1.1 ORGANIZAR E DIRIGIR
SITUAÇÕES DE APRENDIZADO
Fazer com que um
encontro de catequese aconteça, consiste muito mais do que seguir um livro
contendo informações para que isso venha acontecer, dessa forma é simplesmente
aceitar algo pronto, acabado e colocando como fonte absoluta, seria como que
caminhar apenas por uma estrada utilizando apenas um único meio de conduzir e
ser conduzido e ao mesmo tempo é estar cruzando os braços ao invés de lançar-se
para a busca de outras fontes, principalmente nos próprios documentos da
Igreja, neste sentido é uma competência organizar situações de aprendizados a
partir do que nos é oferecido pela própria Igreja, da capacidade de
interpretação dos materiais da mesma, daquilo que de melhor nós temos,
analisar, sintetizar e dirigir sempre para o caminho do que é melhor.
Nem sempre o exercício é
o meio de se saber e verificar a aprendizagem, daí a importância da preparação
do encontro para que o catequizando passe a enxergar de maneira horizontal,
sempre em busca do conhecimento das coisas de Deus, e que este possa externar
seu conhecimento não apenas de uma resposta quando lhe é dirigida uma pergunta.
O catequizando não é uma
tábua vazia, fazer um levantamento prévio para depois passar o conhecimento
religioso é um dos passos a serem tomados, até mesmo porque ninguém chaga
vazio. A essência está em construir e reconstruir ao longo do tempo. Conhecer
não é acumular conhecimento, mas saber interpretar e ter uma visão de mundo a
partir do conhecimento religioso também, um dos fatores que mais contribuem
para o caus, em que se encontra a nossa sociedade é o enlarguecimento da visão
cientifica e o encurtamento de uma visão religiosa, em que a catequese precisa
se preocupar, principalmente nas sociedades capitalistas.
Trabalhar em cima dos
erros antes de corrigi-los diretamente, pois desta forma, poderá causar
constrangimentos, o ideal é refletir para o que é certo a partir do erro, e ter
a paixão, é preciso ser apaixonado pelo que ensina para fazer apaixonar quem
irá aprender ou quem está aprendendo.
Sem planejamento ninguém
vai a lugar nenhum, o primeiro passo é repensar o projeto pedagógico, com o
plano de ação catequética voltada para a formação dos cristãos. Sem perder de
vista as necessidades do meio em que o catequizando vive. Perrenoud mostra um
caminho para uma avaliação eficiente:
- Deve e incluir apenas atividades contextualizadas;
- Contribuir para que os catequizandos desenvolvam ainda mais suas capacidades;
- Trabalhar de forma mais sensível do que técnica.
1.2 ADMINISTRAR AS
PROGRESSÕES DAS APRENDIZAGENS
O catequista é também um
administrador, pois cabe a ele não apenas dirigir e organizar o aprendizado de
seus catequizandos, mas também administrar para que haja o crescimento e a
progressão, como já nos mostra 2ª Pedro 3, 18 “Antes procurai crescer na graça
e no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, desde
agora, até o dia da eternidade. Amém”. Para que isso venha realizar é
necessário que a catequese esteja organizada para tal ação, depositar a
responsabilidade em cima dos catequistas apenas é caminhar para a
incompetência, apesar de serem eles também o elemento chave desta pastoral.
Fica de responsabilidade
do catequista: administrar, governar e dirigir o aprendizado de cada um de seus
catequizandos:
- Fazer um balanceamento de aprendizado;
- Modelar constantemente situações de aprendizados não se atendo a dar encontro de uma única maneira;
- Há um ciclo de aprendizado, eu ensino eu aprendo, eu levo eu trago, eu falo eu escuto parceria perfeita entre catequistas e catequizandos.
Agora está
em uma boa hora para os catequistas se perguntarem: Estamos realmente catequizando?
Se estivermos catequizando, nossos catequizandos estão realmente aprendendo? De
que forma está organizada a catequese em que me encontro? A catequese contribui
realmente na formação do cristão para que este venha transformar e melhorar a
sua realidade? Ou não são os catequistas também os responsáveis de melhorar as
situações existentes? Partindo destes questionamentos obteremos várias
respostas, mas uma coisa é certa, o catequista é mais do que nunca um pedaço de
Deus na terra, pois a ele foi dada uma responsabilidade não humana, porém
Divina.
1.3 TRABALHO
EM EQUIPE
De que forma
eu estou trabalhando? Na sociedade, na família, na escola, na igreja? Em
equipe? Trabalhar em equipe é uma questão de competência e não de querer,
pressupõe igualmente e também a conversão de cooperação. Em qualquer lugar que
for trabalhar e desenvolver um trabalho se faz necessário um trabalho em
conjunto com a equipe. Uma equipe é formada basicamente de:
|
O trabalho
em conjunto torna-se uma necessidade, ligada mais à evolução do ofício do que a
uma escolha pessoal. Como inicia uma equipe?
Duas ou três pessoas começam a colaborar, e outras se juntam a elas; uma
rede de cooperações nasce antes de ser reconhecida como equipe. “Uma equipe
perde o vigor se não consegue trabalhar sobre o trabalho” (Phillipe Perrenoud,
apud Hutmacher, 1990). O verdadeiro trabalho de equipe começa quando os membros
se afastam do “muro das lamentações”, para agir utilizando toda a zona de
autonomia disponível e toda a capacidade de negociação de um ator coletivo que
está determinado, para realizar seu projeto e obter os recursos e os apoios
necessários.
1.4 INFORMAR
E ENVOLVER OS PAIS
Há muito
tempo ou por muitas vezes a catequese vem caminhando sozinha, no sentido de não
ter a participação dos pais – os primeiros catequistas -. Como foi citada no
tópico anterior a questão de equipe, os pais são de total importância, é por
meio deles que a catequese não se limita a “quatro paredes”. Os pais juntos à
catequese é o casamento perfeito, um complementa o outro: pais – catequistas –
catequizandos = VERDADEIRA CATEQUESE. A pastoral catequética em certos momentos
esquece de que a primeira etapa acontece dentro de casa, depois passa pela
catequese e em seguida perpassa por toda a vida do cristão, por isso é
importante à interação entre família e catequese, pois uma forma a outra, a
família educa primeiro depois passa a contar com o apoio da catequese, para que
futuramente esta venha assumir o seu papel na comunidade que é fruto desta
criação.
1.5 ADMINISTRAR SUA PROPRIA FORMAÇÃO CONTINUA
Formar-se é
aprender a cada dia, aprendizado é um processo a ser administrado
cotidianamente, administrar é muito mais que escolher e discernir, administrar
aprendizado é inovar. Saber administrar sua formação continua, hoje, é
administrar bem mais do que saber escolher com discernimento entre diversos
cursos em um catálogo... Formar-se é aprender, é mudar, a partir de diversos
procedimentos pessoais e coletivos de autoformação, esses procedimentos
podem-se mencionar a leitura, a experimentação, a inovação, o trabalho em
equipe, a participação em um projeto, a reflexão pessoal regular, a redação de
um jornal ou a simples discussão com os colegas.
Referência:
PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar.
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
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