Uma espiritualidade Pascal
Estamos no
tempo litúrgico apropriado para tratar deste aspecto da espiritualidade que
deve nos animar como catequistas. Dizemos sempre que o grande foco do processo
catequético é o Mistério Pascal como centro de nossa fé. Muitas vezes, porém
nos atemos apenas aos aspectos históricos ou então litúrgicos dessa realidade.
Por mais importantes que sejam, não
podemos nos ater apenas a eles. É preciso transformar em vivência o que o Mistério
Pascal significa. Desejo acentuar duas dimensões que precisamos considerar:
1 – A Paixão
e Morte de Jesus nos inspiram uma mística de coragem para enfrentar tudo o que
desfigura a vida humana. A Cruz de Jesus é justamente este grande enfrentamento
de um sistema que Jesus fez, porque esta organização não permitia o
florescimento da vida em suas potencialidades conforme o sonho do Criador.
Jesus veio para restabelecer este Projeto original de Deus, atrapalhado pelo
homem e suas organizações. Ter uma postura radical a favor da vida de todos os
seres do planeta e estar dispostos a doar a vida, dia a dia, por essa causa é
assumir este primeiro aspecto do Mistério Pascal. É, portanto, uma atitude
pessoal que o agente da catequese precisa testemunhar, além do conteúdo, que
naturalmente também precisa ser explicitado.
2 – A Ressurreição
de Jesus, como ápice do Mistério Pascal, precisa despertar em nós catequistas
todas as fibras da alegria, da animação, do entusiasmo e vibração. Como
discípulos de um mestre que venceu as forças da morte, precisamos caminhar como
ressuscitados. Isto significa deixar transparecer em nosso rosto e em todo
nosso ser o brilho da vitória da vida. Catequista triste, ranzinza, moralista,
negativo diante de tudo, ainda não assimilou as implicâncias da Ressurreição em
sua vida. Como poderá passar esta experiência para seus catequisandos, se em
sua espiritualidade não está presente?
Que este
tempo nos ajude a crescer nessa espiritualidade pascal, unindo a fé no Mistério
Pascal à vida em nosso processo de catequese. Só assim será verdadeiro o que expressamos em
nossas solenes liturgias. E se tornará possível a experiência do encontro com o
Cristo Pascal, Luz de nossas vidas.
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