculada. Não percebiam como conciliá-lo com a universalidade da Redenção operada por Cristo.
* Solução: Maria não é uma criatura isenta de redenção. É a primeira redimida por Cristo e foi-o de um modo eminente em atenção aos méritos de Jesus Cristo Salvador do género humano. Duns Escoto distingue a “redenção liberativa” de todos nós, da “redenção preventiva” de Maria.
Indicações do Magistério sobre a Imaculada
* Mt 1, 18-25 Sixto IV, nos anos 1476 e 1483, aprovou a Festa e o Ofício da Imaculada Conceição, proibindo classificar como herética a sentença favorável à Imacuculada. Inocêncio VIII, em 1489, aprova a invocação da Imaculada Conceição. Trento, em 1546, declara que “não é intenção sua incluir neste decreto, em que se trata do pecado original, à bem-aventurada e imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus”. São Pio V inclui no Breviário o oficio da Imaculada. Paulo V, em 1616, proíbe ensinar publicamente a sentença anti imaculista. Gregório XV, em 1612, proíbe-o privadamente. Alexandre VII, em 1661, publica uma constituição sobre a Imaculada. Clemente XI, em 1708 estendeu a festa da Imaculada, como festa de preceito a toda a Igreja Universal.
Privilégios incluídos na plenitude da graça, 1
* Os Padres descartam não só qualquer espécie de pecado na Mãe de Deus, também a julgam alheia a toda a imperfeição voluntária, até ao ponto de negar n’Ela qualquer acto imperfeito ou remisso de caridade. Entendem que, de nenhum modo, esteve inclinada para o mal.
* A possibilidade de fazer o mal é um sinal, mas também uma imperfeição da liberdade. O verdadeiro exercício da liberdade consiste em eleger o bem porque nos dá na gana. A graça sana a vontade livre. Onde há plenitude de graça, há plenitude de vontade sã e, portanto, plenitude de liberdade. Por isso a Santíssima Virgem foi libérrima em todos os momentos.
Privilégios incluídos na plenitude da graça, 2
* A Virgem Maria esteve sujeita à dor. Santíssima sem sombra de pecado, mas passível e mortal, partícipe da kénosis de seu Filho, padeceu ao corredimir com Cristo. Uma espada atravessou a sua alma (anúncio de Simeão). O privilégio da Imaculada, longe de subtrair a dor de Maria, aumentou n’ Ela a sua capacidade de sofrimento.
* “Desde a sua concepção a Virgem é superior em graça a todas as criaturas, incluídos os anjos. Mas não era uma graça infinita: cresceu ao longo da sua vida, especialmente na Encarnação, ao pé da Cruz e no Pentecostes. Além disso, o amor recíproco entre o Filho e a Mãe seria causa ininterrupta de aumento de Graça para Ela.

Aula 3
Virgindade de Maria
* Maternidade e virgindade são alternativas da mulher, que se excluem por natureza, que Deus quer reunir milagrosamente na sua Mãe. Os textos mais antigos chamam a Maria “A Virgem”, e desde os primeiros séculos, “A sempre Virgem”. Três aspectos do dogma: virgem antes do parto, no parto e depois do parto.
* Antes do parto: O dogma afirma que Nossa Senhora concebeu Jesus, não por obra de varão, mas por obra do Espírito Santo. Cumpriu-se assim a profecia de Isaías: “uma virgem conceberá e dará à luz um filho, que será chamado Emmanuel (Deus connosco)” (Is 7, 14). No Credo rezamos assim: “Creio em um só Senhor Jesus Cristo (…). E por obra e graça do Espírito Santo nasceu da Virgem María” (em latim: “ex Maria Virgine”).
* No parto: Longe de depreciar a integridade do corpo de sua Mãe, Jesus deixou–a intacta ao nascer. Este prodígio é um milagre da divina omnipotência. Ilustração clássica: nasceu como a luz do sol que passa através de um cristal, sem o romper nem manchar.
* Depois do parto: “Esta porta há-de estar fechada para sempre, não se abrirá nem entrará por ela homem algum, porque entrou por ela Yahvé” (Ez 44, 1-2). Os Padres aplicam estas palavras à virgindade perpétua de Maria.
* Santo Agostinho, Sermão 186: Maria “foi Virgem ao conceber o seu Filho, Virgem durante o parto,(…) Virgem depois do parto, sempre Virgem”.
Os “irmãos” de Jesus nos Evangelhos
* O hebreu e o arameu necessitam de termos diferentes para designar diversos graus de parentesco. Lot chamado “irmão” de Abraão em Gn 13, 8 e 14, 14.16, e
“sobrinho” em Gn 12, 5 e 14h, 12. Labão chamado “irmão” de Jacob em Gn 29, 15, quando era irmão de sua mãe (Gn 29, 10).
* Mc 6, 3 dá uma lista de irmãos de Jesus, entre eles Tiago e José, que por Mc 15, 40 e Jo 19, 25 sabemos que eram filhos de Maria de Cleofás.
* Se Jesus tivesse tido outros irmãos, não se entenderiam bem as Suas palavras na Cruz confiando a sua Mãe ao seu discípulo João.
* Pensou-se também negar a virgindade de Maria porque Jesus Cristo é chamado “primogénito”, em Lc 2, 7. Mas esta palavra significa “filho não precedido por outro”, e prescinde da existência doutros filhos. O primogénito estava também
vinculado com prescrições da lei judaica, e a cada filho único se aplicavam estas
prescrições para o “primogénito”.
* Mt 1, 18-25 faz a interpretação de Is 7, 14 (“a virgem concebeu e deu à luz um filho, que será chamado Emmanuel, isto é, ‘Deus connosco’”). E na genealogia de Jesus, Mt 1, 16, em lugar de dizer “José gerou Jesus”, diz “José, Esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo”
* Mt 1, 20 afirma que o Anjo do Senhor revelou a José que “o concebido n’Ela (Maria) é do Espírito Santo”.
* Na Anunciação (Lc 1, 26-38), a pergunta de Maria “Como se fará isso, pois eu não conheço homem?” é interpretada pelos autores católicos como a vontade de Maria de permanecer virgem já antes do anúncio do anjo.
* São Marcos nunca menciona José, o esposo de Maria, mas chama a Jesus “o filho de Maria
* No prólogo do evangelho de São João, algumas vozes autorizadas, como Santo Ireneu e Tertuliano, apresentam Jo 1, 13 em particular, quer dizer, “Ele que não nasceu do sangue nem da vontade da carne, nem do querer do homem, mas de Deus”, o que seria testemunho da geração virginal de Jesus.
* As fórmulas de fé dos Padres postulam a afirmação do nascimento virginal de Jesus; e, a partir do século IV, utilizam o título de “sempre Virgem” ao falar de Maria.
* A virgindade de Maria está presente numa larga série de testemunhos do Magistério da Igreja, desde o Símbolo apostólico até à Lumen gentium do Vaticano II, e João Paulo II.
* Concílio de Latrão (649), c. 3: “Se alguém, segundo os Santos Padres, não confessa que própria e verdadeiramente é Mãe de Deus a santa e sempre virgem e imaculada Maria, já que concebeu nos últimos tempos sem sémen, do Espírito Santo, o próprio Deus-Verbo (…) e que deu à luz sem corrupção, permanecendo a sua virgindade indissolúvel mesmo depois do parto, seja condenado”. Ver também.
Paulo IV,Const.Cum quorundam (1555).
* “O olhar da fé, unido ao conjunto da Revelação, pode descobrir as razões misteriosas pelas quais Deus, no seu desígnio salvífico, quis que seu Filho nascesse de uma virgem. Estas razões referem-se tanto à pessoa e à missão redentora de Cristo como à aceitação por Maria desta missão para com os homens” (CIC 502).
* CIC 503: “A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus na Encarnação”. CIC 504: “Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria porque Ele é o Novo Adão que inaugura a nova criação”. CIC 505: “Jesus, o novo Adão, inaugura pela sua concepção virginal o novo nascimento dos filhos de adopção no Espírito Santo pela fé”.
* “Maria é virgem porque a sua virgindade é o sinal da sua fé não adulterada por dúvida alguma e da Sua entrega total à vontade de Deus. A sua fé que a faz chegar a ser a mãe do Salvador: ‘Mais bem-aventurada é Maria ao receber a Cristo pela fé do que ao conceber no seu seio a carne de Cristo’ (Santo Agostinho,De sancta virginitate 3,3)”(CIC 506
* CIC 507: “Maria é ao mesmo tempo virgem e mãe porque ela é a figura e a mais perfeita realização da Igreja”. A igreja é mãe pois que gera para uma vida nova e imortal os filhos concebidos pelo Espírito Santo e nascidos de Deus. Também é a virgem que guarda íntegra e pura a fidelidade prometida ao Esposo.

Aula 4
Assunção
* Pio XII, Munificentissimus Deus, 01.11.1950: “Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado: que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprido o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celeste”.
* A assunção produz-se por virtude de Deus. O dogma significa que para a Virgem Maria não se adia até ao fim dos tempos a glorificação do seu corpo, como sucederá com os outros fiéis, e que o seu corpo não sofreu a decomposição cadavérica.
* Pio XII quis prescindir, na definição dogmática, da questão sobre a morte de Maria na fórmula definitoria: bao quis defini-la.
* Muitos Padres apresentam a morte de Maria como um acto de amor que a levou até ao seu divino Filho para compartilhar com Ele a vida imortal.
* Gn 3, 15: “Eu porei a inimizade entre ti e a mulher…”. Cristo, Novo Adão, obtem o triunfo definitivo sobre a antiga serpente, associado intimamente à Nova Eva, Maria. O triunfo é triplo: sobre o pecado, sobre a concupiscência e sobre a morte. A primeira redimida foi libertada da morte à semelhança de Cristo.
* Lc 1, 28: “Cheia de graça”. A graça redunda em toda a pessoa, unidade de alma e corpo. À plenitude da graça deve corresponder a plenitude de glória, na pessoa inteira.
* Ap 12, 1: A Mulher vestida de sol. “Uma mulher vestida de Sol, ou seja, imersa na luz de Deus, que a habita porque Ela habita n’ Ele. (…) Os Céus e a Terra fundiram-se. Debaixo dos pés, a Lua, como sinal de que o efémero e mortal foi superado, e que a transitoriedade das coisas foi convertida em existência perdurável. E a constelação que a coroa significa salvação” (Bento XVI, Angelus, 16.08.2006).
* “Como Cristo ressuscitou de entre os mortos com o seu corpo glorioso e subiu ao céu, assim também a Virgem Santíssima, a Ele associada plenamente, foi elevada à glória celestial com toda a sua pessoa. Também nisso a Mãe seguiu mais de perto o seu Filho e nos precedeu a todos nós” (Bento XVI, Angelus, 15.08.2005).
* A participação da Virgem na vitória de Cristo não poderia considerar-se plena sem a glorificação corporal antecipada de Maria.
* “A maternidade divina, que fez do corpo de Maria a morada imaculada do Senhor, funda o seu destino glorioso” (João Paulo II, Audiência geral, 09.07.1997).
* Se Adão e Eva introduziram no mundo a morte da alma (pecado) e a do corpo, Cristo e Maria foram causa de vida para a alma (graça) e para o corpo (ressur- -reição).
* Harmonia da Assunção com o dogma da Imaculada: se a ressurreição é o triunfo e o troféu da redenção, a uma redenção preventiva e anticipada corresponderá uma anticipada ressurreição.
* Harmonia com a Maternidade virginal: a verdade do parto virginal proclama o decreto divino de preservar em absoluto a integridade corporal da Mãe de Deus.
Harmonia com o amor de Cristo por Sua Mãe
* Como nos teríamos comportado, se tivéssemos podido escolher a nossa mãe? Julgo que teríamos escolhido a que temos, enchendo-a de todas as graças. Foi o que Cristo fez, pois sendo Omnipotente, Sapientíssimo e o próprio Amor, seu poder realizou todo o seu querer (…). Os teólogos formularam com frequência um argumento semelhante, tentando compreender de algum modo o significado desse cúmulo de graças de que se encontra revestida Maria e que culmina com a Assunção aos céus. Dizem: ‘convinha, Deus podia fazê-lo, e por isso o fez’” (São Josemaria, Cristo que passa, 171).
* A Assunção de Maria é o argumento ou prova de que todos os fiéis dos quais a Virgem Santíssima é Mãe, estarão um dia com os seus corpos glorificados junto a Cristo glorioso. O nosso futuro não é utópico. É uma realidade existente em Cristo e Maria.
* Contemplando Maria Assunta, o cristão aprende a descobrir o valor do seu próprio corpo e a custodiá-lo como templo de Deus, à espera da ressurreição e glorificação da vida eterna bem-aventurada.

Aula 5
Realeza de Maria
* Lumen gentium, 59: “A Virgem Imaculada, preservada imune de toda mancha de culpa
original, terminado o curso da vida terrena,foi assunta à glória em alma e corpo celestial e enaltecida pelo Senhor como Rainha do Universo, para que se assemelhasse mais plenamente a seu Filho, Senhor dos que dominam e vencedor do pecado e da morte”.
* Lc 1, 43: Isabel, ao ouvir a saudação da Virgem, exclama: “Donde a mim esta dita, que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?”. É como dizer “a Senhora”, “a Rainha”.
* Os Padres viram Maria na mulher “vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre sua cabeça” (Ap 12, 1).
* Cristo é Rei não só porque é Filho de Deus, mas também porque é Redentor Maria é Rainha não só porque é Mãe de Deus, mas também porque, associada como nova Eva ao novo Adão, cooperou na obra da redenção do género humano.
* Maria reina com o poder da oração. Com o amor de Filha de Deus Pai, com o amor de Mãe de Dios Filho e com o amor de Esposa de Deus Espírito Santo, reunidos num só coração.
* Maria é invocada na Igreja com os títulos de Advogada, Auxiliadora, Socorro, Mediadora. E chama-se a Omnipotência Suplicante.
* Inúmeros Padres, como, por exemplo, Santo Efrén, São Gregorio Nacianceno, Orígenes, São João Damasceno, São Jerónimo, Santo Andrés Cretense, Santo Epifânio, etc., proclamam Maria “Rainha”, “Dona”, “Senhora”.
* Liturgia: A Igreja latina entoa a “Salve Regina”, as antífonas “Ave Regina caelorum” e “Regina caeli laetare”. Destacam as Ladainhas lauretanas com muitas invocações a Maria como Rainha, e o quinto mistério glorioso do Rosário.Iconografia.
* Muitos Papas chamam a Maria Rainha. Pio XII dedicou a encíclica Ad Coeli Reginam (1954) inteira a este mistério. João Paulo II insiste em que Maria é Rainha universal (Redemptoris Mater).
* Cristo é Rei, não só porque é Filho de Deus, mas também porque é Redentor. Maria é Rainha, não só porque é Mãe de Deus, mas também porque, associada como nova Eva ao novo Adão, cooperou na obra da redenção do género humano.
* Maria reina com o poder da oração. Com o amor de Filha de Deus Pai, com o amor de Mãe de Deus Filho e com o amor de Esposa de Deus Espírito Santo, reunidos num só coração.
* Maria é invocada na Igreja com os títulos de Advogada, Auxiliadora, Socorro, Mediadora. E chama-se a Omnipotência Suplicante.

Aula 6
Cooperação na santificação
* Pode-se falar da corredenção da Virgem Maria. A identificação com o seu Filho, não há dúvida, abarca desde o princípio todo o plano de salvação. Foi junto à Cruz de Jesus, onde com particular intensidade exerceu a sua missão corredentora.
* Arnaldo de Chartres (s. XII): “Uma foi a vontade de Cristo e de Maria; ambos ofereciam a Deus um mesmo holocausto: Maria, com sangue no coração; Cristo, com sangue na carne”.
* “Movida por un imenso amor por nós, ofereceu Ela própria o seu Filho à divina justiça para nos receber como filhos” (Leão XIII, Iucunda semper). Por nós morre Jesus e por nós sofre Maria. Colaborou com seu Filho para nos fazer filhos de Deus e também – por desígnio divino – filhos seus.
* Quando Deus disse profeticamente à serpente (o Maligno): “Eu porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a sua, que te esmagará a cabeça”(Gn 3, 15), está a colocar juntos o futuro Vencedor de Satanás e a Mulher, e esta Mulher, em concreto, é Maria. Deus pensou desde toda a Eternidade em Maria como “unum” com Cristo Cabeça da humanidade redimida.
* Satanás serviu-se da mulher para arrastar Adão e os seus filhos para o abismo do pecado e da perdição. Deus servir-se-á de uma mulher para realizar as maravilhas da Encarnação e da Redenção por meio de Cristo, Verbo encarnado no seio de Maria.
* A maternidade divina impõe e justifica radicalmente o principio de uma participação – íntima, intensa e omni-abrangente – de Maria na inteira vida e missão do Verbo encarnado. Por si própria esta associação coloca a Maria em toda a história da redenção e santificação.
* Cristo é a Cabeça indiscutível e única da Igreja por direito próprio, e é-o inseparavelmente de Maria como Mãe.
* Cristo é o único Mediador, mas quis manter junto de si, estreitamente unida, associada á sua tarefa redentora e santificadora, uma Mulher. E a Mulher foi Maria, sua Mãe.

Aula 7
Mãe e Mediadora
* Maria é nossa Mãe, não em sentido natural, mas sim num sentido real, espiritual e místico, porque é Mãe de Cristo, não só do Cristo em pessoa, mas do Cristo total (Cabeça e membros).
* Maria, quando levava em seu ventre o Salvador, levava também todos aqueles cuja vida estava contida na vida do Senhor. Todos quantos estávamos unidos com Cristo, saimos do seio de Maria à semelhança de um corpo unido com a sua cabeça. Por isso, num sentido certamente espiritual e místico, nós somos chamados filhos de Maria e Ela é Mãe de todos nós.
* Maria é Mãe dos bem-aventurados do Céu de modo excelente. É Mãe das pessoas em graça de modo perfeito. É Mãe dos cristãos em pecado mortal de modo imperfeito, porque estes não têm vida sobrenatural completa, mas só a fé. É Mãe dos não baptizados de modo potencial ou de direito, pois está destinada a gerá-los na vida sobrenatural.
* Não é Mãe dos condenados do inferno, pois já não lhes pertence em absoluto a união com Cristo.
* Por ser Mãe da Igreja, é membro especial e todo singular da Igreja.
* A Mãe de Deus, por querer e dom de Deus, procria na vida da Graça os filhos de Deus. Maria não é autora da Graça, mas tudo nos leva a pensar que deve haver um compromisso divino assumido livremente por Deus, com vista à intervenção de Maria na obra da santificação, que a constitui em verdadeira Mãe, dadora da vida sobrenatural, crística, criada pela Trindade, desde o Pai no Filho pelo Espírito Santo.
* Os homens podem ser mediadores entre Deus e os outros. É uma mediação subordinada, participada. Na Virgem dá-se essencialmente mais essa mediação participada, pois é de uma natureza especificamente superior, por ser de uma natureza materna.
* O Magistério afirma que Maria é Medianeira e Dispensadora de todas as graças: “É lícito afirmar que daquele grandioso tesouro que o Senhor trouxe (…), nada nos é distribuído senão por meio de Maria, porque Deus assim o quis” (Leão XIII, Octobri mense, 22.09.1891).
* Foi entregue à Mãe de Deus toda a graça de que seu Filho é Autor, para que seja Administradora de Cristo, em favor de todos os seus filhos. Todas as gracias que se comunicam a este mundo têm um processo triplo: seguindo uma ordem altíssima, comunicam-se por Deus a Cristo, por Cristo a Maria, e por María a nós. É outra manifestação da imensidade do amor de Deus para com Maria e para connosco.

Aula 8
Culto e devoção
* O culto é uma honra que se tributa a uma pessoa superior a nós. O culto rendido aos servidores de Deus honra ao próprio Deus, que se manifesta por eles e por eles nos atrai até Ele.
* Deus ao constituir sua Mãe em aura de santidade, cumulando-a de graças, expressa-nos a sua vontade de que a honremos enquanto nos seja possível. Louvar Maria é louvar o Filho, e, por Ele, a Trindade Santíssima: que filho não se alegra por honrarem a sua mãe? Quanto mais Cristo que, sendo Deus, ama a Sua Mãe mais do que todos os filhos do mundo!
* Tributa-se à Santíssima Virgem um culto de veneração suprema (hiperdulia), devido à sua eminente dignidade de Mãe de Deus, distinto do culto de adoração (latria) reservado a Deus, e do simples culto de veneração (dulia) próprio dos outros santos.
* A verdadeira devoção não consiste, nem num estéril e passageiro sentimentalismo, nem uma certa vã credulidade; que procede da fé, pela qual reconhecemos a excelência da Mãe de Deus, pela qual somos levados a um amor filial até à nossa Mãe e à imitação das suas virtudes.
* “Antes de tudo, é sumamente conveniente que os exercícios de piedade à Virgem Maria expressem claramente a nota trinitária e cristológica que é intrínseca e essencial. (…) Na Virgem Maria tudo é referido a Cristo e tudo depende d’Ele: com vistas a Ele Deus Pai, Deus Pai a elegeu desde toda a eternidade como Mãe toda santa e a adornou com dons do Espírito Santo que não foram concedidos a nenhum outro” (Paulo VI, Marialis cultus 24).
* Além disso, é necessário que os exercícios de piedade (…) ponham mais claramente de manifesto o posto que ela ocupa na Igreja: o mais alto e mais próximo de nós depois de Cristo. (…) O amor à Igreja traduzir-se- -á em amor a Maria e vice-versa; porque uma não pode subsistir sem a outra” (Ídem 28).
* A Igreja, para honrar a Virgem Maria, celebra ao longo do ano litúrgico diversas festas marianas. Vaticano II exorta a que se promova o culto, especialmente o litúrgico.
* O Magistério sublinhou de modo particular duas devoções marianas: o Angelus e o Rosário.
* Outras práticas de piedade mariana: Confrarias marianas, Escapulário do Carmo, Mês de Maria, medalhas, sábados dedicados a Maria, peregrinações a Santuários, consagração ao seu Imaculado Coração, etc.
Os frutos desta devoção mariana são incontáveis.

Aula 9
São José
* O Magistério sustenta que a Virgem e São José contrairam um verdadeiro matrimónio.
Os Padres, ao referirem-se a este matrimónio, põem em relevo a providência e
sabedoria divinas ao dispor que Jesus Cristo nascera virginalmente de uma Mãe
desposada.
* São José recebeu uma plenitude de graça proporcionada à preeminência da sua missão para a qual foi eleito eternamente pela Trindade. Com efeito, a missão de São José supera a própria ordem da graça e confina com a ordem hipostática, constituída pelo próprio mistério da Encarnação.
* João XXIII, em 1962, proclamou-o “ilustre descendente de David, luz dos Patriarcas, esposo da Mãe de Deus, guardião da sua virgindade, pai nutrício do Filho de Deus, vigilante defensor de Cristo, Chefe da Sagrada Família; foi justíssimo, castíssimo, prudentíssimo, fortíssimo, muito obediente, fidelíssimo, espelho de paciência, amante da pobreza, modelo de trabalhadores, honra da vida doméstica, guardião das virgens, sustento das famílias, consolação dos desafortunados, esperança dos enfermos, patrono dos moribundos, terror dos demónios, protector da Santa Igreja. Ninguém é tão grande depois da Virgem Maria”.
* Parece que, depois da Anunciação, a Virgem guardou para si o grande mistério que tinha acontecido n’Ela, a Encarnação do Verbo.
* A dúvida de José não era sobre a inocência de Maria, mas sobre o seu próprio papel no futuro daquele mistério.
* O anjo não só lhe confirma que o sucedido com a sua Esposa é obra divina; além disso comunica-lhe que ele tem também uma missão no mistério da Encarnação: pôr o nome a Jesus, o qual significa, no modo de falar bíblico, que ia ser o pai de Jesus segundo a lei.
* “Como era pai, José? Tanto mais profundamente pai, quanto mais casta foi a sua paternidade. A José não só se lhe deve o nome de pai, mas deve-se-lhe mais do que a qualquer outro” (Santo Agostinho, Sermão 51, 20).
* Festa litúrgica de São José: Sixto IV (1476). Inocêncio VIII (1486) eleva-a a maior categoria. Gregório XV (1621) declara-a obrigatória para todo o mun- do. Proclama São José como “patrono da Igreja universal” Pío IX (1871).
* João Paulo II dedicou-lhe uma Exortação Apostólica, Redemptoris custos (1989).
* “Tratou de chegar à Trindade do Céu por essa outra trindade da terra: Jesus, Maria e José. Estão como que mais exequíveis. Jesus, que é perfectus Deus e perfectus Homo. Maria, que é uma mulher, a mais pura criatura, a maior: Maior do que Ela, só Deus. E José, que está imediatamente a seguir a María: limpo, varonil, prudente, inteiro” (São Josemaria).
* “São José, que não te posso separar de Jesus e de Maria. São José, por quem tenho tido sempre devoção, mas compreendo que devo amar-te cada dia mais e proclamá-lo aos quatro ventos (…). São José, nosso Pai e Senhor, intercede por nós” (Ídem).

Curso de Teologia

Apresentações em PPT baseadas nos manuais da “Biblioteca de Iniciación Teológica” da Editora Rialp. Os originais em castelhano, na sua maior parte, foram realizados por D. Serge Nicoloff e podem ser encontrados na página de AGEA. Os esquemas correspondem com bastante exactidão ao conteúdo dos livros referidos acima. Em Portugal, aqueles manuais estão a ser publicados pela Editora Diel.

Entre parêntesis indica-se a referência do manual português em que está baseada cada uma das apresentações. Quando não existir manual em português, indica-se o original castelhano.

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SANTO INÁCIO

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martírio célebre no século II foi o de Santo Inácio de Antioquia; no ano 107, no Coliseu de Roma, vítima da perseguição de Trajano (98-117), por ocasião dos gigantescos espetáculos dados por este imperador para comemorar suas vitórias sobre os dácios. Inácio foi condenado juntamente com Rufo e Zózimo.

Cardeal Majella

"Cristo foi batizado, não para ser santificado pelas águas, mas para santificá-las"

ORE SEM CESSAR

Ore sem cessar!!!

Viva a Nossa Senhora Aparecida.













No dia 12 de outubro, comemoram-se três datas, embora poucos lembrem-se de
todas elas: Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil, o Dia das Crianças e o Descobrimento da América. Nosso feriado nacional, no entanto, deve-se somente à primeira data, e, embora a devoção à santa remonte aos idos do século XVIII, só foi decretado em 1980.
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma.
Segundo estas fontes, em 1717 os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chamado de rio Itaguaçu. Ou melhor, tentavam pescar, pois toda vez que jogavam a rede, ela voltava vazia, até que lhes trouxe a imagem de uma santa, sem a cabeça. Jogando a rede uma vez mais, um pouco abaixo do ponto onde haviam pescado a santa, pescaram, desta vez, a cabeça que faltava à imagem e as redes, até então vazias, passaram a voltar ao barco repletas de peixes. Esse é considerado o primeiro milagre da santa. Eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura.
Durante os próximos 15 anos, a imagem permaneceu com a família de Felipe
Pedroso, um dos pescadores, e passou a ser alvo das orações de toda a comunidade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava. A família construiu um oratório, que, logo constatou-se, era pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior. Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.

Em 1834 iniciou-se a construção da igreja que hoje é conhecida como Basílica Velha. Em 06 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e deixou para a santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com o manto azul. Em 8 de setembro de 1904 foi realizada a solene coroação da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e, em 1930, o papa Pio XI decreta-a padroeira do Brasil, declaração esta reafirmada, em 1931, pelo presidente Getúlio Vargas.
A construção da atual Basílica iniciou-se em 1946, com projeto assinado pelo
Engenheiro Benedito Calixto de Jesus. A inauguração aconteceu em 1967, por oca
sião da comemoração do 250.º Aniversário do encontro milagroso da imagem,
ainda com o templo inacabado. O Papa Paulo VI ofertou à santa uma rosa de ouro, símbolo de amor e confiança pelas inúmeras bênçãos e graças por ela concedidas. A partir de 1950 já se pensava na construção de um novo templo mariano devido ao crescente número de romarias. O majestoso templo foi consagrado pelo Papa, após mais de vinte e cinco anos de construção, no dia 4 de julho de 1980, na primeira visita de João Paulo II ao Brasil.

A data comemorativa à Nossa Senhora Aparecida (aniversário do aparecimento
da imagem no Rio) foi fixada pela Santa Sé em 1954, como sendo 12 de outubro, embora as informações sobre tal data sejam controversas. É nesta época do ano que a Basílica registra a presença de uma multidão incontável de fiéis, embora eles marquem presença notável durante todo ano.

A imagem encontrada e até hoje reverenciada é de terracota e mede 40 cm de
altura. A cor original foi certamente afetada pelo tempo em que a imagem esteve mergulhada na água do rio, bem como pela fumaça das velas e dos candeeiros que durante tantos anos foram os símbolos da devoção dos fiéis à santa. Em 1978, após o atentado que a reduziu a quase 200 pedaços, ela foi reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época, restauradora do Museu de Arte de São Paulo. Peritos afirmam que ela foi moldada com argila da região, pelo monge beneditino Frei Agostinho de Jesus, embora esta autoria seja de difícil comprovação.

Seja qual for a autoria da imagem ou a história de sua origem, a esta altura ela pouco importa, pois as graças alcançadas por seu intermédio têm trazido esperança e alento a um sem número de pessoas. Se quiser saber mais detalhes sobre a Basílica e sua programação, visite o site www.santuarionacional.com.br, no qual também é possível acender uma vela virtual. E já que a fé, assim como a internet, não conhece fronteiras, eu já acendi a minha, por um mais paz e igualdade no mundo. Acenda a sua e que
Nossa Senhora Aparecida nos ouça e ilumine o mundo, que está precisando tanto de cuidados.

Além da farta pescaria, muitos outros milagres são atribuídos à Nossa Senhora Aparecida. Veja alguns abaixo:
A libertação do escravo Zacarias
O escravo Zacarias havia fugido de uma fazenda no Paraná e acabou sendo
capturado no Vale do Paraíba. Foi caçado e capturado por um famoso capitão
do mato e, ao ser levado de volta, preso por correntes nos pulsos e nos pés,
e como passassem perto da capela da Santa, pediu permissão para rezar diante
da imagem. Rezou com tanta devoção que as correntes milagrosamente se
romperam, deixando-o livre. Diante do ocorrido, seu senhor acabou por
libertá-lo.

O cavaleiro ateu
Um cavaleiro que passava por Aparecida, vendo a fé dos romeiros, zombou
deles e tentou entrar na igreja a cavalo para destruir a imagem da santa. Na
tentativa, as patas do cavalo ficaram presas na escadaria da igreja. Até
hoje pode-se ver a marca de uma das ferraduras em uma pedra, na sala dos
milagres da Basílica Nova.

A cura da menina cega
Uma menina cega, ao aproximar-se, com a mãe, da Basílica, olhou em direção a
ela e, de repente, exclamou "Mãe, como aquela igreja é bonita." Estava
enxergando, perfeitamente curada.

NILTON

O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Romanos 6:23


TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA

TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA
Teresa de Cepeda y de Ahumada (nasceu em Ávila em 1515) guiada por Deus por meio de colóquios místicos e por seu colaborador e conselheiro espiritual são João da Cruz (reformador da parte masculina da ordem carmelita, empreendeu aos quarenta anos uma missão que tem algo de incrível para uma mulher de saúde delicada como a sua: do mosteiro de são José, fora dos muros de Ávila, primeiro convento do Carmelo por ela reformado, partiu, carregada pelos tesouros do seu Castelo Interior, para todas as direções da Espanha.